segunda-feira, 28 de junho de 2010

Breves Reflexões 002/100

02- O CAMINHO BIOLÓGICO

Para que você chegasse aqui, além de todos os cuidados que falamos na mensagem anterior, foi necessário também muito amor a fim de que sua vida se revelasse e você adquirisse o direito pleno de viver.

O salmista afirma que você foi objeto do amor de Deus desde o ventre de sua mãe (Sl 22.9 e l0). Isaias disse que foi chamado desde o ventre de sua mãe, onde o Senhor o formou e expressa sua confiança no Senhor que o ajudará para sempre. (Is 44.2; 49.1).

O início de tudo foi o amor que uniu seus pais, permitindo sua fecundação. A partir daí fenômenos maravilhosos ocorreram, com já vimos, até que você viesse à luz. Após a fecundação, você foi acolhido pelo útero de sua mãe e dentro de cinco ou seis dias, pelo processo de nidação você já estava, confortavelmente, instalado com todo conforto e garantia de assistência total. De forma sublime e graciosa, era o início da graça de Deus operando a seu favor.

Mais uma semana e os seus órgãos começaram a ser definidos e o seu sistema nervoso começou a se manifestar. É algo maravilhoso que desafia a ciência, os filósofos, religiosos e poetas, a inteligência que conduz este processo.

Em mais ou menos dezesseis semanas os seus órgãos já estavam definidos e você se transformou em feto e já gozava da proteção da lei dos homens, que de um modo geral proíbe a sua retirado do útero (aborto provocado) e a própria natureza também te dá maior proteção tornando-se mais difícil a sua expulsão do útero (aborto natural). Você já aprendeu a se defender e batalhar pela sua sobrevivência, possui alma, isto é, capacidade de se movimentar. Isso é emocionante, um mistério Divino.

Com vinte e sete semanas você já é capaz de pronta reação diante de qualquer ameaça e pode ter algumas sensações e até reagir ao pensamento de sua mãe, possuindo inclusive a capacidade de sentir dor.

Daí em diante o processo se acelera e por volta de mais ou menos onze semanas você está pronto para vir ao mundo. É um momento de muita emoção. Pais, avós, tios e amigos ficaram ansiosos por sua chegada. Tudo isto ocorreu como resultado de muito amor e dedicação de muitas pessoas, algumas até mesmo totalmente desconhecidas tais como médicos, enfermeiras e outros. Você recebeu de presente a vida, você não pediu e nem te perguntaram se você queria nascer. Não te deram chance de opinar sobre os pais que você teria, nem o país que você nasceria, foi tudo decidido por um poder superior, que é soberano e não se submete. A este poder o homem primitivo chamava de Criador ou Deus Altíssimo. A sua chegada aqui foi apenas a manifestação da vida e do amor que são a essência do Altíssimo. Deus é AMOR. (I Jo 4.8b). Eu te convido para refletir em seguida sobre mais este mistério em Além do Biológico.

Que este seja um momento especial para a sua vida.

