quarta-feira, 28 de abril de 2010

26- Humanismo e Espiritualismo.

Introdução.

Nenhum mestre foi capaz de superar Jesus Cristo no sentido de expressar as verdades sobre o “Humanismo” e o “Espiritualismo”. Para Ele é perfeitamente possível ser um “Humanista” e não segui-lo, porém é impossível segui-lo sem ser um fiel “Humanista”.

Em princípio, vamos tentar uma abordagem sobre o “Humanismo” e a seguir uma sobre o “Espiritualismo”. Após isto tentaremos uma visão comparativa entre estas duas correntes filosóficas.

Humanismo:

O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas desencadeadas pelo Renascimento.

Com a ideia renascentista de “dignidade do homem”, isto é, o homem está acima da Natureza, o Humanismo coloca o homem no centro do universo e seu estudo merece algumas considerações particulares. (O Homem Vitruviano).

Chegando ao século XVIII, na Filosofia Moderna, o homem é concebido como um ser ativo que domina a Natureza e com isso a sociedade. Embora não haja separação entre Natureza e homem dentro do movimento humanista, o homem é diferenciado dos demais manifestando suas diferenças na racionalidade, na moralidade, na ética, na técnica, nas artes, etc.

Entendendo o Humanismo.

No Humanismo o homem, como ser dominante, está sempre se aperfeiçoando através do desenvolvimento proporcionado pela sua racionalidade.

Mesmo datado de longa data, o Humanismo tem influência em várias áreas das ciências humanas. Sua importância reside na fundamental ruptura entre Igreja e Ciência, carregando consigo uma visão diferenciada do homem em relação aos demais elementos naturais.

É difícil conceber Humanismo devido às várias formas em que ele foi tomado pelas ciências humanas e pelas religiões, vindo a ser “humanismos” com características diferentes. Podemos falar de humanismo religioso, humanismo marxista, humanismo existencialista, etc. No senso comum, o termo “humanista”, frequentemente, é usado para caracterizar as pessoas que se preocupam com as causas sociais e com a caridade.

Sem dúvida que o Humanismo foi um dos principais movimentos filosóficos que mudaram os rumos do conhecimento, mas a ideia principal e original foi pretensiosa demais.

Crítica.

A ideia de colocar o homem acima de todas as coisas e acreditar que ele é capaz de progredir cada vez mais na temporalidade, soa um tanto quanto otimista demais. Daí decorre as dissidências do Humanismo original entre as ciências humanas.

Sartre, filósofo existencialista francês, em sua obra “Existencialismo é um Humanismo”, ironizando o fato do homem atribuir um valor de superioridade a si mesmo, questiona o Humanismo clássico: “Tal humanismo é um absurdo, pois só o cachorro ou o cavalo poderiam emitir um juízo de conjunto sobre o homem e declarar que o homem é admirável.”

Nesse sentido, tomar os pressupostos do Humanismo enquanto verdade seria como dar uma definição a nós mesmos da forma como queremos. A história tem mostrado que nem sempre progredimos; que a razão nem sempre está com a “razão”; e que racionalidade não significa a nossa salvação.

O humanismo existencialista se distanciava do humanismo clássico na medida em que o homem não supera a existência e a condição se voltar apenas para si mesmo (o centro de todas as coisas), mas sim, procurando o devir sempre no fora de si. E é humanismo porque coloca o homem como o único responsável de si.

Na realidade, o homem comparado com os animais e a natureza se apresenta como o mais frágil dos três, pois os animais e a natureza podem sobreviver sem o homem, porém o homem depende dos dois para sobreviver.

O Valor do Homem.

Apesar da fragilidade, o homem foi feito para dominar e ser imagem e semelhança do Criador. Para isto foi-lhe concedido a capacidade de pensar, tomar decisões e estar consciente da realidade que o circunda. Para que ele possa alcançar o seu destino, o criador dotou-o também do poder para acertar, errar e corrigir. O homem é o único ser vivo capaz de Planejar, Organizar e Executar Projetos.

"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento. Daí que é preciso nos elevarmos, e não do espaço e da duração, que não podemos preencher.Trabalhemos, pois, para bem pensar; eis o princípio da moral. Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação de meu pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo me abarca e me traga como um ponto; pelo pensamento, eu o abarco". (Blaise Pascal).

