quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

18- Em Defesa da Filosofia. (I/II)

Introdução:
Conta-se que Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite, mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar.
O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema e, por isso mesmo, o haviam convidado. Transcorridos os seis meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães.
A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr espantada. Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre alcançou com destreza trucidando-a rapidamente.
A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão.
O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco.
No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deu-lhe com a pata e ela caiu. Logo se ergueu e se pôs a brincar. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco.
Então, e somente então, Licurgo falou; "senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães". A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação."
E prosseguiu vivamente o seu discurso dizendo das excelências do processo educativo.
"A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo."
Eduquemos nossos filhos, "esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores."
Percebe-se, portanto, que a educação não se constitui em mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que possam florescer, à semelhança de bela e perfumada flor.
Filosofia:
Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - que ama + sophia - sabedoria, « que ama a sabedoria ») é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao homem.
O termo “Filosofia” foi consagrado ou adotado nos séculos VII-VI a.C. nas cidades gregas situadas na Ásia Menor. Começa por ser uma interpretação des-sacralizada das tradições cosmogônicas (por nós chamadas de mitos ou era lendária) difundidas pelas religiões daquele tempo. Não questionaram apenas os mitos gregos, mas todos mitos de todas as religiões que influenciavam a Ásia menor.


Os mitos foram, segundo Platão e Aristóteles, o ponto de partida para a reflexão dos filósofos. Eles consideravam num campo comum a religião e a filosofia, revelando que a pretensa separação entre esses dois modos do homem interpretar a realidade não é tão nítida como aparentemente se julga.

Entre os povos que desenvolveram escritas fonéticas ou ideogramáticas, as principais tradições filosóficas são a filosofia indiana, a filosofia chinesa e a filosofia ocidental (ou greca-romana).

É provável que povos que não desenvolveram tais tipos de escrita também tivessem algum tipo de tradição filosófica. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro afirma que encontramos pontos de vista semelhantes entre os ameríndios desde a Terra do Fogo até o Alasca, por exemplo. (Perspectivismo e multinaturalismo na América Indígena – São Paulo – Cosac & Naify, 2002).


Mas é a partir do pensar grego que a filosofia vai se tornando em uma disciplina, ou a área de estudos, que envolve a investigação, a argumentação, a análise, discussão, formação e reflexão das ideias sobre o mundo, o homem e o ser. Originou-se da inquietude gerada pela curiosidade em compreender e questionar os valores e as interpretações aceitas sobre a realidade dadas pelo senso comum e pela tradição.

As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração. Ocorreram inicialmente através da observação dos fenômenos naturais e sofreram influência das relações humanas estabelecidas até a formação da sociedade. Isso ocorreu em conformidade com os padrões de comportamentos éticos ou morais tidos como aceitáveis em determinada época por um determinado grupo ou determinada relação humana.

A Maiêutica Socrática é o momento do "parto" intelectual, da procura da verdade no interior do Homem. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto (base niilística); no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão (o que os niilistas não têm conseguido até os dias de hoje). Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz ideias complexas.
A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude.
A Maiêutica, criada por Sócrates no século IV a.C., tem seu nome inspirado na profissão de sua mãe, que era parteira.

Sócrates pretendia preparar uma juventude pensante na Grécia na certeza de que por este caminho seria possível criar uma sociedade virtuosa. Na verdade este objetivo foi em parte alcançado, pois em Atenas formou-se a primeira comunidade constituída de homens capazes de dar respostas as grandes questões da vida e que ainda hoje servem de inspiração para o mundo pensante.
Jesus com suas parábolas tentava fazer o mesmo. Falava de um reino que não era deste mundo e que apesar de conflitantes não poderiam viver isolados. Falava de uma verdade que era libertadora e que teria de ser achada dentro de cada um de nós e projetada para o exterior na direção do próximo. É o bom samaritano que sem se descuidar dos seus afazeres deu proteção ao homem caído e ferido à beira da estrada. A verdade libertadora nos desafia a aceitação do outro numa atitude amorosa sem o questionamento de quem é ou se tem culpa, mas considerando exclusivamente a sua necessidade situacional. Jesus ensinou isto há dois mil anos, os cristãos tem repetido com palavras, mas raramente alguém consegue atender ao apelo de: “Sede meus imitadores”. Até porque o simples imitar não alcançaria a verdadeira intenção de Jesus que era a de que cada homem assimilasse suas palavras de tal forma que elas se transformassem em vida (ou rios) no seu interior. Essa entrega não pode ser apenas uma carga ou uma obrigação legal, mas uma atitude voluntária, cheia de prazer, nascida no mais interior da alma humana. (P/AViS- 29/12/2009).

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

17- Em Defesa da Religião

Introdução:

“Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois ele cuida de vocês”. (1 Pe 5.7).

Sou professora aposentada. Estava conversando com Deus, pedindo orientação de como poderia ajudar a minha filha nos seus estudos (financeiramente). Comecei a meditar e resolvi voltar a dar aulas particulares. Mandei imprimir cartões com endereço e telefone e fui distribuí-los nas portas de várias escolas particulares do bairro. No princípio, fiquei com vergonha, mas Jesus me encorajava. Assim passei bom tempo. Quando retornei à minha casa, o telefone tocou. Era a mãe de uma aluna pedindo aula de reforço para a filha. Com o telefone na mão, agradeci a Deus pela sua fidelidade comigo. Essa aluna me abençoou arrumando outras. Hoje, aposentada, sou proprietária de uma escola com mais de trezentos alunos. Jesus olha o nosso coração. Deus é socorro bem presente para aqueles que O buscam. Ele é Pai que não abandona os seus filhos. Está passando por dificuldades? Os desafios da vida estão enchendo seu coração de medo, angústia e desânimo? Deus jamais planejou que você carregasse fardos que não pudesse suportar. Ainda hoje, você pode experimentar consolo, conforto, a proteção e provisão de Deus. Ele tem conselhos certos e sábios para orientá-los tanto nas decisões difíceis da vida como naquelas que parecem ser de menor importância. Para isso, primeiramente busque a Deus e, na presença dele, declare que você entrega sua vida, seu coração, seus sonhos e desejos a Ele e recebe Jesus como dono de sua vida. Fazendo isso, você se tornará em um filho de Deus, pois é pelo sangue de Jesus que somos feitos filhos de Deus. A partir de então, busque a Deus a cada dia, reserve um tempo para estar a sós com Ele, contemplando-o, meditando na sua Palavra e aprendendo a ouvir a sua voz. Não lhe faltará orientação para o viver diário, no final, os que são do Senhor irão morar no céu com Deus para sempre. Entregue hoje sua vida a Jesus! MCS (Extraído de um folheto com autor desconhecido).

“Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte mão”. (Is 41.10).


Poderes Militantes:

Muitos grupos e instituições estão em disputa buscando o domínio das massas. Existe um verdadeiro mercado de domínio em ação no mundo ofertando todo tipo de artigos para agradar e atrair as pessoas. Nesta militância destacam-se com muito vigor as religiões. Neste breve texto pretendemos demonstrar que esta luta pelo domínio é necessária, oportuna e de grande valia para conduzir a humanidade no seu progresso. Em nossos dias destacam-se, principalmente três grupos que pretendem dominar as massas e se firmarem como poder. São eles: a religião, a política e as informações ou comunicações. O sistema de globalização que se desenvolve facilita o desenvolvimento dos meios tecnológicos da informática que por sua vez se torna instrumento poderoso a serviço dos três.

Aqui o nosso destaque é a religião. Nunca as religiões estiveram tão ativas como em nossos dias, no que diz respeito à divulgação de seus princípios. Os milhões que eram gastos em construções de templos suntuosos no século passado, hoje são gastos em informações religiosas que propiciam as mais variadas opções de práticas espirituais. Com isso a religião nas mais variadas formas, se faz presente em todos os setores da atividade humana. Encontramos religiosos leigos e clérigos atuando nos esportes, no meio artístico, na política nacional e internacional, na ciência, em fim onde o homem atua a religião em uma de suas formas se faz presente. O seu poder de penetração e de presença atuante é incontestável.

A religião, à semelhança da filosofia, lança mão da educação como instrumento transformador da sociedade. Enquanto que a filosofia joga todas as suas cartas nos processos pedagógicos, a religião recorre à fé, à esperança e à solidariedade como meios de transformar o homem. Para isto ela possui uma linguagem hermética através de símbolos, histórias, lendas e parábolas que são traduzidas pela “Teologia”, que com os seus argumentos filosóficos procura transmitir para a humanidade a vontade de Deus. Por estes meios, há muitos milênios a religião tem servido de guia orientador do comportamento humano, prestando assim um relevante serviço à humanidade.

Se existem motivos para criticar a religião, muito mais forte são as razões positivas a seu favor. Desde Zoroastro até os nossos dias as religiões têm se mostrado com grande competência e incontestável poder transformador para o bem e para o desenvolvimento do pensamento humano. O seu conteúdo preservado pelas obras chamadas sagradas é um acervo de incalculável valor que se acha a disposição de todos os homens de bem e tementes ao Criador.

A Evolução Teológica:

De um modo geral se dá pouca atenção ao estudo da “Evolução Teológica”. Ela acontece num clima natural, de tal forma que os homens estão sempre imaginando que a visão atual é a verdade, e por isso se esquecem de buscar as causas do estado atual da Teologia. Com isto os sistemas vão surgindo num festival constante de novidades que ocorrem ao sabor da vontade da liderança, e as vezes até com algumas esquisitices passageiras (Leia nosso texto “Esquisitices Religiosas” a ser postado brevemente – Texto 27 – A Teologia da Graça). Cada líder religioso busca afirmações nas letras sagradas para afirmarem suas idéias e as massas vão sendo conduzidas sem conhecerem a essência dos ensinamentos sagrados. Numa visão espiritual, isto apresenta duas questões intrigantes: primeiro, o processo parece conduzido por uma vontade soberana que os adeptos, de um modo geral, denominam de divina, isto é, a vontade do profeta, de Jeová, de Alá, de Jesus, do Espírito Santo; segundo, o processo pode ser manipulado por pessoas que se dizem representantes de Deus, mas que na realidade possuem objetivos de ordem ideológica ou até de outras ordens e assim usam o nome da divindade para dominar as massas e impor seus ideais. Isto tem ocorrido em todos os tempos e com todas as religiões.

No entanto, um exame apurado prova que em momentos especiais, homens especiais são chamados pelo Criador para cumprir missões especiais neste planeta. Estes homens deixam marcas especiais na história e em muitos casos abrem novos horizontes e novas eras para o pensamento e o comportamento da humanidade.

Segundo as Teologias em geral, com raras exceções, no princípio o homem vivia com Deus, era seu amigo e mantinha intimidade com Ele. Com a queda ele perdeu este conhecimento. Ao perder a comunicação com Deus, os homens do passado inventaram diversos deuses para atender o vazio da saudade do amigo que era ao mesmo tempo o seu Pai e Criador.

A inteligência (razão) e a carência do amor paterno fizeram com que os homens racionalizassem a ideia da existência de Deus e criaram argumentos que foram passando de geração em geração através dos magos, filósofos e pensadores.

Em época bem recente (mais ou menos 500 a. C.), Platão defendeu uma Ideia do Bem: que apesar de impessoal, era um conhecimento incondicional completo, sendo a realidade básica da qual se desprendiam todas as outras realidades. Aristóteles ficou famoso pelo seu argumento sobre uma Primeira Causa, que carecia de princípio. Essa causa não era pessoal como o é Jeová, porém certamente tinha uma afinidade lógica com um Criador.
Bem mais recente, no século XI a. D., Anselmo de Cantebury, se tornou famoso pelo seu “argumento ontológico” a favor da existência de Deus, no qual mantinha que se o homem pode albergar o conceito de um Deus perfeito, esse ser deve então existir. Se Deus fosse apenas produto do pensamento humano, seria um ser imperfeito e, portanto, teríamos que buscar algo superior a esse próprio Deus.
Seguindo por estes princípios a humanidade continua ainda hoje discutindo a existência de Deus. Na verdade, é muito mais fácil argumentar pela existência de Deus do que pela Sua não existência.