Seu irmão e servo Ev. Alfredo Vieira

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Breves Reflexões - 001/100

01- VENCEDOR NATO

Há algum tempo, em algum lugar, duas vidas se uniram diante de um altar com a bênção divina e numa relação íntima de amor entre elas. Milhões de espermatozóides na mais empolgante competição pela vida iniciaram uma corrida para vir a este mundo e você estava lá. Foi tudo tão perfeito que nenhum cientista, nem poeta ou filósofo puderam entender e descrever com exatidão aqueles quarenta minutos de sublime disputa. Mas o importante é que você venceu por isto já começou a vida como UM VENCEDOR.
Você não estava sozinho. Iam com você milhares de espermatozóides reunidos em verdadeiros batalhões para garantir o seu sucesso. O batalhão dos fecundadores. Os seus competidores iam devidamente equipados para a fecundação. Eram protegidos por uma armadura especial que foi deixada fora do óvulo, assim que houve a fecundação. Outro Batalhão, o dos protetores iam torcendo por vocês e oferecendo apoio e proteção a fim de que nada interferisse na competição e que tudo corresse dentro das normas não permitindo que houvesse qualquer prejuízo aos competidores. Finalmente seguia um outro batalhão, o dos bloqueadores, aguardando o final da competição, a fim de bloquear o óvulo e não permitir a entrada de qualquer intruso após a sua vitória.
Talvez neste momento você esteja atravessando um momento de crise e se sentindo um perdedor saiba, porém, que você pode não ter conquistado um primeiro lugar na faculdade, no colégio, num curso, pode não se sentir como o filho mais amado e mais querido. O seu valor pode não estar sendo reconhecido no trabalho, no meio dos amigos ou parentes; você pode estar se sentindo um derrotado na vida. Pode até mesmo ter acontecido um acidente e naqueles quarenta minutos de competição e você ter chegado a este mundo com alguma necessidade especial.
Mas lembre-se: de uma maneira ou de outra, na corrida pela vida você chegou na frente. Você chegou campeão! Lembre-se também que naquele momento Deus te ajudou e que ele continua pronto para te ajudar. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Hb 13.8).
Finalmente lembre-se de que Deus tem um propósito especial e maravilhoso para sua vida. Ele está te chamando e insiste: “Não temas porque Eu estou contigo, não te assombres, porque eu sou o teu Deus, Eu te esforço e te ajudo, Eu te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41.10). “Esforça-te, e tem bom ânimo”. (Josué l. 6).

Que este seja um dia especial para sua vida.
Seu irmão e servo Ev. Alfredo Vieira

terça-feira, 8 de junho de 2010

30- Conclusão Geral

Introdução.

“Você gostaria de considerar um desafio deste, estaria sujeito a considerar sua camisa envelhecida e pronto (a) para vestir novas indumentárias? Se estiver, então você é meu (minha) convidado (a) para compartilhar novos textos que estão por vir. (P/AViS-25/08/2009-3ª feira).”

Com este desafio demos início às nossas reflexões em agosto de 2009. Agora estamos chegando ao final. Muitas coisas foram escritas e consideradas, coisas que em alguns países eu não teria escrito e em outros tempos até mesmo aqui em nosso Brasil também eu não poderia escrever. Isto acontece por quê? Porque vivemos em um regime de liberdade de expressão do pensamento. Por isso temos que fazer justiça e dizer que devemos isto aos niilistas, sobre os quais fizemos diversas considerações nos primeiros textos. Pois foram eles que romperam as amarras que impediam o pronunciamento livre. Para isto muitos até deram suas vidas e este sacrifício não foi em vão. Estamos hoje colhendo os seus frutos, e podemos dar uma viva à liberdade que temos e que, infelizmente, nem todos a tem. Este foi o primeiro grito do homem ao adquirir consciência de sua existência. Todos os seres vivos carecem de liberdade para sobreviver e progredir, não pode haver verdadeiro progresso sem liberdade. Daí os quatro grandes princípios defendidos pelos pensadores desde a antiguidade: a liberdade; a verdade; a igualdade e a fraternidade. Assim para encerrarmos estas reflexões convidamos ao prezado leitor para refletir sobre os seguintes temas:

a) A Escravização do Homem.
b) O Mundo Atual.
c) Possibilidades para um Novo Mundo.
d) A Fórmula Trinitária Cristã.
e) Uma Batalha Espiritual.
f) A Vitória Final.

A Escravização do Homem

Existem muitos instrumentos de escravização do homem. Os principais são: o poder (a lei do mais forte); a idolatria (uma fé baseada em personalidades, objetos ou ideologias); a falta de conhecimento (a comercialização da educação); a religiosidade (uma religião que usa o nome de Deus para classificar as classes sociais ou se submete à vontade do mais forte) e muitas outras.
Antes de abordar o tema principal deste texto, queremos, desde logo, esclarecer que, a escravidão aqui tratada é um gênero de muitas espécies, não estando, portanto, restrita sob uma determinada forma, ou, atrelada a uma única ideia. Nossa intenção é expor o assunto, demonstrando que a “escravidão” permanece viva até nossos dias, mascara-se e toma novas formas, mas dentro da conjectura societária atual continua tão viva como nos tempos dos gregos e romanos.
Pois bem, numa visão muito mais ampla, a escravidão, hoje, se aproxima da ideia que embasa o conceito de “Castas”, na Índia. Onde, há sim uma distinção social entre os indivíduos, mas não, necessariamente, restrita à questão da raça, como ocorreu na época da colonização do Brasil, em que os negros foram escravizados, bem como os índios o foram durante certo tempo. Estes últimos, libertos tão-somente, por força da alta taxa de mortandade, o que encarecia o processo como um todo e, consequentemente, reduzia substancialmente o lucro.
Aqui cabe um parêntese para questionar esta forma diferenciada de escravidão, distante da velha ideia de aprisionamento ou confinamento. A escravidão que começamos a descrever é um critério impeditivo de expansão social, que tolhe oportunidades, que fada o indivíduo à detenção sem grades ou grilhões. E, talvez, esta obscuridade, torne esta escravidão ainda mais agressiva ou violenta, porque não aspira abolição.

