Breves Reflexões nº 95/100

95- Alimentando Pássaros.  (BR 108)

“Não temais pois: mais valeis vós do que muitos passarinhos”. (Mateus 10.31).


O meu amigo, mais conhecido como “Malatesta”, é proprietário de um sítio bem próximo da cidade. Ele tem uma preocupação muito grande com os pássaros. Por isso, além dele tomar os cuidados ecológicos para que não faltem alimentos para eles em seu sítio, ele coloca, diariamente, alimentos em algumas prateleiras que ficam ao ar livre na saída da sede. Lá ele coloca sementes, frutas e outros alimentos que os pássaros adoram. Quando ele viaja reforça a quantidade para que não faltem  alimentos nos dias em que ele estará fora.

Ele observou três detalhes muito importantes:
- primeiro - quando por qualquer motivo ele esquece de colocar os alimentos nas prateleiras, os pássaros não aparecem. Mas é só colocar algum alimento e logo a passarada se apresenta;
- segundo - notou também que ao retornar das viagens, as prateleiras estão limpas e bem secas como se os pássaros comessem todo o alimento, logo no primeiro dia;
- terceiro – quando ele põe mais alimentos aparece um número maior de pássaros.

Mediante essas observações eu fiquei pensando...

Para onde vão os pássaros quando o meu amigo esquece de colocar comida nas prateleiras? Eu nunca vi um pássaro morrendo de fome, nem mesmo dentro das cidades onde o alimento é tão escasso.
Será que os pássaros se comunicam?
Porque se não há alimento, eles desaparecem e quando coloca os alimentos, logo em seguida eles aparecem? Terão alguma sentinela que fica de longe vigiando?
Porque se há mais alimentos também aparece um número maior de pássaro e o alimento acaba sendo consumido no mesmo tempo? Será uma manifestação de solidariedade entre os pássaros ou será que eles sabem o tempo certo de validade dos alimentos?

Os passarinhos poderiam ficar por ali esperando que o meu amigo colocasse comida nas prateleiras, poderiam até fazer uma algazarra para chamar sua atenção. Mas pelo que tudo indica, eles saem logo à procura de um outro lugar onde possam se alimentar.

Quando trabalhei com pessoas de rua, fazíamos campanhas especiais para angariar alguns recursos que pudessem minimizar suas necessidades, principalmente no inverno e nos finais de ano. Muitas vezes perdi noite de sono pensando neles: como estarão? Onde estarão? Morreu alguém?

No tempo da campanha, todos apareciam novamente e eu gostava de ouvir as suas histórias, pois assim eu sabia que apesar de tudo, eles sobreviveram e estavam ali felizes para receber nova ajuda. Eu agradecia a Deus por eles e ao mesmo tempo entendia a expressão de JESUS: “os pobres sempre tereis convosco”. Era um certo conforto verificar que Deus de muitas formas e algumas até bastante estranhas cuidava deles.

Nunca tínhamos o suficiente para atender todas as suas necessidades, mas tínhamos a certeza de que Deus agradava do que fazíamos e se não nos dava mais para ajudá-los é porque em algum lugar havia novos recursos.

Disse Jesus: “Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; não valeis vós muito mais do que as aves?” 

A necessidade será sempre maior do que aquilo que podemos fazer. Qual é a resposta? Cristo nos diz para depositarmos nossa confiança em Deus. As inquietações são um chamado a agir, mas isso não significa um chamado à preocupação. Em vez disso, fazemos o que podemos com aquilo que Deus colocou à nossa disposição e confiamos que o mais Ele o fará (Veja 1 Coríntios 3.6-8.). Façamos o melhor que podemos e o mais confiemos a Deus.

Disse Jesus: “Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; não valeis vós muito mais do que as aves?” (P/AViS-12/11/2011). 

                                                           Que este seja um dia especial em sua vida.
                                                            Seu irmão e servo Ev. Alfredo Vieira

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