A Igreja Cristã, na época apostólica enfrentou essa questão e Paulo foi incansável na defesa de um Deus supremo; mais tarde os Concílios através de encíclicas e credos confirmaram não só a existência de um Deus Criador e distante do homem, mas, também de um Deus que se fez carne em Jesus Cristo e habitou entre os homens, não só para ensinar e praticar o amor até as suas últimas consequências, mas para remir o mundo e permitir ao homem readquirir sua intimidade com Deus pela a ação do Espírito Santo.


O Subjetivismo Teológico:

O pensamento humana trilha dois caminhos distintos: o objetivismo (empirismo) e o subjetivismo (egotismo). São duas posições opostas. A primeira trabalha com o realismo e a segunda com o idealismo. Por subjetividade, em contraste com a objetividade, designamos aqueles “sistemas” de pensamento tais como a intuição, a fenomenologia, o existencialismo e tipos de pensamentos reconhecidos como irracionais e individualisados. A Teologia está comprometida com o sistema subjetivo. No século XIX, sob a orientação de homens como Shopenhauer, Darwin, Nietzche e Kierkegaard, chegou-se a dar grande importância à sensação, ao instinto e ao impulso animal valorizando o poder do irracional de um modo genérico, opondo-se à razão e ao intelecto. Os conceitos subjetivos opõem-se à ciência e a objetividade empírica. Seguiu-se a estes pensamentos o resgate dos antigos filósofos como Descartes que defendiam a matemática, a razão, as faculdades intelectuais a fé na razão. Isto significou um grande salto na evolução das Teologias e do pensamento humano. As tensões resultantes entre o racional e o irracional não só afetaram o pensamento filosófico, como também a psicologia, a arte, a política, a semântica e, em seguida as relações entre a ciência e a religião. Produziu-se uma vasta literatura sobre temas tais como fenomenologia, existencialismo, intuição, socialismo, comunismo, ateísmo, deismo e muitos outros que produziram profundas alterações na política, nas religiões e no comportamento do homem, criando o mundo ideal dos niilistas e provocando duas grandes guerras na primeira metade do século XX.

As teologias continuaram e ainda continuam na defesa subjetiva da fé, da esperança e da solidariedade. Dois grupos destacam hoje no mundo: os fundamentalistas (defendem a ortodoxia) e os conservadores (defendem a solidariedade ou o ecumenismo). São dois grupos bem distintos que vão se firmando com grande possibilidade de levar a humanidade a uma guerra mundial religiosa.

Daí a grande responsabilidade dos líderes religiosos diante dos grandes problemas que afligem a humanidade. Quem fará a melhor proposta? Esta é a grande questão!.Aqueles que não vêem a religião com simpatia podem estar certos de que ainda terão que conviver com ela durante alguns séculos.

E se Deus Existir Mesmo?

Conta-se que um ateu que percorria o país chegou, finalmente, a uma pequena aldeia onde pretendia fazer um discurso argumentando contra a afirmação da existência de Deus. Alugou o maior salão que havia na vizinhança e convidou toda a gente da redondeza para ouvir seu discurso. O salão ficou repleto e de imediato ele afirmou que achava ridículo a ideia da existência de Deus. À medida que discursava, começou a ganhar entusiasmo pela afirmação que fizera de que Deus não existira nunca e que estas ideias eram apenas criação de algumas mentes doentias. Por fim olhando para cima, esbravejou: “Se há um Deus e se este Deus tem todo o poder, então que me parta agora mesmo, diante de todos vocês, com um raio”. Toda a assistência ficou horrorizada com tal desatino e esperava a todo momento ver um raio por fim à sua vida.
Nessa altura, uma senhora, com seus cabelos brancos e já conhecida na comunidade como uma crente fiel em Jesus Cristo, colocou-se de pé e pediu a palavra. Com muita tranquilidade e segurança disse: “meu senhor, dá licença para que se faça uma pergunta?”. “Quantas quiser” respondeu o conferencista. Continuou a velhinha crente: “eu só queria saber uma coisa. Eu sou crente no Senhor Jesus já há muitos anos e durante todo este tempo o Senhor Jesus tem sido a minha maior consolação. Quando tenho dificuldades, faço minhas orações, conto a Ele os meus problemas e todas as minhas dificuldades são resolvidas. Quando estou triste e desanimada, falo com o meu Salvador e logo fico consolada. Por favor, diga-me, se no fim da minha vida encontro que o que o senhor está dizendo é a verdade e que, na realidade, Deus não existe, diga-me senhor, o que tenho eu perdido, visto que a minha vida tem sido tão feliz, crendo em Jesus? Sim, que tenho perdido?
“Bem, respondeu o ateu” – “na verdade, parece que a senhora não perdeu nada”.
Então, continuou a velhinha: vou fazer-lhe uma segunda pergunta. O senhor anda por toda parte a ensinar ao povo que Deus não existe e desafia a Deus proferindo blasfêmias quanto ao Seu santo Nome. E se no fim da sua vida, quando o senhor estiver às portas da morte, se nesta altura o senhor reconhecer que tem andado enganado e que, na realidade, Deus existe, o que é que o senhor terá perdido?
Pensativo e sem outra alternativa, o ateu respondeu: se no fim da minha vida descobrir que realmente Deus existe, então, sem nenhuma dúvida, terei perdido tudo, tudo mesmo!
A velhinha na sua simplicidade, soube calar aquele que se julgava o dono da verdade.
Existem muitos outros argumentos para confirmar que o absurdo mesmo é acreditar que todas estas maravilhas surgiram por acaso e que não existe uma inteligência soberana que comanda desde o elemento mais reduzido possível até ao imenso universo, onde suas leis são justas e perfeitas como canta o Salmista.
No entanto o mais sério é que Paulo afirma que fora da fé somos todos pecadores e maus e não há nem um justo, nem um sequer. (Leia Rm 3.9-20).
A nossa incredulidade não tem nenhuma influência sobre a fidelidade e a perfeição de Deus. O homem e a mulher que vive como se Deus não existisse, no fim da sua vida verá que, de fato está tudo perdido, pois uma das profecias de Deus é esta: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as gentes que se esquecem de Deus.” (Sl 9. 17).
Assim somos chamados não só para acreditarmos na existência de Deus, mas para participarmos de uma batalha que acontece principalmente dentro de cada um de nós.

Conclusão:

As religiões, de um modo geral, propõem uma vida nova, tanto para este tempo presente como para a eternidade. O cristianismo, o que mais nos interessa aqui afirma que depois da fé ter alcançado o seu apogeu intelectual, ela deve convencer ao adepto às respostas de ordem não-intelectual, isto significa uma mudança radical de idéia, de atitude e de comportamento, ou seja, a pessoa deve passar por uma conversão, dando início a uma nova vida, onde o intelectual e o espiritual se consolidam permitindo o que os teólogos chamam de crescimento espiritual e emocional.

Precisamos conceituar então o “espiritual”:

“Gosto de pensar na espiritualidade enquanto uma relação das experiências adquiridas, do conhecimento e do saber com a vida prática. Em outras palavras, pensar na conexão do interior com o exterior. A espiritualidade nos desafia a sermos uma pessoa que evidencia esta conexão em todos os momentos da vida.” (Bispo Josué Adam Lazier, em “Uma Tríade da Espiritualidade Ministerial: Carisma, Caráter e Caridade”, ele é Bispo na Igreja Metodista no Brasil).

Voltaremos ao tema no Texto nº 20: “A Revisão”.

A segurança é uma das maiores necessidades dos seres humanos, tanto individual como coletivamente. Nós, os homens, somos como crianças, Jesus disse até que somos semelhantes a crianças tocando flauta nas praças e de outra vez disse que aquele que não se fizer criança não entrará no “Reino de Deus”.

Isto, não só é verdade em um sentido geral, mas também de um modo particular no âmbito intelectual onde o homem sente necessidade de ordenar a sua vida com uma boa dosagem de subjetivismo e ao mesmo tempo de uma forma lógica entendê-lo. Este, o principal motivo do por que da busca da verdade, tanto religiosa como filosófica com um significativo potencial transformador. A busca do socorro em Deus deixa de ser uma forma de se acomodar e se torna uma fonte de poder onde o homem busca inspiração e soluções diante dos seus impossíveis, confiante na fidelidade e no poder infinito de Deus. A fé se torna aliada de providências científicas, tais como a organização, o planejamento e a execução, conduzindo o homem no verdadeiro caminho da prosperidade prometido pelo Divino.

Com o desenvolvimento do liinismo muitas barreiras dogmáticas foram desfeitas e o ateísmo se tornou numa espécie de religião, levando a humanidade a beira do abismo criando uma sociedade com um grande grau de apetite competitivo, o que está levando a humanidade a uma corrida desenfreada em busca do sucesso a qualquer custo. As doenças cardíacas, mentais e as depressões aumentaram de forma assustadora e a violência com todas as suas manifestações e formas vai tomando um vulto assustador, colocando em prova a sociedade laica que não tem conseguido dar respostas objetivas aos grandes problemas que flagelam a sociedade.

É, principalmente neste clima que surge o grande movimento mundial de renovação da religião, alimentado pelo próprio veneno do liinismo que não tem sabido dar respostas aos questionamentos inteligentes dos seus próprios adeptos. Neste caso a religião se vê reforçada na sua proposta de “Fé”. “Esperança” e “Solidariedade”, faltando apenas aos seus líderes uma visão ecumênica para que se possa alcançar o objetivo supremo do Cristo: “Que sejam um, como nós o somos”.

Contudo acredito na sobrevivência do que denomino de “Plano Salvífico”, ou seja, a “UNICIDADE E A UNIVERSALIDADE DO MISTÉRIO DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO NA CRUZ DO CALVÁRIO” como dado perene da sobrevivência da igreja como sinal da “verdade libertadora” de Jesus Cristo visto e aceito como Filho de Deus, Senhor e único salvador, que no evento da encarnação, morte e ressurreição realizou a história da salvação, a qual tem n’Ele a sua plenitude e o seu centro.

“Crer nisso me traz muita paz e segurança para acreditar no futuro do homem, alvo primeiro de toda a preocupação do “Deus Altíssimo”, revelada em Jesus Cristo que deu garantia de que as portas do inferno não prevalecerão contra a sua IGREJA.”

Nestes termos o Espírito Santo cumprirá a sua missão e unirá a todos, não de forma política, geográfica ou ideológica como pensam alguns, mas de forma espiritual, permitindo que cada um permaneça em seu próprio tanque. (P/AViS- 22/12/2009).

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

16- Religião, Filosofia e Ciência.

Introdução.

Nos dias de hoje a maioria das pessoas duvidam de que é possível uma fé definida, convincente e significativa. Adauto Lourenço (Cristão e Cientista) afirma que: “Aceitar a existência de um Criador é um ato racional. Aceitar quem é o Criador é um ato de fé.” Ao aceitar a existência de um Criador, o homem adota uma filosofia de vida que não se compromete com os preceitos da fé. Assim o conhecimento pode desenvolver um sentimento de auto-suficiência que favorece a liberação mental que reforça o materialismo e sufoca a possibilidade de uma visão e um crescimento espiritual. O desenvolvimento científico e os conceitos que invadem quase todas as esferas do pensamento estão a exigir uma revisão geral, Incluindo os que, tradicionalmente, são considerados pela maioria como verdade comprovada e indiscutível. Por isso entre as dúvidas levantadas pelos liinistas está a validade e a fundamentação da Fé. A defesa da “Fé” se dá pela religião que sustenta a necessidade do crescimento espiritual. A defesa do “Conhecimento” se dá pela ciência que busca provas insofismáveis a favor ou contra as muitas verdades e conceitos anteriormente afirmados. Esta discussão se dá pela filosofia que usa os métodos pedagógicos para confirmar as verdades afirmadas tanto pela religião como pela ciência através de técnicas próprias da educação.