Hoje, os escravos são extremamente baratos e abundantes, e assim descartáveis. Historicamente, o investimento de comprar um escravo incentivava ao “senhor” lhe fornecer um padrão do mínimo de cuidados, assegurando assim, um escravo saudável o suficiente para trabalhar e gerar lucro. Hoje o interesse não está em “possuir” escravos, somente em controlá-los, sendo interessante explorá-los pelo período em que eles próprios se mantiverem rentáveis. A maior desgraça que podia acontecer era o escravo ficar sem dono.
“Porque, antes, o escravo era um ‘bem’ caro e raro, e por isso mesmo merecedor de certos cuidados. Mas, nos tempos que correm, a própria lei da oferta e da procura se encarregou de baratear e de desvalorizar o “produto”. Com a explosão demográfica, o aumento da pobreza e da exclusão social geradas pelo sempre crescente alargamento do fosso que separa ricos e pobres, o torrencial fluxo de imigrantes que se sujeitam a tudo para tentarem encontrar na metade abastada do mundo um modo qualquer de subsistência, “matéria-prima” não falta. E se o escravo moderno enfraquece ou adoece, arranja-se outro. Que as prateleiras dos armazéns globais estão cheias de gente desesperada”.
De tal modo, percebemos que escravidão, sob qualquer foco, não é uma problemática atual, tampouco, inteiramente social; há sempre um estreitamento entre as questões sociais e as políticas e a convergência de ambas à cidadania.
Indaga-se, pois, no que consiste a escravidão vivida em nossos dias? Se tomarmos a palavra, afastada de todo e qualquer neologismo, encontramos uma semântica que aponta para: subjugo, servidão, sujeição e tirania. E, a partir daí, insurge-se uma nova perquirição: Somos todos inimputáveis a esta patologia sócio-cultural? De pronto, surge uma resposta, e, embora, imediata, nada leviana: Não!
Ora, se a realidade do mundo globalizado nos impõe uma universalidade de oportunidades, ao mesmo passo, impõe também, o ranço e o mofo da escravidão.
Concluímos convictos de que, a escravidão permanece intacta, e assim estará, enquanto o número de propriedades expressarem e representarem valores humanos; estará vigente, sempre e quando, o homem for impedido de ascender socialmente; enquanto for marcado como gado pelo estigma que o fada ser àquilo que foram seus antepassados; estará à vista e à mostra no poderio econômico-financeiro que suplanta talentos; far-se-á evidente na essência ainda faminta do homem que trabalha tão-somente pela troca injusta do alimento; mas, acima de tudo, lançará ao rol dos culpados aquele que, diante de melhor “sorte”, encilha seres de sua própria espécie, para um galope alucinante, pelos campos verdes: do poder, das posses e privilégios.