Espiritualismo:

O Espiritualismo é uma doutrina filosófica que admite a existência de Deus, de forças universais e da Alma, com a visão de que existem milhares de coisas abstratas. É o contrário de materialismo, que só admite a matéria.

Afirma a existência de uma alma e um espírito imortal no homem, isto é, de um princípio substancial distinto da matéria e do corpo, razão absoluta de ser da vida e do pensamento. Em sentido mais lato, doutrina que, além da tese referida, reconhece a existência de Deus, a imortalidade da alma e da existência de valores espirituais ou morais que são o fim específico da atividade racional do homem.

A teologia paulina nos ensina que possuímos um espírito (o espírito do homem) que nos coloca em comunhão com o Espírito de Deus, permitindo a consciência de que somos filhos do Criador. (Romanos 8.16-17).

O Cristo promete o Consolador, aquele Espírito que sabe todas as coisas e que além de nos consolar nos fará lembrar de todas as coisas, bem como nos ensinar muitas coisas que ainda não sabemos porque não alcançamos a maturidade suficiente para entender. (João 15.26).

A crença nessas verdades leva o fiel a ter “Fé” e ela consolida uma nova vida, o renascimento, permitindo ao homem alcançar o nível do homem espiritual. É nisto que consiste o verdadeiro espiritualismo. A “Fé” que segundo Jesus remove montanha, move os céus e convence o homem daquelas coisas que ele não pode ver e Deus se torna uma realidade que age e governa o Universo. Esta “Fé” não depende de religião, é algo que a verdadeira sabedoria e inteligência dá de presente (Graça preveniente) ao homem. (Confere Cap. 28 de Jó).

“Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligência.” (Jó 28.28).

A Existência de Deus.

Ao longo da história da humanidade, a ideia ou compreensão da existência de Deus assumiu várias concepções em todas sociedades e grupos já existentes, desde as primitivas formas pré-clássicas das crenças provenientes das tribos da Antiguidade até os dogmas das modernas religiões da civilização atual.

Deus, muitas vezes, é reconhecido como o Criador, O Altíssimo, Senhor do universo, Grande Arquiteto do Universo ou então toma nomes como Deus de Abrão, Deus de Jacó, Deus de Moisés, Javé, Alá e muitos outros.

Teólogos têm relacionado uma variedade de atributos diferentes para concepções de Deus. Os mais comuns entre essas incluem onisciência, onipotência, onipresença, benevolência (bondade perfeita), simplicidade divina, zelo, sobrenatural, eternidade e de existência necessária.

Deus também tem sido compreendido como sendo incorpóreo, um ser com personalidade, a fonte de toda a obrigação moral, o mais excelente, o soberano. Estes atributos foram todos adotados em diferentes graus anteriormente pelos filósofos teológicos judeus, cristãos e muçulmanos, incluindo Rambam, Agostinho de Hipona e Al-Ghazali, respectivamente. Muitos filósofos medievais notáveis desenvolveram argumentos para provar a existência de Deus,[3] tencionando combater as aparentes contradições implicadas por muitos destes atributos.

A maior parte das grandes religiões considera Deus, não como uma metáfora, mas um ser que influencia a existência de cada um no dia-a-dia. Muitos fiéis acreditam na existência de outros seres espirituais e dão a eles nomes como anjos, santos, djinni, demônios e devas...

Em grande parte dos grupos cristãos, o Espírito Santo é uma das três pessoas divinas da Trindade que compõem uma única substância de Deus, isto é, o Espírito tem a mesma natureza essencial partilhada com o Deus Pai e o Deus Filho (Jesus). A teologia cristã do Espírito Santo, ou pneumatologia, foi a última parte da teologia trinitária de ser plenamente explorado e desenvolvido. Por este motivo, existe uma maior diversidade entre os diversos entendimentos teológicos acerca do Espírito Santo do que em relação ao Filho (cristologia) e ao Pai. Dentro da teologia trinitária, o Espírito Santo é normalmente referido como a "terceira pessoa" do Deus Triuno - com o Pai sendo a primeira pessoa e o Filho a segunda.