Estaremos propondo a investigação tanto da possibilidade como da probabilidade de uma fé verdadeira e de real valor para os dias de hoje, examinando os fundamentos de sua validade. Analisaremos as razões dos argumentos específicos aceitos por certas correntes de pensadores que acabou influenciando o abandona de sua fé. Para isso pretendemos abordar algumas perguntas de interesse vital, tais como:

a) Uma fé consistente e racional pode ser intelectualmente digna de respeito diante dos avanços científicos e tecnológicos atuais?
b) Por que muitas pessoas, inteligentes e bem intencionadas tem renunciado a possibilidade de uma fé libertadora?
c) Será possível que tanto a natureza como as necessidades humanas tenham experimentado, no transcorrer dos séculos, uma mudança tão radical e profunda que princípios tais como a fé sejam agora considerados como superados e ausentes de sentido?
d) As experiências do presente (pragmatismo) vislumbram possibilidade da fixação de princípios verdadeiros e imutáveis que não sofrerão mudanças no futuro?
e) Qual seria, pois, essa verdade universal aplicável a todos os homens em qualquer tempo e lugar?

Conceitos Iniciais.

* Queremos conhecer o PRINCÍPIO de tudo, a razão das coisas, o porquê da existência, neste PRINCÍPO está o FIM da nossa busca, queremos o ALPHA e o ÔMEGA da razão e da criação. No âmago do ALPHA e do ÔMEGA está toda a verdade. Esta é a GNOSE do PAN e este PAN é o ON, é o SOU (Eu sou o que Sou), a consciência de si mesmo, o CONHECE-TE A TI MESMO. (P/AViS-ago/1957- Em “Pesquisas Esotéricas”).

*O conhecimento da verdade é a intenção mais elevada da ciência e se considera mais uma fatalidade do que intenção se, na procura da luz, provocar algum perigo ou ameaça. Não é que o homem de hoje seja mais capaz de cometer maldades do que os antigos ou os primitivos. A diferença reside apenas no fato de hoje ele possuir em suas mãos meios, incomparavelmente mais poderosos para afirmar a sua maldade. Embora sua consciência se tenha ampliado e diferenciado, sua qualidade moral ficou para trás, não acompanhando o passo. Esse é o grande problema com que nos defrontamos. Somente a razão não chega mais a ser suficiente. (Carl Jung).

* A educação é como alimento; não nos lembramos do que comemos na semana passada, talvez nem no dia de ontem, no entanto o alimento vai se aderindo ao nosso corpo e transformando em sangue, músculos, ossos, permitindo assim o nosso crescimento e a manutenção do nosso corpo físico. Assim também ocorre com o nosso intelecto e o nosso espírito que vão pouco a pouco assimilando aquilo que ouvimos e praticamos permitindo o nosso crescimento, intelectual, emocional e espiritual até alcançarmos a maturidade tão necessária aos homens que querem marcar sua caminhada pela prática do bem. (P/AViS-18/08/2009-3ª feira – 23h45minhs)

* A Ciência torna-se nobre, quando pesquisa em busca do conhecimento do Criador, empobrece-se e torna-se ridícula, quando faz o contrário, isto é, pesquisa sem levar em conta que todo o existente foi e está sendo criado e que nada pode existir sem uma origem e a regência de um criador. (P/AViS- Primavera de 2009).
* Se alguém supõem ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar incontaminado do mundo. (Tiago 1.26 e 27).
*Os conceitos da vida e do mundo que chamamos "filosóficos" são produtos de dois fatores: um, constituído de fatores religiosos e éticos herdados; o outro, pela espécie de investigação que podemos denominar "científica", empregando a palavra em seu sentido mais amplo. Os filósofos, individualmente, têm diferido amplamente quanto às proporções em que esses dois fatores entraram em seu sistema, mas é a presença de ambos que, em certo grau, caracteriza a filosofia. (P/AViS- Primavera/1987. Em “Serões de Filosofia”).

* “Filosofia" é uma palavra que tem sido empregada de várias maneiras, umas mais amplas, outras mais restritas. Pretendo empregá-la em seu sentido mais amplo, como procurarei explicar adiante. A filosofia, conforme entendo a palavra, é algo intermediário entre a teologia e a ciência. Como a teologia, consiste de especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu até agora chegar, mas, como ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade, seja esta a da tradição ou a da revelação. Todo conhecimento definido - eu o afirmaria - pertence à ciência; e todo dogma quanto ao que ultrapassa o conhecimento definido, pertence à teologia. Mas entre a teologia e a ciência existe uma Terra de Ninguém, exposta aos ataques de ambos os campos: essa Terra de Ninguém é a filosofia. (P/AViS-Primavera/1987. Em “Serões de Filosofia”).

* “Acontecem fatos extraordinários em nosso cotidiano que costumam ser denominados de acaso. O homem e a mulher são obras do acaso? Para responder a essa pergunta vamos definir o que é o acaso.
Segundo o dicionário Aurélio, o acaso é o conjunto de causas independentes entre si que, por leis ignoradas, determinam um acontecimento qualquer, de modo casual.
Filosoficamente, o acaso é o encontro acidental de duas séries de acontecimentos que são, cada uma delas, necessárias, como afirma Aristóteles.
Dizer que o homem e a mulher são um produto do acaso é afirmar que este está presente em cada fecundação, negando, assim a necessidade do caminho que o espermatozóide faz até chegar ao óvulo. Também não é algo acidental, pois, se o fosse, porque usar tantos meios para impedir esse caminho ou matar o zigoto?
Assim, podemos perceber que o homem e a mulher não são obras do acaso, mas causas dependentes entre si com resultados esperados, frutos de uma realidade superior ao acaso.” (Lailson Favacho - 3º Período de Filosofia Arquidiocese de Teresina).
Nos próximos textos, estaremos refletindo em termos de “defesa”, sobre a Religião, a Filosofia e a Ciência. Até lá! (P/AViS- 15/12/2009).

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

15- O lugar do Sagrado na História do Homem. (II/II)

Citação básica:

No texto nº 13, afirmamos:

“Eu sou o meu caminho e a minha verdade.” (P/AViS-11/04/2009- sábado de aleluia.).

“Quando aceitamos Cristo e nos envolvemos com Ele, o Espírito Santo nos transforma a cada dia, e assim nós mesmos, à semelhança do Cristo, nos tornamos o nosso caminho e a nossa verdade.” (P/AViS-Primavera de 1977).

“A Graça do Altíssimo vai-se concretizando ao passo que os excluídos vão se tornando objetos de mudança social, buscando a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre todos, não importando sua raça, seu gênero, nacionalidade, credo religioso ou condição social.” (P/AViS-Primavera/2.008).




Do Conhecimento de Deus:

“Aceitar a existência de um Criador é um ato racional. Aceitar quem é o Criador é um ato de fé.” (Adauto Lourenço – cientista cristão).

A ciência das religiões, como disciplina autônoma, tendo por objeto a análise dos
elementos comuns das diversas religiões a fim de decifrar-lhes as leis de evolução e,
sobretudo, precisar a origem e a forma primeira da religião é uma ciência muito
recente (data do século XIX), e sua fundação quase coincidiu com a da ciência da
linguagem. Max Müller propôs a expressão “ciência das religiões” ou “ciência
comparada das religiões” ao utilizá-la no prefácio do primeiro volume de sua obra
Chips from a German Worshop (Londres, 1867). É certo que o termo fora
empregado esporadicamente antes (em 1852, pelo padre Prosper Leblanc; em 1858
por F. Stie felhagen etc.), mas não no sentido rigoroso que Max Müller lhe deu e que, desde então, passou a ser amplamente adotado.

Mas se a ciência das religiões, como disciplina autônoma, só teve início no século
XIX, o interesse pela história das religiões remonta a um passado muito mais
distante. Podemos localizar sua primeira manifestação na Grécia clássica, sobretudo
a partir do século V a. C.. Esse interesse manifesta-se, por um lado, nas descrições dos cultos estrangeiros e nas comparações com os fatos religiosos nacionais –
intercaladas nos relatos de viagens – e, por outro lado, na crítica filosófica da
religião tradicional. Heródoto (484 - 425 a.C.,) já apresentava descrições
admiravelmente exatas de algumas religiões exóticas e bárbaras (Egito, Pérsia.
Trácia, Cítia etc.), e chegou até mesmo a propor hipóteses acerca de suas origens e
relações com os cultos e as mitologias da Grécia.

Em Atenas, Epicuro (341-270 a. C.) empreendeu uma crítica radical da religião: segundo ele, o “consenso universal” prova que os deuses existem, mas Epicuro considera-os seres superiores e longínquos, sem nenhuma relação com os .homens. Suas teses ganharam popularidade no mundo latino no século I graças, sobretudo, a Lucrécio.

Mas foram os estóicos que, no final do período antigo, exerceram uma influência
profunda, ao elaborarem a exegese alegórica, método que lhes permitiu resgatar e,
ao mesmo tempo, revalorizar a herança mitológica. Segundo os estóicos, os mitos
revelavam visões filosóficas sobre a natureza profunda das coisas, ou encerravam
preceitos morais. Os múltiplos nomes dos deuses designavam uma só divindade, e
todas as religiões exprimiam a mesma verdade fundamental; só variava a terminologia.

O alegorismo estóico permitiu a tradução, numa linguagem universal e facilmente compreensível, de qualquer tradição antiga ou exótica. O método alegórico alcançou sucesso considerável; desde então passou a ser freqüentemente utilizado. Para os apologistas e os heresiarcas cristãos, a questão se colocava num outro plano, pois aos múltiplos deuses do paganismo eles opunham o deus único da religião revelada. Era-lhes necessário, portanto, demonstrar, por um lado, a origem sobrenatural do cristianismo – e, por consequência, sua superioridade – e, por outro lado, tinham de explicar a origem dos deuses pagãos, sobretudo a idolatria do mundo pré-cristão. Também precisavam explicar as semelhanças entre as religiões dos mistérios e o cristianismo.

Este esforço acabou levando o cristianismo a uma série de esquisitices que culminou em um sincretismo religioso, o que provocou reações por parte daqueles que queriam vivenciar a simplicidade evangélica. (Confere texto do autor de 1960 – Esquisitices Religiosas). Este fenômeno vem alcançando grande notoriedade no Brasil, principalmente a partir de 1955 com o início do movimento de renovação promovido pelo “OBPC- O Brasil Para Cristo”, do missionário Manoel de Mello e Silva.

A Revelação Cristã:

No decorrer destes dois mil anos surgiram muitas teologias e muitos doutores tentando fixar uma teologia da revelação de Deus para a Humanidade. Na impossibilidade de estarmos estendendo o nosso trabalho e analisando temas apologéticos dos teólogos e filósofos da era cristã vamos desenvolver apenas uma visão que nos parece bastante interessante e prática para todos os tempos. É o que vamos tomar a liberdade de chamar de: “Teologia do Socorro”. Esta tem sido desde os tempos de Moisés, dos Profetas, dos Apóstolos e nestes dois mil anos de cristianismo, a prática eclesial e que tem passado despercebida pela maioria dos teólogos.

Textos básicos:

“Bem-aventurado tu ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo Senhor. O escudo do teu socorro, e a espada da tua alteza; pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas.” (Deuteronômio 33.29).

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”.
(Salmo 46.1).

“Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço, dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer.” (Atos 26.22).

“Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo.” (Filipenses 1.19).

