quarta-feira, 28 de abril de 2010

26- Humanismo e Espiritualismo.

Introdução.

Nenhum mestre foi capaz de superar Jesus Cristo no sentido de expressar as verdades sobre o “Humanismo” e o “Espiritualismo”. Para Ele é perfeitamente possível ser um “Humanista” e não segui-lo, porém é impossível segui-lo sem ser um fiel “Humanista”.

Em princípio, vamos tentar uma abordagem sobre o “Humanismo” e a seguir uma sobre o “Espiritualismo”. Após isto tentaremos uma visão comparativa entre estas duas correntes filosóficas.

Humanismo:

O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas desencadeadas pelo Renascimento.

Com a ideia renascentista de “dignidade do homem”, isto é, o homem está acima da Natureza, o Humanismo coloca o homem no centro do universo e seu estudo merece algumas considerações particulares. (O Homem Vitruviano).

Chegando ao século XVIII, na Filosofia Moderna, o homem é concebido como um ser ativo que domina a Natureza e com isso a sociedade. Embora não haja separação entre Natureza e homem dentro do movimento humanista, o homem é diferenciado dos demais manifestando suas diferenças na racionalidade, na moralidade, na ética, na técnica, nas artes, etc.

Entendendo o Humanismo.

No Humanismo o homem, como ser dominante, está sempre se aperfeiçoando através do desenvolvimento proporcionado pela sua racionalidade.

Mesmo datado de longa data, o Humanismo tem influência em várias áreas das ciências humanas. Sua importância reside na fundamental ruptura entre Igreja e Ciência, carregando consigo uma visão diferenciada do homem em relação aos demais elementos naturais.

É difícil conceber Humanismo devido às várias formas em que ele foi tomado pelas ciências humanas e pelas religiões, vindo a ser “humanismos” com características diferentes. Podemos falar de humanismo religioso, humanismo marxista, humanismo existencialista, etc. No senso comum, o termo “humanista”, frequentemente, é usado para caracterizar as pessoas que se preocupam com as causas sociais e com a caridade.

Sem dúvida que o Humanismo foi um dos principais movimentos filosóficos que mudaram os rumos do conhecimento, mas a ideia principal e original foi pretensiosa demais.

Crítica.

A ideia de colocar o homem acima de todas as coisas e acreditar que ele é capaz de progredir cada vez mais na temporalidade, soa um tanto quanto otimista demais. Daí decorre as dissidências do Humanismo original entre as ciências humanas.

Sartre, filósofo existencialista francês, em sua obra “Existencialismo é um Humanismo”, ironizando o fato do homem atribuir um valor de superioridade a si mesmo, questiona o Humanismo clássico: “Tal humanismo é um absurdo, pois só o cachorro ou o cavalo poderiam emitir um juízo de conjunto sobre o homem e declarar que o homem é admirável.”

Nesse sentido, tomar os pressupostos do Humanismo enquanto verdade seria como dar uma definição a nós mesmos da forma como queremos. A história tem mostrado que nem sempre progredimos; que a razão nem sempre está com a “razão”; e que racionalidade não significa a nossa salvação.

O humanismo existencialista se distanciava do humanismo clássico na medida em que o homem não supera a existência e a condição se voltar apenas para si mesmo (o centro de todas as coisas), mas sim, procurando o devir sempre no fora de si. E é humanismo porque coloca o homem como o único responsável de si.

Na realidade, o homem comparado com os animais e a natureza se apresenta como o mais frágil dos três, pois os animais e a natureza podem sobreviver sem o homem, porém o homem depende dos dois para sobreviver.

O Valor do Homem.

Apesar da fragilidade, o homem foi feito para dominar e ser imagem e semelhança do Criador. Para isto foi-lhe concedido a capacidade de pensar, tomar decisões e estar consciente da realidade que o circunda. Para que ele possa alcançar o seu destino, o criador dotou-o também do poder para acertar, errar e corrigir. O homem é o único ser vivo capaz de Planejar, Organizar e Executar Projetos.

"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento. Daí que é preciso nos elevarmos, e não do espaço e da duração, que não podemos preencher.Trabalhemos, pois, para bem pensar; eis o princípio da moral. Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação de meu pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo me abarca e me traga como um ponto; pelo pensamento, eu o abarco". (Blaise Pascal).

Espiritualismo:

O Espiritualismo é uma doutrina filosófica que admite a existência de Deus, de forças universais e da Alma, com a visão de que existem milhares de coisas abstratas. É o contrário de materialismo, que só admite a matéria.

Afirma a existência de uma alma e um espírito imortal no homem, isto é, de um princípio substancial distinto da matéria e do corpo, razão absoluta de ser da vida e do pensamento. Em sentido mais lato, doutrina que, além da tese referida, reconhece a existência de Deus, a imortalidade da alma e da existência de valores espirituais ou morais que são o fim específico da atividade racional do homem.

A teologia paulina nos ensina que possuímos um espírito (o espírito do homem) que nos coloca em comunhão com o Espírito de Deus, permitindo a consciência de que somos filhos do Criador. (Romanos 8.16-17).

O Cristo promete o Consolador, aquele Espírito que sabe todas as coisas e que além de nos consolar nos fará lembrar de todas as coisas, bem como nos ensinar muitas coisas que ainda não sabemos porque não alcançamos a maturidade suficiente para entender. (João 15.26).

