terça-feira, 13 de abril de 2010

24- A Ética da Solidariedade.

Introdução.

Vivemos numa sociedade de consumo, onde parece ser melhor aquele que mais tem, que mais mostra, que mais gasta.

Será importante ter sucesso na vida, não ter problemas de dinheiro, passar boas férias se virarmos a cara quando passamos por um mendigo que nos estende a mão? Se ficarmos indiferentes ao ver nos noticiários velhos a «viver» em barracas em condições desumanas? Se mudarmos de canal quando estamos a jantar e passam imagens de crianças desnudas e desnutridas nos países de 3º mundo?

É verdade que pouco podemos fazer para inverter a situação em que o mundo se encontra, mas podemos ser solidários com o pequeno mundo que nos rodeia, um mundo menor que se cinge ao nosso campo de ação no dia a dia.

Não é necessário canalizar o nosso salário para os pobres. O serviço que podemos prestar à sociedade é vasto e o mais importante nem sempre é dar dinheiro, embora o seja por vezes necessário.

É solidário aquele que trabalha como voluntário numa associação de solidariedade social uma ou duas vezes por semana, sem receber nada. É solidário aquele que procura alegrar uma tarde de um Lar de Idosos ou de um Jardim de Infância. É solidário aquele que encaminha um jovem desconhecido para um Centro de Recuperação. É solidário aquele que socorre um mendigo embriagado caído no chão e chama a ambulância para socorrê-lo. É solidário aquele que ouve os desabafos de alguém que errou muito na vida, sem o julgar. É solidário aquele que perdoa. É solidário aquele que dedica algumas horas por semana para instruir alguém.

Desde muito pequenas que as crianças, nas suas brincadeiras, são ensinadas a dar e não a tirar, quando brincam com os seus brinquedos e os dos outros. Muito mais importante do que ter é SER. Os amigos verdadeiros amam-nos pelo que somos, não pelo que temos.


Solidariedade Social

Para que deitar fora aquela roupa que já não usamos e que está praticamente nova, quando há pessoas na nossa comunidade passando frio? Por que fazer um jantar com três pratos principais quando, no mesmo dia, negamos um prato de sopa a alguém que tinha fome? Por que colocar o lixo todo no mesmo saco, por preguiça, aniquilando o processo de reciclagem, que contribui para um mundo melhor? Por que recusar levar alguém a casa porque gastamos gasolina?

A solidariedade social é a condição que resulta da comunhão de atitudes e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço numa unidade sólida capaz de resistir forças demolidoras e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face das resistências vindas de fora. Gostamos de criticar as autoridades como se elas fossem as únicas responsáveis pelos desmandos da sociedade e esquecemos que também somos responsáveis. Sabemos cobrar os nossos direitos, mas não atentamos para o cumprimento dos nossos deveres.

Onde Falhamos?

Falhamos nas coisas pequenas, achando que elas não significam nada.
Vejamos dois textos que acabei de receber de meus correspondentes e que dizem muito bem do que somos capazes:


Primeiro:

Assunto: 11 mandamentos

A chave para a solução dos problemas atuais do Brasil pode ser a mesma que o prefeito de New York usou há uma década. Veja os 11 mandamentos:

01. Você acha um absurdo a corrupção da polícia?
Solução: NUNCA suborne, nem aceite suborno!

02. Você acha um absurdo o roubo de carga, até mesmo com assassinatos dos motoristas?
Solução: EXIJA a nota fiscal em TODAS as suas compras!

03. Você acha um absurdo a desordem causada pelos camelôs?
Solução: NUNCA compre nada com eles! A maior parte de suas mercadorias são produtos roubados, falsificados ou sonegados.

04. Você acha um absurdo o poder dos marginais das favelas?
Solução: NÃO compre nem consuma drogas!

05. Você acha um absurdo o enriquecimento ilícito?
Solução: Denuncie à Receita Federal aquele vizinho que enriquece repentinamente. Não o admire, repudie-o.

06. Você acha um absurdo a quantidade de pedintes no sinal ou de flanelinhas nas ruas?
Solução: NUNCA dê nada.

07. Você acha um absurdo que qualquer chuva alague a cidade?
Solução: Só jogue o LIXO no LIXO.

08. Você acha um absurdo haver cambistas para shows e espetáculos?
Solução: NÃO compre deles, nem que não assista ao evento.

09. Você acha um absurdo o trânsito da sua cidade?
Solução: NUNCA feche o cruzamento.

10. Você acha um absurdo o poder e a influência econômica de países estrangeiros ?
Solução: Prestigie a indústria brasileira, dentro do que lhe seja possível.

11. Você está indignado com o desempenho de seus representantes na política?
Solução: Nunca mais vote neles e espalhe aos seus amigos seu desalento e o nome dos eleitos que o decepcionam.