Estes são apenas alguns textos de épocas bem diferenciadas que mostram que a ideia de Deus como socorro tem permeado a história da revelação. Vamos verificar em algumas breves considerações as conseqüências práticas desta visão de Deus.

Deus é SOCORRO:

a) da insegurança moral. A religião é concebida como um freio e Deus como uma barreira contra a natureza humana. A moral está fora do alcance do homem e ele necessita da graça e do auxílio divino para vivê-la. Assim Deus torna-se um policial ou guarda de trânsito que fixa os limites da prática do bem e do mal. Exige do homem juramentos, promessas e votos, em vez da formação de uma consciência crística e responsável. Ele (o homem) quebra os votos e precisa arrepender-se, o que faz através do ritual cúltico da confissão e pagamento de penitências que podem incluir altas doações para a instituição religiosa. Reforça o pessimismo moral em que o homem aparece visceralmente mau e só artificialmente e temporariamente bom, o que será sempre justificado pela confissão e a penitência que salda a dívida moral.

b) da insegurança intelectual. Depois de uma fase de euforia de liberdade e conquistas científicas a religião achou por bem limitar este desenvolvimento. Isto se deu pelo fato de que muitas afirmações e descobertas científicas ponham em dúvida fatos considerados pela Igreja como fundamentais para a sua afirmação institucional. Dentro desta limitação, o espírito humano volta-se para Deus como se ele fosse um tranqüilizante para aquietar os seus anseios de liberdade e conhecimento. Deus se torna absoluto e através do seu pontífice ele determina os limites do progresso humana, reprimindo aos que insistem em não respeitar os limites impostos. Assim Deus torna-se uma simples resposta intelectual e não existencial-metafísica.


c) da insegurança afetiva. Busca-se Deus para atender o apetite da beleza ou das necessidades de conforto e consolação. É próprio de adolescentes ou de adultos com regressão a esses mecanismos de defesa ou fixados nele desde a adolescência. É próprio também dos novos convertidos que ainda não receberam o preparo necessário a respeito da “Fé Libertadora” e do “Conhecimento da Realidade” que em suma é a essência da “Verdade que Liberta”. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.32). De um modo geral muitos líderes religiosos não tem interesse em livrar o novo convertido dessa dependência, pois é exatamente assim que ele se torna submisso e objeto fácil de exploração.

d) da insegurança estrutural. É Deus da ordem estabelecida ou da tradição conservadora. Este homem não alcançou ainda as condições de assumir suas responsabilidades ou não deseja enfrentar os transtornos de uma civilização em constante mudança. As conseqüências de seu ato são sempre determinadas por decisões divinas. Se boas é de Deus, se más é de satanás. Até mesmo nas suas competições, as mais banais ele está sempre recorrendo ao socorro de Deus. Ex.: em uma partida de futebol, os dois lados buscam a ajuda do mesmo Deus. Nas guerras santas, os guerreiros matam em nome de Deus e ambos buscam a ajuda de Deus contra o seu inimigo. Um revolucionário busca a ajuda de Deus para a defesa de seus ideais. Assim Deus se torna o guardião que deve estar a serviço de lados contraditórios, o que por mais incoerente que nos pareça tem acontecido em todos os tempos da história humana. Numa era técnico-científica e alto desenvolvimento intelectual este Deus vai sendo rejeitado por muitos, porém uma massa despreparada pode tornar-se fanática e violenta em nome de Deus, produzindo os mais funestos resultados para a paz e a segurança do mundo. Pois para eles exterminar uma cidade com milhões de habitantes através de uma bomba atômica em nome de Deus, não produz o menor constrangimento. Isto leva a religião à superstição, à magia, fetiches e cultos demoníacos com graves conseqüências para a pessoa e à comunidade local e internacional.

Conclusão:

Vamos concluir este texto conscientes de que estas abordagens deixam muitas questões em suspense. Mas voltaremos a este assunto no texto 17, quando estaremos abordando o tema “Em Defesa da Religião”. Como palavra conclusiva queremos apenas acrescentar que a Igreja vive de esperança, sabendo que ela já possui o “Espírito Santo” e que o “Reino de Deus” já se encontra entre nós, mas tem ainda que lutar na sua peregrinação para possuir completamente o “Espírito” e ser realmente “O Reino”. Mas inspirada na possibilidade sinalizada na “Igreja Apostólica” (Atos 4.32-35) ela prossegue, mesmo reconhecendo muitas vezes como “Igreja Pecadora”, buscando o cumprimento de sua missão qual seja a de ser “Igreja Santificadora”. Está em jogo a liberdade dos homens de aderir conscientemente às obras de Deus, que se traduz na vida plena, participando da ação divina para resgatar o “Éden de Deus”. Está em jogo também o não-paternalismo divino, que aceita o sofrimento e a angústia do homem à medida que a responsabilidade constrói o “Reino de Deus”. O futuro (Escatologia) supõe e exige cristãos maduros, fortes e unidos numa causa comum, apesar da avalanche de forças contrárias. Está também em jogo uma ética solidária e que promove o respeito, a tolerância e até o amor dos cristãos para com aqueles que rejeitam a salvação. Estamos entre a primeira e a segunda vinda de Cristo: na primeira foi Ele quem morreu e ressuscitou, na segunda, nós é que estamos morrendo para ressuscitar todos os dias até a sua volta, quando todo o olho verá e todos os joelhos se dobrarão diante Dele. Amém!... (P/AViS- 08/12/2009).

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

15- O lugar do Sagrado na História do Homem. (I/II)

Citação básica:

No texto nº 13, afirmamos:

“Eu sou o meu caminho e a minha verdade.” (P/AViS-11/04/2009- sábado de aleluia.).

“Quando aceitamos Cristo e nos envolvemos com Ele, o Espírito Santo nos transforma a cada dia, e assim nós mesmos, à semelhança do Cristo, nos tornamos o nosso caminho e a nossa verdade.” (P/AViS-Primavera de 1977).

“A Graça do Altíssimo vai-se concretizando ao passo que os excluídos vão se tornando objetos de mudança social, buscando a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre todos, não importando sua raça, seu gênero, nacionalidade, credo religioso ou condição social.” (P/AViS-Primavera/2.008).

Introdução:

Estes são caminhos escabrosos, estreitos e cheios de provas que levam o crente até aos pés da cruz, onde lhe será revelado o “Cristo”, cuja face acha-se oculta como na estrada de Emaús, quando os, já discípulos, caminharam com Ele algumas milhas sem o reconhecer. Quando a face do Cristo é revelada, o homem entende a sublimidade da obra do Criador e se torna capaz de ser testemunha e agente de mudanças do mundo.

Ao fazermos estas afirmações esperávamos criar no leitor uma expectativa a respeito da verdadeira imagem de Deus. Na realidade Deus mantém o homem num estado permanente de “suspense” com relação a sua verdadeira imagem. De um modo convencional a imagem nos leva a adoção de um nome e o nome faz ressurgir em nossa mente a imagem do nominado. Moisés ao receber a missão de retirar o povo do Egito, quis saber o nome do Deus que o comissionava. Ao perguntar o seu nome Ele respondeu apenas: “Eu Sou o que Sou”. (Êxodo 3. 14). Você há de convir comigo; uma resposta bastante desconcertante!

O homem tem uma reação diante de Deus, como que diante de uma catástrofe: sem capacidade de previsão e ação, uma liberdade insegura e fracassada, autômato, alienado e dominado por uma curiosidade sem fim que o leva finalmente a um desespero que gera certos estados psiconeuróticos de ansiedade, que reproduz uma sensação de exortações ao temor desse Deus. Os noviços temem os castigos eternos e criam os ades, purgatórios e infernos onde haverão de penar suas falhas e maldades. Nos filósofos, pensadores e até em alguns teólogos menos preparados, impõem-se a figura de um Deus voluntarioso, exigente e rabugento que ameaça a todos com os seus poderes soberanos e majestosos.

Assim o nosso primeiro desafio é analisar as diversas imagens que os homens fazem de Deus, todas de uma forma incompleta e carente de um verdadeiro e profundo conhecimento da “Verdade que Liberta”. Estudam a “Graça” mas apresentam a “Desgraça”, falam do “Amor” mas ameaçam com a “Justiça”, prometem “Boas Novas” mas repetem sempre os mesmos “Chavões” de uma mensagem superada e que nada tem a ver com a realidade presente.

Falando das imagens inacabadas do Criador:

Ao tratar deste assunto devemos estarmos conscientes das questões que envolvem a “Fé”, no entanto este assunto será tratado com bastante profundidade no texto nº 27, quando trataremos da “Teologia da Graça”.

No momento devemos levar em conta apenas que a imagem que temos do Criador está intimamente relacionada ao tipo de “Fé” que cultivamos. Finalmente vejamos alguns retratos que fazem do Criador:

a) Deus é um mistério: Ele mantém o homem num estado de “suspense” com o recurso ao “sagrado da majestade”. O homem tem uma reação com diante de uma surpresa que sempre se renova e novamente surpreende e nunca alcança respostas claras e convincentes. Isto gera um estado de insegurança e ansiedade que determina transtornos que vão desde simples reações mentais, até comportamentos psicossomáticos com resultados funestos. Em uma família, onde o pai não tem uma atitude firme diante dos problemas quotidianos, pode gerar este tipo de visão de um Deus que em última instância é o pai espiritual.

b) Deus é algo abstrato e distante das realidades da vida: é a redução de Deus a uma visão material, limitada, inteligível, em vez de ser um padrão que está muito além e fora do nosso alcance, mas que, ao mesmo tempo é nossa aspiração e convite para irmos mais além em busca da perfeição. É o deus dos filósofos que buscam reduzir o infinito e eliminar a fé (Ex.: Espírito Absoluto: Hegel; Ser: Spinoza; Uno: Plotino; Primeiro Motor: Tomás de Aquino e Aristóteles). Assim Deus é visto como uma categoria filosófica e não está acima e fora de todas elas. Não se leva em conta o “espírito” do sagrado, pois Ele indica apenas presença, atuação, ímpeto, movimento, etc.

c) Deus é o “Soberano”, como o Imperador Romano, com todas as consequências deste triunfalismo e vassalagem. A liturgia se reduz a um protocolo de corte, e na moral prevalece a autoridade da força representada pelas armas que garantem a permanência do supremo no poder. Por isso algumas revoluções querem liquidar com o regime político e com a religião; pois em muitos casos os dois se identificam e se protegem, tudo controlando através de leis motivadas pelo temor da vingança divina ou pela necessidade de manutenção do poder a pretexto da ordem.

d) Deus é jansenista: persegue o homem ou desconfia dele; é uma herança de conflitos infantis (Deus Superego) mal superados ou duma concepção dualista da natureza. Daí o surgimento em nossos dias do “deus de mercado”; aquele que ao receber mais também abençoa mais. É a redução do culto a um comércio para captar a benevolência de Deus ou aplacar sua justiça, pois Ele é caprichoso. Para essas pessoas, Cristo, vodu, umbanda, LSD, orixás, etc., é tudo a mesma coisa.

Estas são algumas imagens que o ser humano faz de Deus. Apesar de considerarmos como imagens inacabadas, devemos admitir como direito e privilégio para nós, seres humanos limitados que somos, ter uma imagem do nosso Criador. Estas imagens possuem aspectos negativos e positivos e é nesta visão que alcançamos a revelação do sagrado. Pecados capitais e virtudes interagem de tal forma que nem sempre são tão claros para a nossa mente, de forma que um pecado pode transformar-se em virtude de conformidade com a situação que vivemos (Ética situacional).