O Mundo Atual

O mundo nas últimas décadas passou por uma revolução tecnológica em diversas áreas com um desenvolvimento surpreendente. Porém, ultimamente observamos que há várias crises que tendem ao caos, sejam pelas guerras, atentados terroristas, crise política e social em vários países, violência nas grandes cidades, além das alterações climáticas na natureza.
Será que tudo isso surgiu do nada, ou há algo encoberto por trás de todas essas crises?
Ao fazermos uma análise da evolução pela qual o mundo passou pelos últimos 50 anos, ficaremos surpresos com o avanço científico e tecnológico em várias áreas, como na medicina, informática, nas inovações em aparelhos eletrodomésticos que facilitam a vida cotidiana. Não precisa ir muito longe, basta pensar na vida que seus avós ou bisavós viveram; não havia celular, somente os mais ricos e privilegiados na década de 50 possuíam uma televisão e tinham um telefone cujos serviços eram muito precários. Possuir um automóvel em 1950 era um privilégio de poucos ricos. Um acontecimento ocorrido em outro país era noticiado somente após alguns dias pela rádio ou pelos jornais.
Atualmente, vivemos num mundo globalizado, após várias mudanças políticas e econômicas terem ocorrido para que isso acontecesse, e hoje sabemos de coisas que acontecem em qualquer parte do globo terrestre em tempo quase real, através da internet. Porém, toda essa evolução não aconteceu no convívio social, pois vemos a falta de segurança, os assaltos e crimes aumentarem cada vez mais em nosso país. Muitos valores éticos se corromperam com o passar dos anos, havendo falta de respeito pelo próximo, os crimes tornam-se mais violentos a cada noticiário na televisão, o consumo de drogas levando os usuários até a matarem seus pais no afoito de conseguir dinheiro para comprar a droga.


Acabamos de ouvir a notícia de que em São Paulo dois assaltantes invadiram uma delegacia e assaltaram uma senhora, roubando-lhe a bolsa que continha treze mil e quinhentos reais retirados no banco poucos minutos antes. Isto dentro de uma delegacia na presença dos policiais que não souberam como agir naquele momento, pegos pela surpresa do fato. Os assaltantes fugiram e até agora não foram encontrados.
“A Polícia Civil de São Paulo divulgou na noite desta sexta-feira o retrato falado do suspeito de assaltar uma comerciante de 52 anos dentro de uma delegacia, na tarde de ontem, em Salto, a 105 km da capital paulista. A descrição do suspeito indica que ele teria aproximadamente 1,85 m de altura, 25 anos, pele branca, cabelos e olhos castanhos, e de porte físico forte.
A vítima havia acabado de sair de um banco, de onde sacou R$ 13,5 mil, e se dirigiu à Delegacia de Polícia para prestar queixa sobre a clonagem de seu celular. No local, ela foi surpreendida por dois homens que anunciaram o assalto. A comerciante entrou em luta corporal com os criminosos, mas não conseguiu evitar o roubo. Policiais que estavam na delegacia disseram que não interviram porque pensaram estar diante de uma briga de marido e mulher.” (Transcrito de “Terra Noticias” – Internet de l4/05/2010).
Se dentro de uma delegacia o cidadão não tem segurança, onde é que vamos nos sentir seguro.
Outros países mais ricos também não estão seguros, devido aos atentados terroristas, as ameaças da natureza como tsunamis, furacões, terremotos e o efeito do aquecimento global. O mundo não tem paz, devido ás constantes ameaças de um conflito maior no Oriente Médio que venha originar a 3ª guerra mundial. Mas por que a situação atingiu esse estágio? Será que nada foi feito para impedir esses conflitos sociais e os problemas mundiais? Ninguém consegue ter um controle político e da economia para chegar num consenso onde os povos se entendam e resolvam todos esses problemas?

Possibilidades para um Novo Mundo

Muitas pessoas imaginam uma conspiração mundial promovida por grupos poderosos para impor uma unificação política e religiosa no mundo. Nós acreditamos que existam grupos que preferem desestabilizar a ordem constituída para facultar-lhes a chegada ao poder de uma forma regionalizada. Outros acreditam na chegada do anticristo. Analisando a história nos convencemos de que a era do anticristo já passou, ela se deu entre os anos 500 a 1500 de nossa era. Numa visão religiosa e bíblica diríamos que a partir do século XVI iniciamos a fase da reconstrução do Tabernáculo, pois não haverá novo Templo sem que antes seja reconstruído o Tabernáculo (confere “Uma nova escatologia para o século XXI” – texto escrito pelo autor em 31 de dezembro do ano 2000, a ser divulgado oportunamente).
Na realidade a quase totalidade da população desconhece a origem desses problemas e o que está por trás desse cenário mundial e de quem realmente está governando o mundo. O que existe realmente é uma luta pelo poder, luta esta que teve início com Caim e Abel lá no Jardim do Éden. O destino do mundo continua e continuará nas mãos do seu Criador; o “Verdadeiro Deus” o “Eu Sou” revelado a Moisés, ou o “Deus Altíssimo” revelado a Melquisedeque. A Ele pertence todo o poder e toda a glória. O seu poder pleno e visível acontecerá com a segunda vinda de Jesus.
A iminência da segunda vinda de Jesus não pode ser motivo para a nossa omissão diante dos graves problemas do mundo. Ele partiu, prometendo voltar, mas nos deu uma missão muito séria para ser executada enquanto Ele não venha. Cabe a nós sermos o sal da terra, suas testemunhas, anunciar o Reino e preparar a humanidade para a sua volta. Isso requer ação inteligente e firme dentro dos princípios que Ele ensinou e praticou. Ele garantiu que não estamos sós nesta missão, através do Espírito Santo Ele se faz presente e nos lembra das coisas que foram ensinadas e não só isto, mas coloca na nossa boca a palavra de sabedoria tão necessária nesses dias.
A Fórmula Trinitária Cristã.