A crença nessas verdades leva o fiel a ter “Fé” e ela consolida uma nova vida, o renascimento, permitindo ao homem alcançar o nível do homem espiritual. É nisto que consiste o verdadeiro espiritualismo. A “Fé” que segundo Jesus remove montanha, move os céus e convence o homem daquelas coisas que ele não pode ver e Deus se torna uma realidade que age e governa o Universo. Esta “Fé” não depende de religião, é algo que a verdadeira sabedoria e inteligência dá de presente (Graça preveniente) ao homem. (Confere Cap. 28 de Jó).

“Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligência.” (Jó 28.28).

A Existência de Deus.

Ao longo da história da humanidade, a ideia ou compreensão da existência de Deus assumiu várias concepções em todas sociedades e grupos já existentes, desde as primitivas formas pré-clássicas das crenças provenientes das tribos da Antiguidade até os dogmas das modernas religiões da civilização atual.

Deus, muitas vezes, é reconhecido como o Criador, O Altíssimo, Senhor do universo, Grande Arquiteto do Universo ou então toma nomes como Deus de Abrão, Deus de Jacó, Deus de Moisés, Javé, Alá e muitos outros.

Teólogos têm relacionado uma variedade de atributos diferentes para concepções de Deus. Os mais comuns entre essas incluem onisciência, onipotência, onipresença, benevolência (bondade perfeita), simplicidade divina, zelo, sobrenatural, eternidade e de existência necessária.

Deus também tem sido compreendido como sendo incorpóreo, um ser com personalidade, a fonte de toda a obrigação moral, o mais excelente, o soberano. Estes atributos foram todos adotados em diferentes graus anteriormente pelos filósofos teológicos judeus, cristãos e muçulmanos, incluindo Rambam, Agostinho de Hipona e Al-Ghazali, respectivamente. Muitos filósofos medievais notáveis desenvolveram argumentos para provar a existência de Deus,[3] tencionando combater as aparentes contradições implicadas por muitos destes atributos.

A maior parte das grandes religiões considera Deus, não como uma metáfora, mas um ser que influencia a existência de cada um no dia-a-dia. Muitos fiéis acreditam na existência de outros seres espirituais e dão a eles nomes como anjos, santos, djinni, demônios e devas...

Em grande parte dos grupos cristãos, o Espírito Santo é uma das três pessoas divinas da Trindade que compõem uma única substância de Deus, isto é, o Espírito tem a mesma natureza essencial partilhada com o Deus Pai e o Deus Filho (Jesus). A teologia cristã do Espírito Santo, ou pneumatologia, foi a última parte da teologia trinitária de ser plenamente explorado e desenvolvido. Por este motivo, existe uma maior diversidade entre os diversos entendimentos teológicos acerca do Espírito Santo do que em relação ao Filho (cristologia) e ao Pai. Dentro da teologia trinitária, o Espírito Santo é normalmente referido como a "terceira pessoa" do Deus Triuno - com o Pai sendo a primeira pessoa e o Filho a segunda.

A existência do Espírito Santo é afirmada no Credo Apostólico. Dele também seria a responsabilidade pela Imaculada Conceição. No Credo niceno (uma elaboração extensa do Credo Apostólico), é afirmado ainda que o Espírito Santo procede de um ou de ambos os outros membros da Trindade. Esta afirmação implica que o Espírito Santo seja co-substancial e co-eterno com o Pai e o Filho.

O Espírito Santo é também afirmado como sendo "Aquele que dá a Vida". Este Espírito Santo é frequentemente interpretado como sendo a mesma entidade que O Anjo do Senhor (ou Espírito do Senhor) referenciado no Antigo Testamento.

Foi o Espírito Santo que implantou a vida em nosso Planeta. “A terra era sem forma e vazia: e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1.2). A vida foi doada por Ele e ela só pode ser gerada de outra vida. Nisto está a soberania de Deus, só Ele pode dar e tirar a vida, por isto foi possível Jesus Cristo ressuscitar, porque Ele possui o poder (a chave) da morte e da vida.

A Fé:

Fé (do latim fides, fidelidade e do grego pistia) é a firme convicção das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêm. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho e provaram algo considerado impossível ao homem. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Confere Hebreus 11.1-3).

A se relaciona de maneira unilateral com os verbos acreditar, confiar e apostar, isto é, se alguém tem em algo, então acredita, confia e aposta nisso, mas se uma pessoa acredita, confia e aposta em algo, não significa, necessariamente, que tenha . A diferença entre eles é que ter é nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor pelo que acredita,confia e aposta.

É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, uma crença popular, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. A fé não é baseada em evidências físicas, e, portanto as alegações da fé não são reconhecidas pela comunidade científica. É geralmente associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros através de relatos. Nesse sentido, é geralmente associada ao contexto religioso.

A se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais e a motivos nobres ou estritamente pessoais. Pode estar direcionada a alguma razão específica ou mesmo existir sem razão definida. Também não carece absolutamente de qualquer tipo de evidência física racional.

Fé é coisa séria, se o fiel não for devidamente orientado sobre a razão da sua fé, facilmente ele cairá no fanatismo, tornando-se presa fácil para os aproveitadores da “boa fé”, tornar-se-a idólatra de ideologias e crendices sem fundamento, gerando as mais espantosas distorções chegando mesmo a estar disposto a dar a vida pela sua “fé” sem saber do porquê de seu sacrifício (verdadeiros homens e mulheres bomba).