Mas dentro de tudo isto que acabamos de colocar, devemos estarmos conscientes de que a consciência e a ação do sagrado ocorrem de uma forma muito simples. Jesus ensinou que onde estiverem dois ou três reunidos em seu nome, aí Ele se faz presente. Fazer entender isso é o nosso objetivo neste breve texto. Pois entendemos “Deus”, à medida que vivemos as exigências reveladas por Ele. Também cada pessoa tem uma experiência única e inrepetível no seu relacionamento com Deus. Ele não é determinado por cultura, civilização ou sistemas, nem mesmo os religiosos; Ele transcende qualquer limite que queiramos fazer Dele. (P/AViS-01/12/2009).

terça-feira, 24 de novembro de 2009

14- O homem foi feito para ser solidário e não um mero competidor.

Introdução

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mt 6.19-21).

“Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.” (Hb 13.16).

Um jovem inteligente e habilidoso de minha aldeia arranjou um bom emprego no Kuait, no Oriente Médio. Trabalhou duro e em pouco tempo ganhou muito dinheiro. Ao voltar para a aldeia, montou um banco particular e abriu uma joalheria. Muitas pessoas depositaram seu dinheiro nesse banco e o negócio prosperou. Mas, uma manhã, as pessoas encontraram o banco e a loja fechados por tempo indeterminado. Temendo pelo destino de seus depósitos, elas deram queixa à polícia e finalmente o jovem foi encontrado e preso. Então, revelou-se que ele havia investido todo o dinheiro do banco em negócios duvidosos para obter lucro rápido. Quando estes faliram, ele perdeu tudo. Finalmente, ele foi preso, e todas as suas propriedades, confiscadas. Na leitura bíblica de hoje, Jesus nos diz que não devemos concentrar nossa atenção na riqueza e nos adverte contra atitudes erradas em relação à riqueza e ao uso dela. Quando permitimos que os bens nos controlem, seguimos por uma trilha escorregadia que nos leva à destruição. Mas, se colocarmos nós mesmos e nossas riquezas nas mãos de Deus, estas podem abençoar outras pessoas, e nossa riqueza contribuirá para o bem-estar da comunidade maior. - T. V. John (Kerala, Índia)
(Transcrito do “no Cenáculo”).


Desencanto:

Os encontros e desencontros estão sempre presentes em nossa vida. Eles acontecem no nosso dia-a-dia, casamentos desfeitos, desempregos, mortes, incompreensões e outras surpresas desagradáveis afetam o nosso emocional criando um estado de ansiedade e às vezes até de desespero. Por mais que lutemos, essas cousas estão sempre ao nosso lado, produzindo efeitos negativos que denominaremos de “Nó Existencial”. É um termo bastante pomposo usado por alguns filósofos e terapeutas, mas que descreve bem essa situação. É um “Nó” que precisa ser desatado e às vezes cortado como na parábola do “Nó Górdio”.
Nós mesmos determinamos o nosso “Nó Existencial”. É o nosso emocional dominado pela raiva, a vaidade, a arrogância, o egoísmo, a perda de privilégios e o desconhecimento das leis que regem o universo. Não queremos cultivar a paciência de esperar o tempo certo para os acontecimentos mais importantes da nossa vida. Não sabemos praticar a tolerância para com os nossos amigos e com as nossas próprias fragilidades. Não somos capazes de beber do elixir do perdão ao próximo e muitas vezes nem a nós mesmos, exigindo sempre cada vez mais perfeição dos nossos atos, esquecendo-nos de que somos pó e por isso sujeitos a falhas e erros conscientes e inconscientes.
As emoções fazem parte da nossa natureza e são traduzidas em sentimentos que identificamos em nossa alma e que são importantíssimos para o funcionamento humano normal. Sem amor, empatia ou compaixão, (empatia = em, dentro e páthos, paixão, modo de conhecimento intuitivo de outrem, que repousa na capacidade de colocar-se no lugar do outro) não se poderia criar famílias e nem viver em sociedade.
É muito comum, quando perdemos o poder, negar o nosso apoio ou pelo menos nos afastar do meio para não colaborar com o nosso sucessor. Precisamos aprender com a mestra “Humildade”, a respeitar as novas ideias e participar com a nossa experiência para apoiar e estimular as novas lideranças.
Precisamos tomar cuidado com aquilo que falamos, a palavra é a alavanca com a qual podemos levantar ou derrubar os nossos amigos. Thiago, o escritor bíblico, diz que a palavra é fogo e que a língua é como o leme de um navio que apesar de pequeno tem o poder de determinar-lhe a direção.
“Devemos lembrar que a palavra não dita é nossa escrava, mas quando dita nos faz seu escravo.”
Dizem também que a língua é o chicote do corpo, com ela podemos defender ou acusar nosso próximo.
O “eu” vem sempre em primeiro lugar, não há respeito pela ideia do outro, o “eu” quer ser soberano e dominante, quer ser o dono da verdade. Mas o que é verdade? As verdades podem ser diferentes; nem sempre a minha verdade é a verdade do outro, sem contar ainda que acima da minha verdade e da verdade do outro está a verdade do grupo.
“O conhece-te a ti mesmo” inscrição inserida no pórtico do Templo de Delfos, e que fez mudanças na vida do filósofo Sócrates (469 – 399 a.C) não é aprofundado e às vezes até desconhecido. Queremos mudar os conceitos existentes na Sociedade, queremos mudar o mundo, mas não queremos mudar a nós mesmos.
Não tenham medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente
“Ontem é história. Amanhã é mistério e hoje é dádiva. Por isso se chama presente.” (Brian Dyson).
O nosso grupo é o somatório de todos nós, reflete as nossas melhores ou piores intenções. Quando buscamos a “verdade que liberta” fazemos do grupo uma comunidade de apoio, de inspiração e escrevemos uma linda história. É o que devemos buscar, um grupo saudável, um ambiente em que a amizade, a solidariedade e o companheirismo contribuam para que os nossos “ENCANTOS” permaneçam e jamais sejam transformados em “Desencantos”. (P/AViS-Primavera-2003 – Br.Refl. 58).
Ser Solidário


Ser solidário é ser amigo da verdade,
É ter Cristo na alma,
É ter olhos no infinito,
É amar e partilhar,
É nunca falhar.

Ser solidário é ver o outro como irmão,
É ser ponto de salvação,
Sempre estendendo a mão.

Ser solidário é querer ver o outro contente,
E lhe mostrar o caminho,
É lhe tirar os espinhos,
E não deixar tropeçar,
É ajudar a caminhar na estrada do amor,
Na luz do grande libertador.


Ser solidário é ser amigo na dor,
É enxergar todo pranto,
É dar alegria à alma,
É lhe trazer toda calma,
É lhe mostrar a esperança,
É ver o caminho da fonte,
É não dar tranquilizante,
É ser amigo constante,
É dizer: Jesus é o nosso calmante.


(Com autorização do autor - Zé Santana – Brejo Santo – CE – Brasil)


Aprendendo com o Urubu:

Quando criança, morava no campo e gostava de observar a natureza. Desde cedo, minha mãe me incentivou a plantar e colher alimentos e também flores. Eu admirava os pássaros soltos na natureza, cantando pela manhã, fazendo seus ninhos e criando seus filhotes. O meu pai gostava de aprisioná-los em gaiolas o que me aborrecia muito, pois o canto de um pássaro preso é sempre diferente de um pássaro solto. Muitas vezes, soltei os canários do meu pai sem que ele soubesse. O interessante é que um dos meus cinco* filhos também herdou este gosto e por diversas vezes eu repeti este gesto sem que ele soubesse. Mas havia um pássaro que eu nunca conseguia vê-lo de perto, muito menos conseguia ver seus ninhos e nem os seus filhotes. Aquele pássaro era grande, arisco e só aparecia quando algum animal estava morto e entrava em decomposição. Um dia minha mãe me disse que aquele pássaro era o urubu, um pássaro feio e agoureiro.

A partir dali, comecei a observar este pássaro tão mal visto pelas pessoas. Com o tempo, passei a gostar dele e notei que afinal de contas ele não era tão feio assim. Ele era até simpático apesar do péssimo costume de comer carniça, o que dificultava apreciá-lo mais de perto. Certa vez, perguntei para o capataz da fazenda qual a sua opinião sobre o urubu. Então ele me disse que ele prestava um bom serviço, pois ele cuidava do campo
consumindo os animais mortos em decomposição e sinalizando muitas vezes os locais onde estes animais se encontravam. Curioso, fiz-lhe diversas perguntas e ele me deu uma verdadeira aula ensinando-me tudo o que ele sabia deste pássaro. Tratava-se de um pássaro muito importante na preservação da natureza e até ensinava algumas lições muito interessantes. Por exemplo, levantava cedo e já saia para correr os campos à procura de alimento, tinha uma capacidade impressionante de observação. Mesmo voando muito alto, ele localizava os animais mortos entrando em decomposição. Ele era organizado e solidário. O espião, ao descobrir um animal deitado no campo, ia baixando o seu voo lentamente até chegar bem próximo. Pousava em alguma árvore ou então em uma cerca e ficava aguardando para verificar se o animal se movia. Depois de algum tempo, se o animal não se movesse, ele se aproximava e pousava próximo do animal e circulava algumas vezes em torno e finalmente subia sobre o corpo e só então bicava-lhe, de preferência os olhos e se nada acontecia, então ele voava e ia comunicar aos companheiros. Mais tarde, voltava acompanhado do bando para consumir aquele corpo. O mais interessante era o ritual que eles realizavam em torno da carniça. Segundo ele, parecia que só depois do mais velho rasgar o couro (abrir o corpo) do animal é que os outros avançavam para se servir. Era o respeito pelo mais velho. Falou também da lenda do Urubu Rei, que ele nunca havia visto, mais que um amigo seu afirmava que ele existia e que ficava nos lugares mais altos e era protegido pelo bando.

O tempo passou e eu acabei me interessando pelos urubus e aprendi então que existem diversas espécies deles. Aqui em Itajubá, um amigo e companheiro de caserna, Veterinário por profissão forneceu-me algumas informações muito importantes as quais registro à guiza de conhecimento sobre essa espécie.

“ O mais famoso e mais conhecido entre nós é chamado “Urubu-de-cabeça-preta” da ordem “Cathartiformes”. O Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) é uma ave Cathartiformes da família Cathartidae, pertencente ao grupo dos abutres do Novo Mundo. É uma das espécies do grupo mais frequentemente observada, devido ao fato de realizarem voos planados a grandes alturas, por serem consumidores de carcaças animais e por possuírem atividade durante todo o dia. O urubu-de-cabeça-preta como as outras espécies de urubus, possuem a cabeça depenada, sendo um pouco rugosa. Essa espécie possui uma boa visão e um olfato apurado, mas não tanto como seu parente mais próximo o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), que localiza a carcaça três vezes mais rápido que essa espécie. Isto se deve ao fato de que a parte do seu cérebro que se encarrega do instinto olfático é cerca de três vezes maior do que a dos urubus-de-cabeça-preta. Eles fazem seus ninhos em terrenos longe da presença humana, junto do solo e nunca são feitos a mais de 50 cm. Os ovos, de cor cinza ou verde-pálida, são incubados por ambos os genitores durante 32 a 40 dias. Os juvenis eclodem com plumagem branca e são alimentados por regurgitação. Com o passar dos dias, os juvenis ganham uma cor branco-rosada e penas um pouco azuladas. O primeiro voo ocorre por volta das 10 a 11 semanas e com cerca de três meses já têm a plumagem de adulto. O urubu-de-cabeça-preta alimenta-se de carniças e frutas em decomposição como a pupunha. Este modo de alimentação necrófago confere-lhes importância ecológica, pois ajudam a eliminar carcaças do ecossistema”.
A maior lição que eu aprendi com os urubus foi a da “Solidariedade”. Quando o espião descobre e confirma a existência de uma carcaça, ele sai e vai chamar os seus amigos para compartilhar daquele repasto. E eles vão chegando em grande número e há alimento e lugar para todos participarem do banquete.
Eu fico então pensando em como nós, os humanos, agimos. Se descobrimos algo precioso, logo queremos tomar posse, se for de grande valor, vamos providenciar uma proteção para que outros não tirem proveito daquilo. Somos possessivos e egoístas e a pretexto de garantir nossos direitos lançamos mãos de todos recursos. Fincamos a nossa bandeira, determinamos os nossos limites e nos armamos para expulsar qualquer invasor.
Então, aquele pássaro, que a primeira vista nos parecia tão estranho, guiado pelos seus instintos naturais nos dá uma linda lição de solidariedade.
Para mim, ser solidário é se ocupar dos outros e respeitá-los. É também ajudá-los como se eles fossem membros de nossa família. Amá-los e ajudá-los sempre, não só materialmente, mas, às vezes ouvi-lo, abraçá-lo e dizer: pode contar comigo, eu estarei com você sempre que precisar de mim. Ser solidário é, sobretudo, compartilhar com amor e alegria sempre que possível e chorar junto quando a dor chegar. (P/AViS-Primavera de 1969).
* Eram cinco filhos naquele tempo, hoje são sete. O interessante é que nenhum deles desenvolveu o hábito de aprisionar os pássaros.