Como chegamos ao conhecimento do Espírito Santo e à confissão de fé na Santíssima Trindade? Não certamente pelas nossas capacidades racionais. Ela supera e coloca até dificuldades à nossa racionalidade. No entanto, integra o Credo cristão desde as origens como mostra o diálogo que antecede o Batismo (Ritual da Igreja Católica Romana): Crês em Deus Pai?! Crês em Jesus Cristo Filho de Deus?! Crês no Espírito Santo?!. Esta fórmula trinitária é apresentada solenemente por São Mateus no final do seu evangelho como conclusão e síntese teológica de toda a narrativa: "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). Constitui, de fato, o resumo de todo o evangelho de São Mateus que nos narra a pregação e as curas de Jesus como uma revelação do amor do Pai (Cf. Mt 11,27) que será continuada até ao fim dos tempos pela ação do Espírito Santo (Mt 28-20). Professar a fé na Trindade significa corresponder ao amor do Pai, viver por meio da graça do Filho e abrir-se ao dom do Espírito Santo. A salvação alcança-se pela adesão e correspondência a este mistério admirável, adesão selada pelo Batismo.
O mistério trinitário constitui uma grande novidade face à fé judaica que está na origem do cristianismo. O Judaísmo é rigorosamente monoteísta e não compreende a nossa fé trinitária. O Novo Testamento enraíza-se e continua o Antigo Testamento, mas na fé trinitária apresenta uma novidade inaudita. Esta convicção aparece, nas origens da Igreja, não tanto como doutrina teológica elaborada, mas como experiência vivida, sobretudo no Mistério Pascal (em que Jesus Ressuscitado é declarado como "Senhor e Deus") e no Pentecostes (em que o Espírito Santo se manifesta como força e ação divina). As primeiras comunidades cristãs sentem vivamente a presença do Espírito nos muitos dons que enriquecem os crentes e as comunidades. Os primeiros cristãos são de origem judaica e terão experimentado dificuldades em aderir à fé em um Deus trinitário. Digamos que a realidade por eles presenciada e vivida, explicitada pelo ensinamento dos apóstolos, também eles de origem judaica, se impôs à sensibilidade dos crentes na adesão ao Mistério Trinitário.
A fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, é referida, de fato, explicitamente, no ensino dos Apóstolos, registrada nas Cartas de São Paulo, nos Evangelhos e integra a liturgia desde o início. O documento mais antigo do Novo Testamento (1ª Carta aos Coríntios) exprime-a desta forma: "Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos" (1 Cor. 12, 4-6). A segunda Carta aos Coríntios, por sua vez, contém uma saudação que ainda hoje empregamos nos rituais cúlticos. "A Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Cor. 13, 13). A reflexão teológica dos primeiros séculos e os primeiros concílios ecumênicos (sobretudo o de Constantinopla em 381) dão, depois, forma mais sistemática à fé trinitária.
No Antigo Testamento, não havia formulação explícita nem consciência clara da fé nas três pessoas divinas. Mas encontramos já acenos que preparavam esta visão de Deus. O Espírito de Deus está presente na Criação do mundo como promessa de vida e na criação do homem enquanto sopro divino (Ruah) que dá vida a Adão feito do barro da terra. De forma mais conhecida, manifesta-se nos profetas de Israel como fonte da Palavra de Deus. Alguns eleitos recebiam o Espírito de Deus como força especial para desempenho de uma missão em favor da comunidade: Os juizes, os reis e os profetas. Alguns profetas anunciam a promessa do envio do Espírito sobre todas as criaturas (Ezequiel, Joel). No Pentecostes, Pedro vê o cumprimento da promessa de Joel.
A reflexão teológica dos primeiros Padres da Igreja, apoiando-se na Bíblia, serviu-se da linguagem da filosofia grega utilizando os termos natureza, substância e pessoa: Em Deus há três pessoas distintas, iguais numa só natureza ou substância. Esta visão filosófica levou a uma doutrina especulativa, por vezes sem relação com a vida. Mas a perspectiva da Bíblia, resumida no Credo, apresenta-nos o Espírito Santo como um dom de Deus presente e atuante na vida das comunidades e das pessoas. Ainda hoje corremos o risco de considerar a Santíssima Trindade como um mistério abstrato, sem relação com a vida real. Mas o Espírito Santo continua a ser uma experiência vivida com manifestações visíveis, sempre renovadas de diversas formas até os nossos dias.