Conclusão.

Ao longo de toda a História do Cristianismo, as questões cristológicas têm sido muito importantes na vida da Igreja. A Cristologia era a preocupação fundamental a partir do Primeiro Concílio de Nicéia (325) até o Terceiro Concílio de Constantinopla (680). Ao longo deste período, os diferentes pontos de vista dos grupos da comunidade cristã levaram a acusações de heresia e posterior perseguição religiosa. Em alguns casos, a principal característica distintiva de uma seita é a sua forma de entender a teologia; e nestes casos, é comum que a seita seja conhecida pelo nome dado à sua exegese bíblica.

Tal como é indicado pelo nome "Cristianismo", o foco da vida de um cristão é uma firme crença de que Jesus seria o Filho de Deus, e, portanto, o ‘'Messias ou Cristo’'.

Os cristãos acreditam que, como Messias, Jesus foi anunciado como governante e salvador da humanidade e defendem que Jesus "cumpriu todas as profecias bíblicas que diziam respeito ao Messias do Antigo Testamento". A concepção cristã do Messias difere significativamente da concepção judaica.[6] O núcleo crença cristã é que, através da morte e ressurreição de Jesus, o pecado original dos seres humanos são perdoados, a humanidade passa a ser reconciliada com Deus e, assim, são oferecidas a salvação e a promessa de vida eterna.

Embora tenha havido disputas teológicas sobre a natureza de Jesus, os cristãos geralmente acreditam que Jesus é Deus encarnado e "verdadeiro Deus e verdadeiro homem" (que equivale a dizer que ele tem plenamente as duas naturezas: a divina e a humana). Além de toda discussão mística a respeito da pessoa de Jesus, os Cristãos acreditam que também Jesus foi o maior Mestre de todos os tempos. Assim, podemos entender, que foi Ele quem lançou os fundamentos do humanismo que toma importância a partir do século XV. (P/AViS- 27/04/2010)

terça-feira, 20 de abril de 2010

25- Futuro da Ética.


Introdução.

A ética, no futuro, não virá mais impulsionada pela religião ou pela moral, mas pelas questões de sobrevivência e autopreservação. Tomamos consciência de que precisamos uns dos outros, como náufragos em um mesmo barco e que a credibilidade de nossas ações está passando o tempo todo por uma avaliação de nós mesmos, em relação ao outro que nos observa e influencia nossas vidas, como influenciamos a dele (Big Brother). Teremos então, a ética da sobrevivência que vindo pela via de um compromisso com o individuo trará reflexos positivos na coletividade, transformando o ser humano de individualista em comunitário. Isto tentará superar a desgraça de um eu centrado em si, por um eu em união com o outro tentando organizar melhor o que é de todos.

Quando falamos em futuro da ética, é bom lembrar que no início destas considerações iniciais falamos da situação atual e dissemos: “Somos de opinião que viver dentro da sociedade atual é ao mesmo tempo desconcertante e desafiador.”

A ideia de ser desconcertante e desafiador nos leva, de imediato, a pensar em um estado de crise. A crise vai tomando corpo ao passo em que o mundo vai se encolhendo através dos meios de comunicação. A falta de espaço gera maiores atritos e, em conseqüência, os conflitos vão se tornando cada vez mais graves.

Como já vimos, a inteligência exige cada vez mais conhecimento e o conhecimento gera poder e o exercício do poder exige maior preparação daquele que exerce a autoridade ou a liderança. Assim, a atuação da ética vai tomando maior vulto em todas as áreas da atividade humana.

Ao passo que o homem adquire mais conhecimento, cresce também o seu desejo de liberdade. A vivência em liberdade exige maior racionalidade ou inteligência prática, uma vez que é impossível prever e normatizar todos os fatos novos que a vida, a ciência e a tecnologia propiciam. Nessas condições, impulsionados pelo sentimento de liberdade acabamos ocupando mais espaço e o planeta vai se tornando cada vez mais reduzido para o homem. Estas novas ocupações de espaço fazem com que a vida vá se tornando também mais competitiva e assim os princípios éticos se tornam mais preciosos.

Uma Ética Mundial.

Estas colocações nos levam a pensar que no futuro a ética deverá ganhar uma grande importância para a humanidade. Pois ela deverá contribuir para minimizar atritos que vão surgindo em todas as áreas da atividade humana.

Sabemos que a ideia de uma ética mundial está ganhando espaço entre alguns intelectuais, filósofos, teólogos e pensadores. Tudo indica que no futuro a humanidade deverá obedecer a regras mundiais como se vivesse num jogo de futebol.

Quando pensei nessas coisas pela primeira vez, lá pelos anos 60, elas me pareciam tão absurdas que eu não tinha nem coragem de dizê-las aos meus amigos e ouvintes. Hoje, no entanto, a nova geração de filósofos e teólogos fala disso abertamente e até dão entrevistas e fazem conferências sobre o assunto. Também as pessoas ouvem com naturalidade e as contestações são muito raras e sem expressão.

Para mim o projeto está ficando cada vez mais claro. Penso que ele deverá ser baseado em três princípios básicos, cinco mandamentos e doze regras gerais.