Conclusão:

A solidariedade deve ser vivenciada, sobretudo, na distribuição dos bens e na justa remuneração do trabalho. Ela se manifesta também pelo esforço a favor de uma busca constante de uma ordem social mais justa, onde os conflitos possam ser mais bem administrados, permitindo soluções que venham atender as necessidades das pessoas, principalmente daqueles que se acham excluídos do uso dos recursos básicos para uma sobrevivência saudável.

A busca de soluções para os problemas sócios econômicos deve ser um esforço constante como uma manifestação natural da solidariedade movida por sentimentos de amor e respeito ao semelhante: solidariedade dos pobres entre si, dos ricos e dos pobres, dos trabalhadores entre si, dos empregadores e dos empregados na empresa, solidariedade entre as nações e entre os povos. A solidariedade internacional é uma exigência de ordem moral. Em parte, é da solidariedade que depende a paz mundial. A nova ordem mundial vem acirrando a competição em todos os sentidos, havendo, portanto, uma carência cada vez maior da prática da solidariedade principalmente entre as grandes potências a fim de facilitar meios para a prosperidade das nações consideradas pobres.

A virtude da solidariedade ultrapassa os bens materiais. Difundindo os bens espirituais da fé, o cristianismo sempre favoreceu o desenvolvimento dos bens temporais, aos quais muitas vezes abriu novos caminhos. Assim foi-se praticando, ao longo dos séculos, o ensinamento de Jesus: "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas" (Mt 6,33). É bem verdade que a Igreja, como instituição, tem-se preocupado excessivamente em acumular recursos e fazer grandes investimentos em construções de Templos suntuosos em detrimento do atendimento aos carentes.

Há dois mil anos homens e mulheres tem-se devotados a viver e perseverar o sentimento missionário que move a alma dos verdadeiros cristãos este sentimento que tem levado ao heroísmo caritativo dos monges agricultores, sacerdotes operários, dos libertadores de escravos, dos que tratam dos enfermos, dos mensageiros de fé, de civilização, ciência a todas as gerações e a todos os povos, visando criar condições sociais capazes de possibilitar a todos uma vida digna e saudável.

A presença dos que têm fome por falta de pão, no entanto, persevera e parece agravar-se mais ainda com as novas propostas econômicas quase sempre inspiradas no niilismo operante. O drama da fome no mundo convoca cristãos e não cristãos a um compromisso consciente para uma responsabilidade efetiva em relação à família humana, tanto nos comportamentos pessoais como em sua solidariedade como de uma mesma espécie. Aos que se irmanam num sentimento de fé e crença no sagrado apelamos para uma intercessão fervorosa para que o Criador tenha misericórdia desta humanidade, dominada pelo espírito de competição e tão afastada dos sentimentos de fraternidade universal.
(P/AViS-24/11/2009).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

13- Entender o homem como uma criação intencional de seu Criador.

Introdução:

O homem é apenas uma minúscula parte de um projeto que envolve a criação de todo o Universo. Eu não vejo como entender toda a criação sem conceber uma intenção e um objetivo predeterminado que orienta a execução de todo este projeto. Assim como o Criador a trezentos mil anos deu início a produção do petróleo para ser usado pelo homem nos últimos séculos, acredito também que Ele esteja criando outros locais para acolher a vida quando o nosso planeta esgotar todas as possibilidades para a nossa sobrevivência.

É a partir deste entendimento que não me paira nenhuma dúvida quanto a intenção inteligente do Criador a nosso respeito. Não resta dúvida que se trata de um projeto elaborado por uma inteligência que transcende infinitamente à nossa capacidade de compreensão racional. Aí só a imaginação e a fé poderão trazer luz para qualquer afirmação definitiva. Para servir de base a uma reflexão filosófica eu te convido para pensar comigo a seguinte tese: A vida só pode ser aceita como algo justo, quando entendemos a sublimidade do universo e da própria vida. Para facilitar a nossa cognoscibilidade vamos nos limitar em analisar apenas a Sublimidade do homem.

A Sublimidade do Homem:

“A Vida só pode vir da vida.” (P/AViS-Primavera/1.969).

De início vamos conceituar o termo “Sublimidade”; o dicionário nos fornece os seguintes sentidos para a palavra: Qualidade de sublime; o mais alto grau da grandeza artística e moral; elevação, grandeza, magnificência; gr4ande altura; excelência; perfeição; a maior grandeza possível; aquilo que transcende qualquer expectativa.

Com estes qualificativos eu acho que fica bem claro o que queremos dizer quando propomos versar sobre a “Sublimidade do Homem”.

“A sublimidade é uma qualidade essencial da existência humana. Caracteriza todo o nosso mundo de experiência propriamente humano. Com certeza, este mundo ultrapassa-se constantemente a si mesmo apontando para um mais além. Na verdade, o nosso mundo é sempre limitado, mas não é fechado, não se encontra definitivamente fixado, antes é por essência um mundo com fronteiras abertas e um vasto território a ser explorado.
Os limites são fixados na medida em que nós nunca o experimentamos em toda a sua extensão; captamos apenas fragmentos parciais da realidade.”

Intensivamente não apreendemos sempre sob aspetos limitados. Na medida, porém, em que temos consciência da limitação e nos propomos a novos avanços, vencemos estes limites continuadamente. Se fizermos como as crianças e continuarmos a perseguir os porquês das coisas não encontraremos nunca o limite final. Quando dizemos que estamos pendurando as botinas e saímos da militância diária, aí fixamos os nosso limites e entramos no processo de morte.

A experiência é um acontecimento de auto-superação, um movimento transcedente que nos lança em constantes aventuras. A sublimidade acontece na imanência da experiência, assim como de modo inverso, a imanência do nosso mundo de experiência se sublima e transcende essencialmente a si mesma. Na medida porém em que este acontecimento sublima entra constitutivamente na realização da nossa experiência, converte-se numa grandeza transcendental, isto é, experimentada de modo atemático como condição a priori da nossa experiência em geral, abrindo novos desafios.

“Quando pensamos que temos as respostas, a vida muda as perguntas. Portanto não tenha medo da crítica dos outros e, sobretudo, não se deixe paralisar por sua própria crítica.”

A exposição temática da sublimidade do homem, a expressa incorporação no movimento espiritual acontece (ou já tinha previamente acontecido) na realização religiosa na qual nós, para além de nós mesmos e do nosso mundo, nos relacionamos explicitamente com o Sagrado e com o Divino. Portanto a questão filosófica acerca da possibilidade de sistematizar a sublimidade supõe já a realidade de tal sistematização que ocorre por outras vias, a da espiritualidade, da fé, da esperança e da solidariedade. Isto nos conduz a um problema subseqüente acerca da essência da religião e do comportamento religioso. Isto é próprio de todas as religiões em qualquer uma das suas formas. Mas que espécie de relação é esta? Como se consegue alcançar o sagrado? Qual é o fundamento e singularidade do fenômeno religioso?
Importa Renascer.
É razoável entender que a cada conquista o homem vai se renovando. As religiões usam de um modo geral ritos que simbolizam este crescimento. Em algumas este rito é chamado de “Batismo”. Jesus, considerado pelos cristãos como o fundador do cristianismo, mandou que seus discípulos fossem ministrando seus ensinamento e batizando as pessoas. Em outras religiões ou ordens místicas em geral dão o nome de iniciações, que muitas vezes são realizadas ao passo que o neófito vai conquistando novas posições ou conhecimento dentro da comunidade.
Jesus interrogado por Nicodemos sobre a forma de se alcançar o Reino de Deus respondeu : “na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” (João 3.3).
Isto nos leva a pensar que o Reino proposto por Jesus só é possível quando estamos dispostos a buscar novas formas de experiência, desejando com toda a sinceridade de coração alcançar o nível “Crístico”.
“Eu sou o meu caminho e a minha verdade.” (P/AViS-11/04/2009- sábado de aleluia.).

“Quando aceitamos Cristo e nos envolvemos com Ele, o Espírito Santo nos transforma a cada dia, e assim nós mesmos, à semelhança do Cristo, nos tornamos o nosso caminho e a nossa verdade.” (P/AViS-Primavera de 1977).

“ A Graça do Altíssimo vai-se concretizando ao passo que os excluídos vão se tornando objetos de mudança social, buscando a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre todos, não importando seu gênero, nacionalidade, credo religioso ou condição social.” (P/AViS-Primavera/2.008).

Estes são caminhos escabrosos, estreitos e cheios de provas que levam o crente até aos pés da cruz, onde lhe será revelado o “Cristo”, cuja face acha-se oculta como na estrada de Emaús, quando os, já discípulos caminharam com Ele algumas milhas sem o reconhecer. Quando a face do Cristo é revelada o homem entende a sublimidade da obra do Criador e se torna capaz de ser testemunha e agente de mudanças do mundo.

Conclusão:

Esta foi a intenção do Altíssimo ao criar o homem; “Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Efésios 4.13).
Ao testemunharmos a derrocada moral da sociedade e constatarmos a flagrante negligência para com Deus e suas verdades absolutas, comprovamos que as coisas, de fato, têm que mudar.
Lembremos que a Bíblia nos adverte que satanás é o “deus” deste mundo (Efésios 2.2). É ele o responsável pela brutal perversão, a injustiça, a violência e a rebeldia contra Deus e suas leis. A única esperança para qualquer país e o mundo todo é o retorno à Deus e à sua Palavra: em suma, um renascimento. O renascimento se dá individualmente ou coletivamente.
Lamentavelmente há muita gente que não entende o que é um verdadeiro renascimento. Não é uma série de eventos organizados. Nenhum renascimento se obteve até hoje mediante a reunião de várias comissões para se organizar uma série de reuniões. Renascimento é uma coisa que Deus realiza de modo soberano. É uma ação sobrenatural do Espírito Santo. Busca-se por renascimento em oração.
O renascimento começa pelos crentes: Onde quer que Deus trate do renascimento na Bíblia, Ele se dirige aos crentes. Apesar de nunca antes ter sido tão grande o número de crentes como agora, não estamos influenciando de modo algum, nossa civilização quanto deveríamos. Precisamos reavivar nossa paixão pelo Senhor, precisamos renascer a cada dia.
O renascimento se caracteriza pela oração: Como mudarmos as coisas ao nosso redor? (II Cr. 7.14). Temos que nos humilhar e orar. O renascimento nos leva ao avivamento e todo o avivamento na história tem-se caracterizado por fervorosas orações.
O renascimento acontece quando colocamos Deus acima de tudo: Deus sabia que Israel, seu povo, iria um dia desobedecer a Ele e até mesmo deixá-lo. Deus revelou a Salomão uma fórmula para o renascimento. Os israelitas teriam que: l) humilhar-se perante Deus: 2) orar a Deus: 3) desviar-se dos seus pecados. Se o povo de Deus obedecesse a essas prescrições, aí então Deus o abençoaria e sararia a sua terra.
Tal como os israelitas do passado, muitos de nós nos afastamos de Deus e estamos vivendo para nós mesmos. Para que o renascimento aconteça, precisamos colocar Deus acima de tudo em nossa vida. Estamos como ossos secos carecendo da ação de Deus.
Estudo constante da Bíblia e oração. É hora de nos tornarmos participantes de nossa igreja e não apenas meros expectadores. É hora de dispensarmos cuidados aos velhos, doentes, viúvas e aos pobres.
É hora de compartilharmos nossa fé com o povo em geral sem nenhuma discriminação e, acima de tudo, é hora de honrarmos e obedecermos a Deus, desarraigando o pecado de nossas vidas, rompendo nossos próprios limites buscando novas formas de entender e ensinar a essência do evangelho que nos foi doado graciosamente pelo Cristo que venceu a morte, está vivo e reina para todo o sempre. P/AViS-17/11/2009.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

12- O Homem, por sua própria natureza e origem já é um vencedor.