A existência do Espírito Santo é afirmada no Credo Apostólico. Dele também seria a responsabilidade pela Imaculada Conceição. No Credo niceno (uma elaboração extensa do Credo Apostólico), é afirmado ainda que o Espírito Santo procede de um ou de ambos os outros membros da Trindade. Esta afirmação implica que o Espírito Santo seja co-substancial e co-eterno com o Pai e o Filho.

O Espírito Santo é também afirmado como sendo "Aquele que dá a Vida". Este Espírito Santo é frequentemente interpretado como sendo a mesma entidade que O Anjo do Senhor (ou Espírito do Senhor) referenciado no Antigo Testamento.

Foi o Espírito Santo que implantou a vida em nosso Planeta. “A terra era sem forma e vazia: e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1.2). A vida foi doada por Ele e ela só pode ser gerada de outra vida. Nisto está a soberania de Deus, só Ele pode dar e tirar a vida, por isto foi possível Jesus Cristo ressuscitar, porque Ele possui o poder (a chave) da morte e da vida.

A Fé:

Fé (do latim fides, fidelidade e do grego pistia) é a firme convicção das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêm. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho e provaram algo considerado impossível ao homem. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Confere Hebreus 11.1-3).

A se relaciona de maneira unilateral com os verbos acreditar, confiar e apostar, isto é, se alguém tem em algo, então acredita, confia e aposta nisso, mas se uma pessoa acredita, confia e aposta em algo, não significa, necessariamente, que tenha . A diferença entre eles é que ter é nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor pelo que acredita,confia e aposta.

É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, uma crença popular, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. A fé não é baseada em evidências físicas, e, portanto as alegações da fé não são reconhecidas pela comunidade científica. É geralmente associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros através de relatos. Nesse sentido, é geralmente associada ao contexto religioso.

A se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais e a motivos nobres ou estritamente pessoais. Pode estar direcionada a alguma razão específica ou mesmo existir sem razão definida. Também não carece absolutamente de qualquer tipo de evidência física racional.

Fé é coisa séria, se o fiel não for devidamente orientado sobre a razão da sua fé, facilmente ele cairá no fanatismo, tornando-se presa fácil para os aproveitadores da “boa fé”, tornar-se-a idólatra de ideologias e crendices sem fundamento, gerando as mais espantosas distorções chegando mesmo a estar disposto a dar a vida pela sua “fé” sem saber do porquê de seu sacrifício (verdadeiros homens e mulheres bomba).

Conclusão.

Ao longo de toda a História do Cristianismo, as questões cristológicas têm sido muito importantes na vida da Igreja. A Cristologia era a preocupação fundamental a partir do Primeiro Concílio de Nicéia (325) até o Terceiro Concílio de Constantinopla (680). Ao longo deste período, os diferentes pontos de vista dos grupos da comunidade cristã levaram a acusações de heresia e posterior perseguição religiosa. Em alguns casos, a principal característica distintiva de uma seita é a sua forma de entender a teologia; e nestes casos, é comum que a seita seja conhecida pelo nome dado à sua exegese bíblica.

Tal como é indicado pelo nome "Cristianismo", o foco da vida de um cristão é uma firme crença de que Jesus seria o Filho de Deus, e, portanto, o ‘'Messias ou Cristo’'.

Os cristãos acreditam que, como Messias, Jesus foi anunciado como governante e salvador da humanidade e defendem que Jesus "cumpriu todas as profecias bíblicas que diziam respeito ao Messias do Antigo Testamento". A concepção cristã do Messias difere significativamente da concepção judaica.[6] O núcleo crença cristã é que, através da morte e ressurreição de Jesus, o pecado original dos seres humanos são perdoados, a humanidade passa a ser reconciliada com Deus e, assim, são oferecidas a salvação e a promessa de vida eterna.

Embora tenha havido disputas teológicas sobre a natureza de Jesus, os cristãos geralmente acreditam que Jesus é Deus encarnado e "verdadeiro Deus e verdadeiro homem" (que equivale a dizer que ele tem plenamente as duas naturezas: a divina e a humana). Além de toda discussão mística a respeito da pessoa de Jesus, os Cristãos acreditam que também Jesus foi o maior Mestre de todos os tempos. Assim, podemos entender, que foi Ele quem lançou os fundamentos do humanismo que toma importância a partir do século XV. (P/AViS- 27/04/2010)

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