Primeiro: Os três princípios básicos de uma ética mundial serão:

a) Não fazer ao próximo o que você não quer que faça a você mesmo. Este é um princípio muito antigo, ditado por Confúcio e repetido por Jesus Cristo.

b) O relacionamento humano deve ter como base; a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Esta é a base dos direitos humanos aprovados pela ONU em 20 de junho de 1945.

c) Há de se estabelecer e respeitar os direitos internacionais dos animais e da natureza. É preciso convencer a humanidade da superioridade dos animais e da natureza, uma vez que eles sobreviverão sem o homem ao passo que o homem não poderá viver sem eles.

Segundo: Os cinco mandamentos de uma ética mundial serão:

a) Não matar. Mas aí cabe uma interpretação mais ampla, não se deve torturar ou infligir dor ao outro.

b) Não mentir, que inclui não enganar e não levantar falso testemunho, mas agir sempre de maneira veraz.

c) Não roubar, não cometer corrupção, não falsificar, mas agir de maneira honesta.

d) Não abusar da sexualidade, há que manter o respeito mútuo. Homem e mulher têm direito à igualdade.

e) Não contestar e nem insinuar dúvidas quanto aos princípios básicos da ética mundial. Eles deverão ser considerados como o tripé de sustentabilidade da ética e como tais aceitos como um dogma sagrado.

Terceiro: As doze regras gerais para uma ética mundial:

Primeira Regra: Os critérios de reconhecimento de um estado independente serão aprovados por um órgão internacional (a ONU é um bom modelo a ser seguido para o reconhecimento de um órgão internacional supremo - OIS).

Segunda Regra: Nenhum estado independente terá o direito de se declarar em estado de beligerância contra outro estado independente. Todas as questões serão decididas no OIS.

Terceira Regra: Toda a estrutura mundial se organizará em três Câmaras: Câmara Executiva: Câmara Legislativa e Câmara Judicial.

Quarta Regra: Os estados independentes serão divididos em três níveis geográficos: Nível Nacional, Nível Regional (Estados) e Nível Local (Municípios).

Quinta Regra: Todo cidadão tem direito ao emprego, cabendo ao estado prover de meios para que nenhum cidadão fique ocioso, mesmo os prisioneiros em geral que deverão produzir para o seu sustento e de sua família.

Sexta Regra: Nenhum estado independente poderá adotar a pena de morte. Quando a Justiça concluir pela incompatibilidade de um cidadão, poderá ser aplicada a pena de “ostracismo” com o isolamento total do indivíduo de seu “habitat” natural.

Sétima Regra: Ninguém será obrigado a prestar culto a qualquer Deus ou credo religioso. A liberdade de consciência e expressão será garantida a todo cidadão desde que o faça dentro das regras do respeito e da tolerância e que não ponha em risco a paz e a tranquilidade dos demais e nem ameace a segurança do estado. Cada um responderá diante da justiça pelo que afirmar ou praticar, não havendo imunidade para nenhum cidadão. Realmente todos serão iguais diante da lei.

Oitava Regra: O cidadão poderá se unir em Associações filantrópicas, religiosas, recreativas, culturais e outras, porém fica vedado ao estado investir nestas associações, devendo elas serem mantidas pelos próprios associados e prestar relatórios periódicos aos órgãos de defesa dos direitos humanos.

Nona Regra: Toda a estrutura do estado, em todos os níveis deverá primar pela transparência, simplicidade e eficiência. As arrecadações a favor do estado serão sempre em função de produção, ficando impedido qualquer tributo sob as importâncias distribuídas aos cidadãos em consequência de serviço prestado, quer privado ou público.

Décima Regra: Não haverá exploração comercial nos atendimentos da educação, da saúde e da segurança. Estas atividades serão de exclusiva competência do estado que garantirá aos cidadãos o atendimento gracioso.

Décima Primeira Regra: A moeda será unificada e os salários serão controlados de tal forma que o maior salário não passará de quinze vezes o valor do menor salário.

Décima Segunda Regra: Não poderá haver impunidade para a quebra destes princípios, mandamentos e regras gerais. A Lei deverá ser rigorosa e a justiça ágil em fazer cumprir as normas punitivas. Não se admitirá Juízes inexperientes. O cidadão para exercer a função de Juiz terá que passar por um bom período probatório de defensor das Leis de defesa do cidadão, dos animais e da natureza e só depois de aprovado nas teorias da filosofia e do direito; deverá ser eleito por um Conselho de Juízes do nível de um Supremo.(Leia 21 teses sobre os fundamentos de uma Ética Mundial do autor Monografia – 1986).

Claro que isso tudo depende de um longo processo educacional, que deve começar cedo, com as crianças na escola. Eu sei que a maioria considera uma insanidade, tais propostas, mas estou convencido de que o Criador nos colocou no universo para dominá-lo e transformá-lo no paraíso que está dentro de todos nós. Pode não ser este o melhor modelo, estas as melhores regras, mas que já é tempo de levantar esta discussão, não resta a menor dúvida, pois se assim não o fizermos o Criador com todos os seus anjos e arcanjo levantará e nos imporá uma solução através da dor e da tragédia. Lembrai-vos dos tempos de Noé. (Gênesis Capítulo 6).