“Que é o homem, esse semideus tão louvado? Não lhe faltam as forças precisamente quando lhe são mais necessárias? Quando ele toma alento na alegria, ou se abisma na dor, não se imobiliza num ou noutro sentido e retoma a banal e fria consciência de si mesmo, no momento exato em que aspira a perder-se na plenitude do infinito.” (Goeth – em Sofrimentos do Jovem Werther).


VENCEDOR NATO

Há algum tempo, em algum lugar, duas vidas se uniram diante de um altar com a bênção divina e numa relação íntima de amor entre elas. Milhões de espermatozóides na mais empolgante competição pela vida iniciaram uma corrida para vir a este mundo e você estava lá. Foi tudo tão perfeito que nenhum cientista, nem poeta ou filósofo puderam entender e descrever com exatidão aqueles quarenta minutos de sublime disputa. Mas o importante é que você venceu por isto já começou a vida como UM VENCEDOR.
Você não estava sozinho. Iam com você milhares de espermatozóides reunidos em verdadeiros batalhões para garantir o seu sucesso. O batalhão dos fecundadores. Os seus competidores iam devidamente equipados para a fecundação. Eram protegidos por uma armadura especial que foi deixada fora do óvulo, assim que houve a fecundação. Outro Batalhão, o dos protetores iam torcendo por vocês e oferecendo apoio e proteção a fim de que nada interferisse na competição e que tudo corresse dentro das normas não permitindo que houvesse qualquer prejuízo aos competidores. Finalmente seguia outro batalhão, o dos bloqueadores, aguardando o final da competição, a fim de bloquear o óvulo e não permitir a entrada de qualquer intruso após a sua vitória.
Talvez neste momento você esteja atravessando uma fase de crise e se sentindo um perdedor; saiba, porém, que você pode não ter conquistado um primeiro lugar na faculdade, no colégio, num curso, pode não se sentir como o filho mais amado e mais querido. O seu valor pode não estar sendo reconhecido no trabalho, no meio dos amigos ou parentes; você pode estar se sentindo um derrotado na vida. Pode até mesmo ter acontecido um acidente e naqueles quarenta minutos de competição e você ter chegado a este mundo com alguma necessidade especial.
Mas lembre-se: de uma maneira ou de outra, na corrida pela vida você chegou à frente. Você chegou campeão! Lembre-se também que naquele momento Deus te ajudou e que ele continua pronto para te ajudar. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Hb 13.8).
Finalmente lembre-se de que Deus tem um propósito especial e maravilhoso para sua vida. Ele está te chamando e insiste: “Não temas porque Eu estou contigo, não te assombres, porque eu sou o teu Deus, Eu te esforço e te ajudo, Eu te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41.10). “Esforça-te, e tem bom ânimo”. (Josué l. 6).

O CAMINHO BIOLÓGICO

Para que você chegasse aqui, além de todos os cuidados que falamos na mensagem anterior, foi necessário também muito amor a fim de que sua vida se revelasse e você adquirisse o direito pleno de viver.
O salmista afirma que você foi objeto do amor de Deus desde o ventre de sua mãe (Sl 22.9 e l0). Isaias disse que foi chamado desde o ventre de sua mãe, onde o Senhor o formou e expressa sua confiança no Senhor que o ajudará para sempre. (Is 44.2; 49.1).
O início de tudo foi o amor que uniu seus pais, permitindo sua fecundação. A partir daí fenômenos maravilhosos ocorreram, com já vimos, até que você viesse à luz. Após a fecundação, você foi acolhido pelo útero de sua mãe e dentro de cinco ou seis dias, pelo processo de nidação você já estava, confortavelmente, instalado com todo conforto e garantia de assistência total. De forma sublime e graciosa, era o início da graça de Deus operando a seu favor.
Mais uma semana e os seus órgãos começaram a ser definidos e o seu sistema nervoso começou a se manifestar. É algo maravilhoso que desafia a ciência, os filósofos, religiosos e poetas, a inteligência que conduz este processo.
Em mais ou menos dezesseis semanas os seus órgãos já estavam definidos e você se transformou em feto e já gozava da proteção da lei dos homens, que de um modo geral proíbe a sua retirado do útero (aborto provocado) e a própria natureza também te dá maior proteção tornando-se mais difícil a sua expulsão do útero (aborto natural). Você já aprendeu a se defender e batalhar pela sua sobrevivência, possui alma, isto é, capacidade de se movimentar. Isso é emocionante, um mistério Divino.
Com vinte e sete semanas você já é capaz de pronta reação diante de qualquer ameaça e pode ter algumas sensações e até reagir ao pensamento de sua mãe, possuindo inclusive a capacidade de sentir dor.
Daí em diante o processo se acelera e por volta de mais ou menos onze semanas você está pronto para vir ao mundo. É um momento de muita emoção. Pais, avós, tios e amigos ficaram ansiosos por sua chegada. Tudo isto ocorreu como resultado de muito amor e dedicação de muitas pessoas, algumas até mesmo totalmente desconhecidas tais como médicos, enfermeiras e outros. Você recebeu de presente a vida, você não pediu e nem te perguntaram se você queria nascer. Não te deram chance de opinar sobre os pais que você teria, nem o país que você nasceria, foi tudo decidido por um poder superior, que é soberano e não se submete. A este poder o homem primitivo chamava de Criador ou Deus Altíssimo. A sua chegada aqui foi apenas a manifestação da vida e do amor que são a essência do Altíssimo. Deus é AMOR. (I Jo 4.8b). Eu te convido para refletir em seguida sobre mais este mistério em Além do Biológico.

ALÉM DO BIOLÓGICO

Até agora eu falei das coisas biológicas, físicas e materiais, perfeitamente comprovadas pela ciência.
Jesus, no diálogo com Nicodemos, disse: “se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?”. (Leia Jo 3.l-12).
Até aqui falei de fenômenos biológicos e espero que você tenha compreendido e acreditado que o Deus Altíssimo operou por trás de tudo isto. Se foi assim acredito que a nossa reflexão te fará muito bem. Se você acreditou apenas no biológico, estou orando para que Deus abra os seus olhos da mesma forma que abriu os olhos dos caminheiros de Emaús para que eles pudessem reconhecer Jesus. (Leia Lc 24.13-35).
É importante ressaltar que o mesmo Deus que projetou este maravilhoso instrumento de reprodução da vida tem também um plano especial para cada vida que surge neste planeta. O que parece absurdo é uma pessoa saber de todas estas maravilhas e não acreditar que por trás delas exista um criador cheio de amor, que tudo fez para que viéssemos aqui e tivéssemos a chance de sermos felizes.
Pois bem, agora vou falar de algo muito mais sublime. Vou refletir sobre a existência da alma e do espírito. Somos uma unidade trina, corpo, alma e espírito. Na reflexão anterior falei que quando alcançamos a capacidade de ter algum tipo de consciência e fazer algum movimento, passamos a ser também uma alma vivente. Este é um processo próprio de toda a espécie animal. É isto que marca o diferencial entre o vegetal e o animal, este é capaz de movimentar.
Se formos a um dicionário encontraremos uma longa relação de sentidos para esta palavra. Mas se atentarmos para sua origem latina verificamos que ela vem de “anima” e que exprime exatamente a causa oculta dos movimentos vitais. Em teologia o assunto é bastante complexo, mas nós vamos simplificá-lo, dizendo que a alma é uma substância incorpórea, porém ligada e dependente do corpo animal. A Bíblia fala que quando Deus soprou no homem o fôlego da vida ele passou a ser alma vivente (Gn 2.7). A palavra alma é citada muitas vezes na Bíblia e o seu sentido é bastante variado, no entanto na maioria das vezes ela tem o sentido de ser uma substância imaterial, criada por Deus para ser o centro dos afetos e motor dos atos humanos, principalmente os inconscientes. Ela está ligada ao processo de rejeição, aceitação e seleção agindo diretamente na nossa vontade e no pensamento. Assim a Bíblia nos ensina a importância de educar ou doutrinar a alma (Sl 103-1; Pv 21.10; Is 1.14: Mt 22-37; I Pd 1.22).
Quero falar agora sobre o espírito. A Bíblia fala de dois espíritos, um é o espírito do homem e o outro é o Espírito de Deus. Sempre que nos referirmos ao Espírito de Deus usaremos o “E” maiúsculo e ao nos referirmos ao espírito do homem usaremos o “e” minúsculo. A palavra espírito significa para nós o princípio animador ou vital, ou seja, que dá vida aos organismos físicos. A partir disto podemos entender que o espírito vem antes da alma, pois o espírito é que gera a vida, sem o que a alma não poderia cumprir a sua missão. A Bíblia é rica em citações sobre o espírito dos homens e o Espírito de Deus. Este assunto merecerá de nossa parte uma atenção especial, quando estudaremos A obra do Espírito Santo.
Nessa oportunidade a intenção é passar este conhecimento e dizer que tanto o corpo, como a alma e o espírito precisam ser alimentados e tratados como um grande presente a nós concedido pelo Deus Altíssimo. O corpo é alimentado com elementos materiais, a alma é alimentada pela beleza e pelo amor e o espírito é alimentado pela fé e obras de piedade e misericórdia.
Para que os três possam viver em harmonia precisamos cultivar a humildade, a esperança, a fé e desenvolver a capacidade de compreender e perdoar as nossas próprias fraquezas e também as do próximo. Lembrando finalmente que viver em harmonia significa viver no Espírito e ser amigo e companheiro de Jesus que nos ensinou “vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15-14). Assim o homem de algo de sublime que ultrapassa a sua própria capacidade de entender.

CONCLUSÃO

A “sublimidade” é um elemento essencial da existência humana. Caracteriza todo o nosso mundo de experiência propriamente humano. Com efeito, este mundo ultrapassa-se constantemente a si mesmo apontando para um mais além. Na verdade, o nosso mundo é sempre limitado, mas não é fechado, não se encontra definitivamente fixado, antes é por essência um mundo com fronteiras abertas. Ele é limitado na medida em que nós nunca o experimentamos em toda a sua extensão; captamos apenas fragmentos parciais da realidade. Intensivamente não aprendemos nada de um modo completo; só aprendemos sempre sob aspectos limitados. Na medida, porém, em que temos consciência da limitação, ultrapassamo-la continuamente. Continuamos a perguntar, fazemos novas experiências, alargamos o nosso horizonte, compreendemos novos conteúdos de sentido e novas relações lógicas. Perguntamos pelo sentido e fundamento da totalidade do nosso mundo e do nosso próprio ser no mundo. Mas jamais encontraremos a última resposta. Rasgamos um véu e vislumbramos outros véus. Isto não acontece por acaso, é obra do criador que assim nos fez com a intenção de nos colocar neste planeta onde tudo tem o seu limite. Assim limitados como todas as manifestações de vida animal, vegetal e mineral podemos viver dentro de certos parâmetros a fim de que possamos explorar estes limites e abrir novos horizontes. É como subir uma montanha e descobrir mais além outras desafiadoras montanhas a nos convidar à continuar na caminhada.