Uma Batalha Espiritual

Recentemente, escrevemos sobre a Nova Imagem. Falamos de como tudo está se renovando em nosso planeta. Afirmamos que se a religião deseja permanecer e estar presente no terceiro milênio ela precisa se renovar e apresentar ao mundo uma nova imagem de Deus. O Cristo crucificado, com semblante de derrotado precisa ser substituído com urgência por um Cristo vitorioso.
Dentro de poucos anos a imagem será a maior força de comunicação entre os homens. Com a chegada da televisão que reproduz imagens, o rádio e todo o sistema de comunicação pela palavra ficará em segundo plano. As pregações ou sermões baseados em palavras emocionais perderão o seu sentido, os argumentos tomarão cada vez mais a forma metodológica e didática. As formas de ensinar estão sofrendo uma rápida transformação e a retórica vai cedendo lugar aos discursos baseados na lógica e na razão. É para este novo mundo que pretendemos dirigir esta mensagem. Com certeza, nos dias de hoje (década de sessenta) ela tem pouco sentido, mas daqui a uns quarenta ou cinquenta anos, o mundo estará pronto para entendê-la. A humanidade assistirá ao surgimento de uma Nova Era pela a ação e obra do Espírito Santo.
A batalha espiritual sempre foi a origem das coisas objetivas e reais em nosso planeta. Assim como as coisas são em cima também são em baixo. Todo bem e todo mal parte do mundo imaginário onde Lúcifer e seus anjos travam constantes batalha com os mensageiros do Deus Altíssimo. Quando Abrão sai de sua terra por ordem do Deus Criador, um Deus cujo nome era impronunciável, inefável e que se opunha aos diversos deuses da babilônia, ele chega a Salém e encontra-se com Melquisedeque, o Sacerdote do Deus altíssimo, e oferece dízimos e adoração. A saída de Abrão, sem dúvida é consequência da batalha que se travava no mundo espiritual desde a eternidade.
A queda de Adão representa o fracasso de Deus e de sua criação mais sublime, o homem feito à sua semelhança. A serpente, reconhecida como diabo e satanás (Ap 12.9; 20.2), que segundo a Bíblia, enganou Eva (II Co 11.3; Gn 3) é consequência da luta, que nas regiões dos ares se travava entre as forças do bem e do mal. Esta batalha não cessou, porém Deus assumindo a sua responsabilidade traçou de imediato o seu plano salvífico, colocando nas mãos do homem a grande decisão que definiria a partir daquele momento o seu próprio destino. Assim como Ele fez toda sua obra com perfeição, também deu resposta imediata à ação de satanás, oferecendo ao homem todos os recursos necessários para enfrentar as ciladas do tentador e de seus anjos que se encontram dentro de cada um de nós. ( P/AViS-Primavera/1963).