Conclusão:

“Uma ética mundial conseguiria conciliar as diversas expressões religiosas e ideológicas, criando possibilidades para o surgimento de uma moral em que todos viveriam em solidariedade e respeito mútuo, permanecendo cada um fiel a seu pequeno tanque?”

O pensamento niilista nos desafia a rever, conceitos e princípios milenares a fim de que possamos nos preparar para o ingresso em uma nova ordem mundial neste terceiro milênio. O ingresso nessa nova ordem só terá sentido e contribuirá para a evolução da humanidade se for conseguida por meios éticos, pacíficos e solidários. Daí a importância de refletir sobre os princípios éticos que têm conduzido o homem em seus diversos relacionamentos

A partir deste conceito vamos considerar o seguinte:

O homem não é só instinto. O homem é também pulsão. Talvez seja o único ser vivo animado sujeito a erro. Não é meu papel aqui questionar o porquê, mas por isto mesmo o psíquico humano precisa de toda uma estrutura e uma série de complexidade para se ordenar. O que rege a ordem psíquica é a LEI do PAI, razão desse salto singular do homem, da natureza para a cultura. Portanto, qualquer agrupamento social, por mais simples que seja, exige regras, normas de conduta, LEIS. Precisamos sair do lugar onipotente, de pensar que somos grandes porque temos leis. Temos leis porque somos menores.

Assim, cada cultura, em cada tempo, motivada pelo seu instinto natural e comum a todos os humanos institui suas leis escritas, formando seu ORDENAMENTO JURÍDICO. Nesta ordem jurídica está o Direito. Direito à vida, à morte. O Direito e o Errado. Em cada cultura o Direito é normatizado de acordo com a sua ÉTICA. O Direito não é aquilo que É, mas aquilo que deve ser.

Eu penso que o processo da globalização não tem como ser revertido, mas pode sim, ser mudado. Acredito na mudança da consciência. Um exemplo concreto é que, há alguns anos, não se falava em combater o fumo, prática comum em todos os lugares, inclusive em aviões. Hoje, já não é assim. Então, entendo que há como direcionar a globalização, mesmo que seja um processo lento. Começa com poucas pessoas, depois a ideia se difunde entre cientistas, repercute entre educadores, cresce mais e mobiliza políticos. Depois acontecem as transformações na esfera legal, concretizando a visão que, inicialmente, era de poucos. Segundo algumas informações recentes, o projeto da ética mundial já está em discussão na Alemanha, Suíça e na Áustria. Cabe a cada um de nós irmos lançando a nossa luz por menor que pareça. Cristo disse que o Reino dos Céus é como uma pequena semente, que se lançada em boa terra, germina, cresce e dá muitos frutos. Por isso, se desejamos contribuir para o bem da humanidade não podemos nos esmorecer e, principalmente se estamos comprometidos com o Cristo, pois ele não desistiu, foi fiel a sua missão até a morte de cruz, a mais humilhante de todas as mortes. Que Deus nos ilumine e nos revele caminhos para que a humanidade possa encontrar com o seu destino em breve e assim o Cristo voltará em glória como prometeu. (P/AViS-20/04/2010).

terça-feira, 13 de abril de 2010

24- A Ética da Solidariedade.

Introdução.

Vivemos numa sociedade de consumo, onde parece ser melhor aquele que mais tem, que mais mostra, que mais gasta.

Será importante ter sucesso na vida, não ter problemas de dinheiro, passar boas férias se virarmos a cara quando passamos por um mendigo que nos estende a mão? Se ficarmos indiferentes ao ver nos noticiários velhos a «viver» em barracas em condições desumanas? Se mudarmos de canal quando estamos a jantar e passam imagens de crianças desnudas e desnutridas nos países de 3º mundo?

É verdade que pouco podemos fazer para inverter a situação em que o mundo se encontra, mas podemos ser solidários com o pequeno mundo que nos rodeia, um mundo menor que se cinge ao nosso campo de ação no dia a dia.

Não é necessário canalizar o nosso salário para os pobres. O serviço que podemos prestar à sociedade é vasto e o mais importante nem sempre é dar dinheiro, embora o seja por vezes necessário.

É solidário aquele que trabalha como voluntário numa associação de solidariedade social uma ou duas vezes por semana, sem receber nada. É solidário aquele que procura alegrar uma tarde de um Lar de Idosos ou de um Jardim de Infância. É solidário aquele que encaminha um jovem desconhecido para um Centro de Recuperação. É solidário aquele que socorre um mendigo embriagado caído no chão e chama a ambulância para socorrê-lo. É solidário aquele que ouve os desabafos de alguém que errou muito na vida, sem o julgar. É solidário aquele que perdoa. É solidário aquele que dedica algumas horas por semana para instruir alguém.

Desde muito pequenas que as crianças, nas suas brincadeiras, são ensinadas a dar e não a tirar, quando brincam com os seus brinquedos e os dos outros. Muito mais importante do que ter é SER. Os amigos verdadeiros amam-nos pelo que somos, não pelo que temos.


Solidariedade Social

Para que deitar fora aquela roupa que já não usamos e que está praticamente nova, quando há pessoas na nossa comunidade passando frio? Por que fazer um jantar com três pratos principais quando, no mesmo dia, negamos um prato de sopa a alguém que tinha fome? Por que colocar o lixo todo no mesmo saco, por preguiça, aniquilando o processo de reciclagem, que contribui para um mundo melhor? Por que recusar levar alguém a casa porque gastamos gasolina?