Estamos passando por uma fase de falta de cidadania e patriotismo, apesar do excesso de nacionalismo. Precisamos mudar nosso comportamento para que possamos viver num país onde tenhamos orgulho de dizer:
- EU SOU BRASILEIRO !
Ficando parado, você não contribui com nada. Portanto, não pode reclamar.
Pratique os pontos com os quais você concordou e tente praticar também os que você não concordou.


Segundo:

Ta reclamando do Wellington Salgado? Do Sarney? Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Jucá? Do Presidente? Do Kassab? Do Arruda? Dos Deputados? Dos Senadores?
Brasileiro reclama de quê?

O Brasileiro é assim:

1. Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. Fala no celular enquanto dirige.

6. Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. Viola a lei do silêncio.

9. Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. Faz " gato " de luz, de água e de tv a cabo.

14. Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.

16. Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17. Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

18. Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

21. Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

22. Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28. Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

31. Estaciona o carro em lugar proibido e diz que é só por cinco minutos e só volta duas ou três horas depois.

32. Ao adquirir qualquer objeto você quer sempre o mais barato sem levar em conta a sua origem, não importando quantos abusos e injustiças foram cometidas na sua confecção.

33. Quando você negocia com pessoas simples que muitas vezes produzem artigos de forma artesanal, usa de argumentos persuasivos para conseguir vantagens, aproveitando da sua fragilidade.

34. Você ensina aos seus filhos e pratica na presença deles pequenas gentilezas, tais como, oferecer o seu lugar aos idosos no ônibus, dizer por gentileza, muito obrigado, etc?

35. Manda seu filho dizer no telefone que você não se encontra em casa, quando não há interesse em atendê-lo?

E quer que os políticos sejam honestos?... Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas?... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? Brasileiro reclama de que, afinal? E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então, sugiro que adotemos uma mudança de comportamento,começando por nós mesmos, onde for necessário!

Vamos dar o bom exemplo!

Espalhe essa ideia!


"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."


Solidariedade Brasileira

As atividades solidárias fazem parte da cultura brasileira, fato este que vem amenizando algumas carências da parcela de menor - ou nenhum - poder aquisitivo da população, porém que reflete, também, uma característica notável no povo brasileiro: a solidariedade – capacidade de compartilhar dos sofrimentos de outras pessoas e, literalmente, colocar a mão no bolso para ajudá-las. Comprovando a solidariedade de nosso povo, instituições criadas exclusivamente para esse fim existem em grande número, em praticamente todas as cidades brasileiras. Além de arrecadar e distribuir entre os carentes alimentos, agasalhos, etc., essas instituições normalmente concentram seus trabalhos com crianças, promovendo sua educação e, com idosos, amparando-os e promovendo sua socialização. Observa-se, então, que a solidariedade ultrapassa o âmbito da ajuda financeira, realizada através da doação de alimentos, roupas, remédios, e chega ao âmbito da educação. Seja essa educação formal ou não formal, o objetivo é sempre educar as crianças e adolescentes para a vida, de modo que elas se tornem cada vez mais independentes e possam, em um curto espaço de tempo, ajudar ao invés de serem ajudadas. E nessa tarefa as instituições de solidariedade/caridade têm sido exemplares, contribuindo, juntamente com as igrejas e outras organizações sociais, na obrigação do Estado de regular a sociedade.
É bem sabido que essas atividades não resolvem definitivamente os problemas sociais, que, em última análise, têm sua origem na distribuição da renda no país. Porém, servem para amenizar a situação de calamidade de muitas famílias, dando comida a quem não a tem e, principalmente, oferecendo esperanças e perspectivas de uma vida melhor para muitas pessoas.


Conclusão:

Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que surja dentro da sociedade um tipo de solidariedade que podemos denominar de solidariedade mecânica.
“Há importantes estudos sociológicos realizados pelo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra intitulada A Divisão do Trabalho. Sua tese é de que a sociedade era mantida coesa por duas forças de unidade. Uma em relação a pontos de vista semelhantes compartilhados pelas pessoas, por exemplo, valores e crenças religiosas, o que ele denominou de solidariedade mecânica. A outra é representada pela divisão do trabalho em profissões especializadas, que foi denominada de solidariedade orgânica.”
A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual muito mais livre e responsável.
Se não tomarmos consciência de nossas carências solidárias para gerar uma ética com base no respeito, na tolerância e no amor por nossa própria iniciativa, com certeza o Criador, através de suas leis naturais promoverá circunstâncias trágicas que nos levará a isso. Foi assim no Tempo de Noé (Gênesis 6.1-12). Jesus também vislumbra essa possibilidade quando fala do tempo do fim (Marcos 13.7, 8 e 12.). (PAViS-13/04/2010).

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