A Vitória Final

“E as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E lhe trarão a glória e honra das nações. E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap 21. 24 – 27).
Um estrangeiro estava assistindo a um filme no cinema. Naquele momento, projetava-se exatamente um jogo do Brasil com a Argentina. A Argentina fez um gol e os presentes continuavam torcendo e sorrindo como se o gol fosse do Brasil. O estrangeiro que não sabia o resultado do jogo, se perguntava, não entendo porque brasileiro está se divertindo com o gol da Argentina. No final, o Brasil ganhou o jogo e o estrangeiro então entendeu a razão da alegria de todos. Era porque os presentes já sabiam do resultado do jogo.
O cristão tem muitos motivos de alegria, pois ele também sabe o resultado final dessa batalha que ele enfrenta, tanto nas regiões celestes, dentro de si mesmo e no mundo. São três frentes distintas de batalha, mas a Bíblia garante que Deus é fiel com aquele que lhe é fiel até o combate final: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Ap 2. 10d).

O homem sempre se preocupou com o sentido da vida: de onde vim, para que vim e para onde irei. Estas são perguntas clássicas que desde a antiguidade têm desafiado a humanidade. Vejamos o que alguns pensadores escreveram sob o sentido da vida. Mary Roberts Rinchart; “um pouco de trabalho, um pouco de sono, um pouco de amor, e tudo acabou”. Edmund Cooke; “Nunca vivemos, mas sempre temos a expectativa de vida.” Colton; “A alma vive aqui como numa prisão e é liberta apenas pela morte.” Shakespeare; “Viver é uma sombra ambulante.” R. Campbell; “Viver é um corredor empoeirado, fechado de ambos os lados.” Rivarol; “Viver significa pensar sobre o passado, lamentar sobre o presente e tremer diante do futuro.”
Essas pessoas, como a maioria da humanidade, deixaram se dominar pelo pior que a vida pode oferecer. Estão mais impressionados com o fato de existir e não de viver verdadeiramente. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” (Jo 10. 10b). O próprio Jesus se apresenta como a vida: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo l4. 6). Paulo declara: “Porquanto, para mim o viver é Cristo.” (Fp l. 21). O evangelista João inicia sua carta com a seguinte declaração: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus . Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1. 1-4).
Qual o significado da vida quando ela se torna uma rotina do antigamente? Na verdade ela se torna vazia e enfadonha. Mas em Cristo o cristão encontra renovação permanente e a cada manhã junto com o sol renascem novas esperanças que dão motivação para viver. Na realidade, a vida é oferecida na mesma bandeja e com as mesmas cores para todos os homens. A diferença está no uso que fazemos do conteúdo da bandeja. Uns fazem do limão uma limonada, outros querem comê-lo com a casca e tudo.
Vamos nos lembrar de algumas figuras que já citamos nesse texto. A mulher que debateu com o ateu, não afirmou que Jesus havia dado algum prêmio especial para ela. Naturalmente ela continuava enfrentando suas lutas diárias da mesma forma que aquele ateu e as demais pessoas que ali se encontravam. A diferença é que pela fé ela recebia de Jesus, consolação nos momentos difíceis da vida. Essa era a sua vitória.
Aquele homem que engatinhou 150 quilômetros para ouvir palavras de consolo e de vida daquele missionário, não recebeu nenhuma bênção extraordinária, não ganhou um carro, nem ao menos uma cadeira de roda, mas ganhou o desejo e a alegria de ouvir falar de Jesus. Essa foi a sua vitória.
Aquele homem que esperou doze anos para visitar a minha igreja, não recebeu nenhum benefício especial da lei, cumpriu a sua pena integralmente na penitenciária, mas recebeu o privilégio de testemunhar Jesus dentro daquele presídio e a firmeza para ser fiel e não esquecer aquele que foi instrumento de Deus para falar do evangelho. Essa foi a sua vitória.
Temos muitas oportunidades para sermos vitoriosos nesta vida, quando Cristo se torna o Centro da nossa vida. Disse Jesus: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz: no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16. 33).
Nesse mundo travamos uma batalha, onde estamos sujeitos a todos os riscos da vida, como qualquer ser humano. Pode ser que em determinado momento, Deus até mande um de seus anjos para te proteger, mas esta não é uma norma muito comum nos relacionamentos homem e Deus. Os homens acreditam no deus da sorte e principalmente nos deuses do destino e da fatalidade. O Cristão acredita em um Deus que age e se faz presente em todos os momentos. Isso faz muita diferença.
Duas jovens atletas, uma cristã e outra não cristã sofreram um acidente automobilístico. A não cristã sofreu leves arranhões sem maiores consequências para sua carreira. A cristã sofreu vários traumatismos, ficando paraplégica.
As pessoas que as visitavam no hospital comentavam quanto ao comportamento das jovens acidentadas, dizendo que a jovem cristã era um exemplo inspirador de como enfrentar um momento destes, enquanto que a jovem não cristã dava pena ver seu estado de prostração diante daquela situação. Os anos passaram e a jovem cristã se tornou uma evangelista e aquela experiência era o principal argumento de seu testemunho cristão e de como Cristo faz diferença na vida.
Talvez você possa pensar que eu estou dizendo que o Cristão é melhor do que o não cristão, por favor não faça essa confusão. Existem duas batalhas diferentes, uma é a batalha espiritual e outra é a batalha do mundo. Aqui no mundo existe muita gente que leva rótulo de cristão e outros não, no entanto a bondade é algo que independe de confissão religiosa. Ela é uma tendência natural em algumas pessoas e faltam em muitas, até mesmo em pessoas fieis a Jesus Cristo. O cristão tem um compromisso com Deus, e muitas vezes a sua bondade é consequência desse compromisso. O que dizer daqueles que não tem este compromisso e pratica o bem de forma espontânea e sem nenhum interesse próprio. Não é isto que Paulo questiona em Romanos 3 a partir do Vs. 9? - Jesus recomendou: “Não julgueis, e não sereis julgados.” “Porque com o critério que julgardes sereis julgados,” (Mt 7. 1 e 2: - confira ainda Lc 6. 37: Rm 2. 1-11: 14. 1-12; I Co 4. 1-5; Tg 4.11 e 12). Entre os sinais da unção destacamos aqui, a humildade, a tolerância e o amor para com todos. Jesus recomendou amor até para com os inimigos.
Sem unção não é possível se tornar num verdadeiro adorador e sem adoração não pode haver vitória verdadeira, nem nas regiões celestes e nem no cotidiano desta vida.
Finalmente, devemos reforçar, lembrando que essa batalha terá seu final nas regiões celestes onde a nossa vitória está garantida pelo sangue do cordeiro: “Bem-aventurados aqueles que lavaram as suas vestiduras no sangue do cordeiro, para que tenham direito a árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” (Ap 22. 14).
Nesse dia, Deus estará conosco e nos livrará de todo mal: “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me; Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”. (Ap 21. 3-5). –
“A graça e a paz do Deus que CHAMA, CURA, CAPACITA, ENVIA, e SUSTENTA, seja convosco e com todo o povo que confessa que Jesus é SENHOR, hoje e para todo o sempre. Amém...”