A solidariedade social é a condição que resulta da comunhão de atitudes e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço numa unidade sólida capaz de resistir forças demolidoras e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face das resistências vindas de fora. Gostamos de criticar as autoridades como se elas fossem as únicas responsáveis pelos desmandos da sociedade e esquecemos que também somos responsáveis. Sabemos cobrar os nossos direitos, mas não atentamos para o cumprimento dos nossos deveres.

Onde Falhamos?

Falhamos nas coisas pequenas, achando que elas não significam nada.
Vejamos dois textos que acabei de receber de meus correspondentes e que dizem muito bem do que somos capazes:


Primeiro:

Assunto: 11 mandamentos

A chave para a solução dos problemas atuais do Brasil pode ser a mesma que o prefeito de New York usou há uma década. Veja os 11 mandamentos:

01. Você acha um absurdo a corrupção da polícia?
Solução: NUNCA suborne, nem aceite suborno!

02. Você acha um absurdo o roubo de carga, até mesmo com assassinatos dos motoristas?
Solução: EXIJA a nota fiscal em TODAS as suas compras!

03. Você acha um absurdo a desordem causada pelos camelôs?
Solução: NUNCA compre nada com eles! A maior parte de suas mercadorias são produtos roubados, falsificados ou sonegados.

04. Você acha um absurdo o poder dos marginais das favelas?
Solução: NÃO compre nem consuma drogas!

05. Você acha um absurdo o enriquecimento ilícito?
Solução: Denuncie à Receita Federal aquele vizinho que enriquece repentinamente. Não o admire, repudie-o.

06. Você acha um absurdo a quantidade de pedintes no sinal ou de flanelinhas nas ruas?
Solução: NUNCA dê nada.

07. Você acha um absurdo que qualquer chuva alague a cidade?
Solução: Só jogue o LIXO no LIXO.

08. Você acha um absurdo haver cambistas para shows e espetáculos?
Solução: NÃO compre deles, nem que não assista ao evento.

09. Você acha um absurdo o trânsito da sua cidade?
Solução: NUNCA feche o cruzamento.

10. Você acha um absurdo o poder e a influência econômica de países estrangeiros ?
Solução: Prestigie a indústria brasileira, dentro do que lhe seja possível.

11. Você está indignado com o desempenho de seus representantes na política?
Solução: Nunca mais vote neles e espalhe aos seus amigos seu desalento e o nome dos eleitos que o decepcionam.

Estamos passando por uma fase de falta de cidadania e patriotismo, apesar do excesso de nacionalismo. Precisamos mudar nosso comportamento para que possamos viver num país onde tenhamos orgulho de dizer:
- EU SOU BRASILEIRO !
Ficando parado, você não contribui com nada. Portanto, não pode reclamar.
Pratique os pontos com os quais você concordou e tente praticar também os que você não concordou.


Segundo:

Ta reclamando do Wellington Salgado? Do Sarney? Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Jucá? Do Presidente? Do Kassab? Do Arruda? Dos Deputados? Dos Senadores?
Brasileiro reclama de quê?

O Brasileiro é assim:

1. Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. Fala no celular enquanto dirige.

6. Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. Viola a lei do silêncio.

9. Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. Faz " gato " de luz, de água e de tv a cabo.

14. Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.

16. Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17. Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

18. Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

21. Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

22. Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28. Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

31. Estaciona o carro em lugar proibido e diz que é só por cinco minutos e só volta duas ou três horas depois.

32. Ao adquirir qualquer objeto você quer sempre o mais barato sem levar em conta a sua origem, não importando quantos abusos e injustiças foram cometidas na sua confecção.

33. Quando você negocia com pessoas simples que muitas vezes produzem artigos de forma artesanal, usa de argumentos persuasivos para conseguir vantagens, aproveitando da sua fragilidade.

34. Você ensina aos seus filhos e pratica na presença deles pequenas gentilezas, tais como, oferecer o seu lugar aos idosos no ônibus, dizer por gentileza, muito obrigado, etc?

35. Manda seu filho dizer no telefone que você não se encontra em casa, quando não há interesse em atendê-lo?

E quer que os políticos sejam honestos?... Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas?... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? Brasileiro reclama de que, afinal? E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então, sugiro que adotemos uma mudança de comportamento,começando por nós mesmos, onde for necessário!

Vamos dar o bom exemplo!

Espalhe essa ideia!


"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."


Solidariedade Brasileira

As atividades solidárias fazem parte da cultura brasileira, fato este que vem amenizando algumas carências da parcela de menor - ou nenhum - poder aquisitivo da população, porém que reflete, também, uma característica notável no povo brasileiro: a solidariedade – capacidade de compartilhar dos sofrimentos de outras pessoas e, literalmente, colocar a mão no bolso para ajudá-las. Comprovando a solidariedade de nosso povo, instituições criadas exclusivamente para esse fim existem em grande número, em praticamente todas as cidades brasileiras. Além de arrecadar e distribuir entre os carentes alimentos, agasalhos, etc., essas instituições normalmente concentram seus trabalhos com crianças, promovendo sua educação e, com idosos, amparando-os e promovendo sua socialização. Observa-se, então, que a solidariedade ultrapassa o âmbito da ajuda financeira, realizada através da doação de alimentos, roupas, remédios, e chega ao âmbito da educação. Seja essa educação formal ou não formal, o objetivo é sempre educar as crianças e adolescentes para a vida, de modo que elas se tornem cada vez mais independentes e possam, em um curto espaço de tempo, ajudar ao invés de serem ajudadas. E nessa tarefa as instituições de solidariedade/caridade têm sido exemplares, contribuindo, juntamente com as igrejas e outras organizações sociais, na obrigação do Estado de regular a sociedade.
É bem sabido que essas atividades não resolvem definitivamente os problemas sociais, que, em última análise, têm sua origem na distribuição da renda no país. Porém, servem para amenizar a situação de calamidade de muitas famílias, dando comida a quem não a tem e, principalmente, oferecendo esperanças e perspectivas de uma vida melhor para muitas pessoas.