“Quando pensamos que temos as respostas, a vida muda as perguntas.
Portanto não tenha medo da crítica dos outros e, sobretudo, não se deixe paralisar por sua própria crítica.” (Autor desconhecido). (P/AViS-10/11/2009).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

11- O Homem não é obra do acaso.

Introdução:

O homem não é obra do acaso e nem evolução de qualquer espécie que não seja a sua própria que se acha em pleno desenvolvimento para alcançar a imagem e semelhança do seu Criador, sem nenhuma possibilidade de se tornar igual a Ele.

De uma forma mistérica ele foi implantado neste planeta com a missão de multiplicar, crescer e dominar todos os espaços existentes. O seu Criador colocou em sua natureza uma força capaz de movê-lo a isso. Por mais que ele seja provado será sempre alimentado pela esperança de um dia realizar o sonho do seu Criador. Mesmo diante de todas as violências, atrocidades e ameaças da natureza ele buscará a felicidade (nirvana, céu...), vencendo as angústias e até mesmo profundo desespero (ades, inferno...), mas, como humanidade, ele jamais desistirá de seu destino e lutará até as últimas consequências pela sua sobrevivência, quer seja deista ou ateista.

“MESMO QUE SOUBESSE QUE O MUNDO SE DESINTEGRARIA AMANHÃ, AINDA ASSIM PLANTARIA A MINHA MACIEIRA.” (Martin Luther King, Líder anti-racista norte-americano.)

CRIACIONISMO OU EVOLUCIONISMO.

“No princípio, criou Deus os céus e a terra”. (Gênese 1.1).

Durante muitos milênios, essa afirmação era incontestável. Era como um dogma intocável que ninguém se atrevia questionar. Nem filósofo, nem teólogos e livres pensadores discutiam o assunto que era considerado um tabu sagrado. Mas a partir da Reforma Religiosa do século XVI e o desenvolvimento do niilismo, principalmente a partir do século XIX, alguns pesquisadores começaram a discutir a origem da vida. Em 1859, Charles Darwin publica o seu livro “Origem das Espécies” colocando em cheque essa afirmação, provocando assim uma discussão mundial que se estende até aos nossos dias.

A partir daí, o que existe é uma batalha científica buscando provar a origem das espécies. Apesar de sua teoria já estar ultrapassada, muitos estudantes estão ainda tomando por base as suas afirmações. Principalmente no Brasil, onde a filosofia sofreu um longo colapso, ou melhor dizendo ainda hoje há um controle na educação que impede de se ensinar as novas gerações a pensar, mantendo assim uma cultura baseada em princípios filosóficos e teológicos de dois séculos atrás.

Ainda provoca celeuma discutir em nosso meio evolucionismo ou criacionismo, por isso não podemos deixar de considerar estes dois aspectos teóricos do aparecimento da vida em nosso planeta.

A palavra “evolução” em português deriva-se do latim de “volvere” que quer dizer “rolar”. Expressa a idéia de desenvolver-se de modo gradual em infinitas subdivisões até alcançar formas definidas em grande quantidade.

Entendem alguns que o termo “evolução” é empregado para designar a teoria de que todas as formas de vida na terra teriam se desenvolvido a partir de uma mesma origem (fungos, bactérias...), que de uma forma progressiva alcançaram um patamar mais sofisticado até chegar ao tipo de vida que conhecemos hoje. Neste caso a vida já teria concluído seu ciclo a alguns milhões de anos, o que não é verdade, pois a ciência já provou que novas formas de vida estão surgindo a todos os instantes em nosso planeta assim como novas galáxias, estrelas e planetas estão se formando no universo.

Criar vem do latim “creare” (produzir, gerar). Essa palavra pode ser tomada no sentido filosófico ou teológico em relação à origem do mundo, do homem e de outros seres, tanto físicos quanto espirituais.
Teologicamente, com base nos livros sagrados do judaísmo e do cristianismo, a criação foi realizada a partir do “Deus Altíssimo”. Um Deus sem origem, sem princípio, onipotente, onisciente e onipresente que pelo verbo fez surgir o universo visível aos nossos olhos e também o invisível. Os livros sagrados apenas falam de seus atributos sem a preocupação com a sua origem. No livro escrito aos hebreus no capítulo 11, versículo 3, em uma forma mística com base na fé, encontramos o seguinte registro: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados: de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”. O Evangelista João no capítulo 1, versículos 1 a 4 afirmou que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”.

A grande questão do catequista não é provar o criacionismo pela Bíblia, pois isto é fato claro e consumado, a dificuldade está em provar para o homem a inerrância bíblica, para o que os discipuladores ainda não se atinaram e por isso não tem investido nisso, enquanto que um grande número de pesquisadores “ateus” busca por todas as formas descobrir erros nos registros sagrados reforçando assim o movimento niilista.
CONHECIMENTO, INTELIGENCIA E FÉ

Não se sabe com certeza quando o conhecimento e a inteligência chegaram ao nosso planeta. O que se pode afirmar é que sem estes dois agentes nada do que existe poderia vir à existência.
Quanto à fé, aqui entendida como crença em algo que está fora do alcance do conhecimento, é fácil entender que ela veio a posteriore. Quando se fala de fé, pensamos logo em religião e esta com certeza veio muito depois.
Feitas estas colocações iniciais, já podemos perguntar: onde fica o homem em função disto? Com certeza o homem foi uma solução que o conhecimento e a inteligência encontraram para tomarem forma concreta e se manifestarem neste planeta. Não há acordo entre filósofos, teólogos e cientistas a esse respeito. Esse desacordo deve ser visto como uma estratégia do conhecimento para manter viva e atuante a inteligência. Esta por sua vez governa a vida que jamais poderia existir sem as duas. O homem torna-se, desta forma, refém das duas. A inteligência exige que o homem adquira cada vez mais conhecimento, pois ele é o seu encantamento. O conhecimento encanta o homem, dando a ele consciência de sua própria existência e do seu valor. Mais conhecimento e o homem se considera mais importante, mais poderoso e capaz de dominar. Assim, o homem surge neste planeta com a missão de dominar.
Mas como ele não pode dominar todas as coisas, surge a fé que vai permitir o preenchimento das lacunas que são criadas entre as diversas possibilidades de alcançar conhecimentos que ainda não estão ao seu alcance. Assim o homem sedento de domínio, parte para as grandes conquistas. Pela fé ele acredita que vai adquirir maior poder através da inteligência que permite a criação de estratégias e meios que acabam sendo formalizados por aqueles que ganham a confiança do grupo. É a partir daí que vão surgindo os diversos tipos, estruturas e normas sociais.

O HOMEM SE DESCOBRE.

O homem olhava à sua volta e tomava conhecimento superficial da existência da natureza, até que num determinado momento ele começou a fazer certas perguntas a si mesmo. Uma das primeiras perguntas, com certeza, foi: como surgiram as coisas que o rodeavam? Posteriormente passou a questionar a sua própria origem. Como não havia respostas adequadas, a inteligência recorreu à fé e a organização de grupos para adorar e cultuar ao criador, surgindo daí a religião com a qual a inteligência passou a dirigir os destinos dos homens.
O cristianismo e o judaísmo, partindo destes princípios afirmam que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus com plenos poderes para ter domínio sobre a natureza. (Gn 1. 28). Só que o homem não se contentou em dominar apenas a natureza, passou a disputar domínio com o seu semelhante.
O primeiro ato decisivo sobre este desvio foi a disputa entre Caim e Abel, provocando o assassinato de Abel.
A inteligência concluiu que apenas o ato de adorar ao criador não foi capaz de harmonizar as relações entre os homens. Em consequência disto deu-se início a outra providência, normatizar leis de relacionamento surgindo assim os princípios éticos e morais, que juntos com as religiões foram sendo difundidos entre todas as raças humanas existentes no planeta. Tanto a religião, a ciência, a ética e a moral, no futuro, alcançarão seus objetivos ao passo que se colocarem a serviço do conhecimento, da inteligência e da fé.
A importância deste breve texto, talvez para alguns um pouco folclórico, é mostrar que tanto a Religião, a Ciência, a Ética e a Moral tiveram um mesmo princípio: a inteligência e um mesmo objetivo: harmonizar os relacionamentos dos homens entre si e com a natureza. Daí a nossa proposta da Ética do Relacionamento.

CONCLUSÃO

Para concluir, uma mensagem de fé em Deus e Confiança no Homem que aqui foi colocado sem seu pedido ou consentimento em um tempo que ele desconhece, para uma missão que nunca lhe é claramente exposta, mas que mesmo assim tem consciência de seu poder e por isso não desiste de permanecer e lutar pela sua sobrevivência.

A partir disso consideremos o seguinte:

a)- A Ciência torna-se nobre, quando pesquisa em busca do conhecimento do Criador, empobrece-se e torna-se ridícula, quando faz o contrário, isto é, pesquisa sem levar em conta que todo o existente foi e está sendo criado e que nada pode existir sem uma origem e a regência de um criador. (P/AViS- Primavera de 2009).

b)- A conquista da “Verdade que Liberta” está em se tornar cada dia mais semelhante ao Cristo, e aí como diz o Apóstolo Paulo: “você alcançará a plenitude do varão perfeito” e se tornará imagem e semelhança do Criador. (P/AViS-Primavera/l986).

c)- “A Vida só pode vir da vida.” (P/AViS-Primavera/1.969).

d)- NASCIDO PARA VENCER.
“Deus disse: - Eu irei com você e lhe darei a vitória”. (Ex 33.14).
Quando sentimentos de derrota passarem pelo seu coração, fazendo com que se sinta sem vontade de viver, lembre-se: você é vitorioso e pronto! Não há motivo algum que justifique abrigar esse desânimo. Ao contrário, existem motivos de sobra para adorar ao Criador da Vida por tudo o que Ele fez e deu, por tudo o que você já conseguiu realizar, por tudo o que você é: uma obra prima de Deus. Então, absorva, deguste, receba tudo o que vem direto do amoroso colo do Pai. Lembre-se de que diretamente dele vêm as fontes da água viva, os talentos, dons, capacidade, alimento para a alma e para a vida e também os seus sonhos e planos. São somente coisas boas que podemos e devemos absorver diariamente, mesmo que névoas venham ofuscar a nossa visão. E mesmo que você tivesse motivos para ficar triste e desolado, abatido e cansado, mesmo assim não seriam suficientes para derrubá-lo e deixar que as dificuldades da vida nos deixem prostrados. Prostrados devemos ficar somente na presença do Pai, para o servirmos e o adorarmos e, assim, deixarmos que Ele nos abasteça novamente. Somente... E coisa alguma deve querer tirar esse foco em Deus na vida. Você tem vida abundante e graciosa na presença do Pai. Não permita mais que sentimentos dessa estirpe assolem seu coração, pois você é vitorioso. Nos momentos da vida em que tudo parecer escuro, quando as névoas da dificuldade reduzir a sua visão, lembre-se de olhar para cima. O sol da justiça ainda brilha. Deus vela por você, para fazê-lo vitoriosa nas provações. Ore ao Pai: “Querido Pai, agradeço-te por eu ser quem eu sou, por teres me feito tão especial. Agradeço pela provisão de vitória para este dia. Amém!”. (P/AViS-Primavera/1997).
“Os homens aprontam os cavalos para a batalha, mas quem dá a vitória é Deus, o Senhor”. (Pv 21.31). (P/AViS- 03/11/2009).