Conclusão.
Assim chegamos ao final de nossa proposta: “Falando de filosofia, ciência, Religião...” Esperamos ter contribuído para um repensar de alguns paradigmas que passam despercebidos da maioria das pessoas que pretendem encontrar respostas para as mudanças que de forma abrupta ocorrem em nossos dias. Não é uma missão fácil, mas se cada um tiver coragem, disposição e buscar disponibilidade para refletir no porquê de tantas desilusões e decepções com os resultados de esforços que parecem não corresponder com as expectativas que temos, haverá de entender que ninguém tem a resposta e nem a receita final para estas questões. É preciso entender que a vida é feita de retalhos que colhemos de variadas fontes. Uns vêm da nossa experiência no dia-a-dia, outros são fornecidos pelas pessoas que nos rodeiam e muitos não sabemos de onde vêm. Precisamos aprender a colher todos estes retalhos e tecer a mais linda colcha que nos for possível, fazer e aceitá-la como a vida que nos foi possível na certeza de que o Criador nos aceitará como somos. Esta reflexão deve também nos levar a aceitar o próximo da maneira como ele é e incluí-lo em nossa vida sem muitas perguntas, pois na verdade somos todos “um” na força e no amor que levou ao Criador a criar todo o universo. Que o Deus Altíssimo nos dê esta convicção.
Nota: A partir da próxima semana, estaremos postando nossos textos às quintas feiras. Postaremos breves textos do nosso arquivo de “Breves Reflexões”. Até lá. (P/AViS-08/06/2010).