Conclusão:

Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que surja dentro da sociedade um tipo de solidariedade que podemos denominar de solidariedade mecânica.
“Há importantes estudos sociológicos realizados pelo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra intitulada A Divisão do Trabalho. Sua tese é de que a sociedade era mantida coesa por duas forças de unidade. Uma em relação a pontos de vista semelhantes compartilhados pelas pessoas, por exemplo, valores e crenças religiosas, o que ele denominou de solidariedade mecânica. A outra é representada pela divisão do trabalho em profissões especializadas, que foi denominada de solidariedade orgânica.”
A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual muito mais livre e responsável.
Se não tomarmos consciência de nossas carências solidárias para gerar uma ética com base no respeito, na tolerância e no amor por nossa própria iniciativa, com certeza o Criador, através de suas leis naturais promoverá circunstâncias trágicas que nos levará a isso. Foi assim no Tempo de Noé (Gênesis 6.1-12). Jesus também vislumbra essa possibilidade quando fala do tempo do fim (Marcos 13.7, 8 e 12.). (PAViS-13/04/2010).

terça-feira, 6 de abril de 2010

23- A Ética dos Relacionamentos.

Introdução.

O homem é movido pela inteligência, que faz com que ele vislumbre muitas possibilidades diante dos problemas que lhe são apresentados pela vida. A inteligência é a marca de Deus em toda a sua criatura. Todo ser criado, gerado ou existente possui determinado nível de inteligência. Através dela cada ser tem consciência de seu objetivo e se prima por cumpri-lo com a maior eficiência possível. Coube ao homem o mais alto nível dessa inteligência e assim ele consciente de seu objetivo final se esforça para alcançá-lo, ou seja, “o de ser imagem e semelhança do seu criador”. Até mesmo o ateu se esmera para fazer o bem e desenvolver uma consciência coerente no uso dos recursos disponíveis no seu tempo e no seu “habitat”. Mesmo ele confessando uma total incredulidade a respeito do criador, negando-lhe um nome ou uma fé, ainda assim ele tudo faz para se tornar semelhante a ele, pois esta é a marca que através da inteligência o Criador incutiu em sua natureza.

Nem sempre a verdade é única como alguns pensam, assim como também existem muitas soluções para um mesmo problema. Mas, pela sua própria natureza, o homem possui uma inteligência prática, que vai se formando no decorrer da vida, acumulando o que chamamos de experiência. Assim, a inteligência prática é a potência humana que atua no campo específico da moral. Trata-se de um campo prático, o agir. A ética cuida da atuação ou conduta do homem, daquilo que o homem quer fazer e faz. O homem no uso da sua inteligência prática, prepara suas ações, pratica e sabe com a mesma inteligência prática, se fez o bem ou fez o mal. A isso chamamos de consciência. O problema é que nem sempre a consciência individual é a mesma consciência coletiva. Por isso o homem não pode ser o seu próprio juiz, havendo necessidade de uma lei moral que defina para o grupo o permissível e o não permissível. Assim a consciência moral é uma das determinantes fundamentais do relacionamento do homem em todos os níveis. É essa consciência que vai fazer com que uma pessoa saiba respeitar, não só as outras pessoas, mas também os animais, os rios, os jardins e o ar que respiramos. É ela que vai determinar a responsabilidade profissional de um médico, de um sacerdote, de um gari e até mesmo de um mendigo que pede esmolas pelas ruas de casa em casa. A consciência moral, assim como a inteligência prática, é de pleno acesso a todo ser humano.

A Busca de Novos Paradigmas.

Neste breve estudo, tomamos o termo “paradigmas” no sentido de padrão, modelo ou protótipo. Vivemos numa época em que o homem busca ansioso novos paradigmas para explicar e normatizar as novas verdades e situações que surgem a todo instante com o desenvolvimento tecnológico e social.

Assim, o lícito e o ilícito, o vício e as virtudes se tornam cada vez mais difusos e etéreos dentro de uma sociedade cujos princípios morais se encontram em constante avaliação e revisão.

A ética tradicional contribui para fixação de novos princípios que venham facilitar o relacionamento entre as pessoas e os grupos de pessoas.

Quando falamos em novos paradigmas, estamos tentando novas abordagens que vão além do mero Ser humano (pessoas e grupos) e atingir novos horizontes tais como a ecologia, a política, a biologia, enfim, todos os segmentos científicos e sociais pelos quais o nosso planeta é atingido.

A seguir apresentamos algumas definições e considerações de diferentes autores sobre o significado da palavra Moral. Vale destacar que alguns a igualam a Ética, mas o importante é saber que atualmente ambas têm significados e usos diferentes entre si.
A palavra Moral tem origem no latim - morus - significando os usos e costumes.
Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas.

Segundo Augusto Comte (1798-1857), "a Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas." Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros.
Para Piaget, toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.
Eu sei o que é moral apenas quando eu me sinto bem ao fazê-lo e o que é imoral é quando eu me sinto mal.
Abrangências da Ética:

Podemos entender a abrangência da ética em três abordagens distintas:
a) Ética Normativa;
b) Ética Teleológica;
c) Ética Situacional.

Ética Normativa – é a ética moral que se baseia em princípios sábios e regras coerentes e fixas, atingindo o homem integral (corpo, espírito e alma), as atividades profissionais, religiosas e científicas.

Ética Teleológica – ética imoral – baseia-se na especulação imediata dos fins e dos meios disponíveis. Não importa os meios, o importante é o fim. Interpretação das estruturas ou normas em termos das conveniências imediatas (utilitarismo), exacerbação da utilidade.

Ética situacional – ética amoral – baseia-se nas circunstâncias por mais irracionais que sejam. É uma reação irracional baseada no “tudo vale”, diante de fatos ou momentos previsíveis ou não (torcida no campo de futebol).

Costuma-se dizer que a ética é algo que todos sabem, mas que não é fácil de explicar. Isto ocorre justamente porque ela está muitas vezes na dependência de fatos e sentimentos abstratos.
Ela deve ser considerada a partir de algumas dicotomias, tais como: (Maniqueísmo):

- A verdade e a mentira;
- O bem e o mal;
- O amor e o ódio;
- A recompensa e a cobrança;
- O crédito e o débito;
- O moral e o imoral;
- O positivo e o negativo;
- As trevas e a luz;
- O céu e o inferno;
- O direito e o dever e muitas outras.

A sua aplicação é infinita, principalmente quando nos dispomos a considerar novos paradigmas, isto é, novas formas, novos modelos, o que significa possibilidades de mudanças. As mudanças são traumáticas e exigem cautelas.

Diversos Relacionamentos.

Nesta oportunidade somos desafiados a cogitar sobre a ética em diversos relacionamentos:

a) Relacionamento consigo mesmo;
b) Relacionamento com o Sagrado
c) Relacionamento com o meio Ambiente;
d) Relacionamento com o Outro.
e) Relacionamento com o Poder.


As Instituições Religiosas, de um modo geral, pelas suas tradições milenares e seus rituais, facilitam a prática da ética. As questões que surgem são em regra geral de ordem comportamental de seus membros que às vezes não observam suas leis e costumes.


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Conclusão.

“A ciência e a religião não estão em conflito, pois seus ensinamentos ocupam domínios completamente distintos. Eu acredito, de todo coração, em um pacto respeitoso, até mesmo amoroso no futuro..."
Bem, o que são esses dois domínios completamente distintos, esses "Magistérios Não-sobrepostos" que deveriam se abraçar em um pacto respeitoso e amoroso?
"A área da ciência cobre o universo empírico, analisando o de que é feito (fato) e porque ele funciona dessa maneira (teoria), tentando tirar o homem da ignorância das leis que governam a matéria da qual ele próprio e todas as coisas que o envolvem e se mostram visíveis são feitas (materialismo). A área da religião se estende sobre questões de valor moral e espiritual, buscando convencer a criatura da necessidade de se religar ao seu criador (espiritualismo)”.
De um modo geral, todos reconhecem que a religião tem conhecimentos especiais a oferecer em questões morais nestes dias tão contraditórios e “niilistas”. Até os não-religiosos aceitam essa afirmação sem questionar, provavelmente fazendo das tripas coração para admitir esta verdade.
A pergunta "O que é certo e o que é errado?" é uma pergunta genuinamente difícil que a ciência certamente não pode responder. Dada a premissa moral ou a crença moral a priori, a disciplina importante e rigorosa da filosofia moral secular pode perseguir modos de raciocínio científicos e lógicos para apontar implicações escondidas de tais crenças e inconsistências escondidas entre elas. Mas as premissas de moral absoluta devem vir de outro lugar, presumivelmente de convicção não discutida. Ou, pode ser esperado, da religião - significando alguma combinação de autoridade, revelação, tradição e escritura.
Infelizmente, a esperança de que a religião pode prover um alicerce, de onde nossa moral, outrora baseada em areia pode ser derivada, é uma coisa vã. Na prática, nenhuma pessoa civilizada quer usar uma escritura como autoridade suprema e muito menos uma instituição cuja história não é fiel às aspirações de seu fundador, Jesus Cristo. Aqui estamos enfatizando as incoerências entre a prática cristânica e os ensinamentos de seu fundador, porém o princípio se aplica a todas as grandes religiões existentes em nossos dias. Por isso estamos cada vez mais convencidos de que os nossos relacionamentos precisam ser revistos com urgência. Caso contrário, o terceiro milênio trará para a humanidade uma ética forjada na tragédia, cujo custo em vidas e sangue será incalculável.
Que Deus dê aos grandes líderes deste século uma visão capaz de discernir que a paz do mundo, humanamente falando, só poderá ser resgatada através de um relacionamento cujos princípios estejam firmados no amor, na solidariedade, na verdade e na liberdade.(P/AViS- 06/04/2010).