terça-feira, 6 de outubro de 2009

08- Ideologias, deuses e Deus. (I/II)

Introdução:

Ao analisar os fundamentos da filosofia nos deparamos com duas tendências antagônicas, tanto na área da metafísica como na da epistemologia: o idealismo e o Realismo.

As questões referentes às ideologias, aos deuses e a Deus, conforme nossa proposta de reflexão se encontram no campo do idealismo. Antes de tudo devemos verificar alguns conceitos que os filósofos defendem a respeito do idealismo.

Primeiro:
O “idealismo” (o “ismo” da ideia) é aquele princípio filosófico que afirma que as realidades mentais são mais importantes que as realidades concretas ou físicas.

Segundo:
A mente é mais importante do que a matéria.

Terceiro:
Para o idealista extremo; as ideias, as abstrações mentais, os dogmas ou axiomas básicos superam as comprovações científicas, que são apenas instrumentos de comprovação daquilo que a mente percebe.

Quarto:
Qualquer realidade concreta, física ou científica só poderá adquirir realidade se houver uma mente capaz de percebê-las.

Quinto:
Só pode existir ou alcançar realidade no mundo físico aquilo que está contido em um pensamento: “Penso, logo existo”.

Verificados estes breves conceitos, vamos também conceituar de forma bem simples os termos propostos: Ideologias, deuses e Deus.

Ideologias
Usamos o termo “Ideologia” para indicar o sentido de "conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, voltado para suas ações sociais e, principalmente, políticas".
Para Karl Marx, a ideologia pode ser considerada um instrumento de dominação que age através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a consciência humana e dando um novo sentido à realidade.
Os pensadores mais críticos consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência positiva e escondendo as qualidades consideradas negativas, superadas e que não atendem ao gosto das pessoas, dizendo ao grupo exatamente aquilo que ele deseja ouvir.
A origem do termo ocorreu com Destutt de Tracy, um militar e filósofo francês, que criou a palavra e lhe deu o primeiro de seus significados: ciência das ideias.
Posteriormente, esta palavra ganharia um sentido pejorativo quando Napoleão chamou De Tracy e seus seguidores de "ideólogos" no sentido de "deformadores da realidade”, uma vez que suas ideias não colaboravam com as pretensões napoleônicas.
No entanto, os pensadores da antiguidade clássica e da Idade Média já entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões de uma sociedade.
Deuses
O conceito de divindade assumiu, ao longo dos séculos, várias concepções, evoluindo desde as formas mais primitivas provenientes das tribos da antiguidade até as dogmáticas e definições das religiões.
Divindade é um ser sobrenatural, usualmente com poderes significantes, cultuado, tido como santo, divino ou sagrado, e/ou respeitado por seres humanos. Normalmente as divindades são superiores aos seres humanos e à natureza.
Divindades assumem uma variedade de formas, mas são frequentemente antropomorfas ou zoomorfas. Uma divindade pode ser masculina, feminina, hermafrodita ou neutra, mas é usualmente imortal.
Por vezes, as divindades são identificadas com elementos ou fenômenos da natureza, virtudes ou vícios humanos ou ainda atividades inerentes aos seres humanos.
Assume-se que uma divindade tenha personalidade e consciência, intelecto, desejos e emoções, num sentido bastante humano desses termos. Além disso, é usual que uma determinada divindade presida sobre aspectos do cotidiano do homem, como o nascimento, a morte, o tempo, o destino etc. À algumas divindades é atribuída a função de dar à humanidade leis civis e morais, assim como serem os juízes do valor e comportamento humano.
É também comum atribuir às divindades, ou a interações entre elas, a criação do universo e sua futura destruição.
No intuito de criar explicações para a existência dos elementos e dos seres da natureza, bem como para conhecer o sentido dos fenômenos naturais (a tempestade, o vento, o dia e a noite, as estações, etc.), os povos e tribos da antiguidade conceberam diversas divindades que, no mais das vezes, passaram a ter sentimentos e emoções idênticas às dos humanos.
Daí derivaram os rituais, cerimônias e sacrifícios, que tinham como objetivo agradecer as benesses enviadas por essas divindades ou aplacar sua ira, que castigava a humanidade com alguma calamidade.
Os arqueólogos conseguiram detectar sinais de uma cerimônia de enterro de mortos que deverá ter ocorrido há uns 300.000 anos. Trata-se de um sítio arqueológico em Atapuerca na Espanha, onde foram encontrados ossos de 32 indivíduos no buraco de uma caverna.
Deus
Enquanto muitos desenvolviam a ideia de muitas divindades (politeísmo) outros afirmavam a existência de apenas um Deus (monoteísmo). Possivelmente este fato tenha determinado a saída de Abrão da Babilônia em busca de Salém onde o Deus Altíssimo era adorado e tinha como seu Sumo Sacerdote Melquisedeque. (Gênesis 14.17-20). [Bíblia Sagrada traduzida da Vulgata e anotada pelo Pe. Matos Soares – Edições Paulinas – 1962].
Deus não somente é o Criador do mundo, mas Ele é também o Sustentador do mundo. Vamos, em princípio conceituar Deus sob a ótica cristã e judaica, tomando por base a Bíblia adotada pela Igreja Católica Romana.
Segundo a Bíblia, Ele sustenta o mundo de forma que Ele continua a existir. “Foste tu, Senhor, tu só que fizeste o céu, e o céu dos céus, e toda a sua milícia, a terra, e tudo o que há nela, os mares, e tudo o que neles se contém; e tu dás vida a todas estas coisas, e a milícia do céu te adora.” (Seg. Esdras “Neemias” 9:6).
Sem o poder preservador de Deus, o mundo inteiro cessaria de existir. O universo não pode permanecer por si mesmo. Ele foi criado por Deus e, portanto, necessita de Deus para a sua própria existência. Você não pode ser nada e não pode fazer nada sem o poder sustentador de Deus. Deus “dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas... porque nele vivemos e nos movemos e existimos...” (Atos 17:24,28). Você não pode nem mesmo se mover sem o poder sustentador de Deus.
A grandeza de Deus é demonstrada não somente pela criação e sustentação do mundo, mas por Seu controle sobre o mundo. Deus é o Governador do mundo. “Fundaste a terra sobre as suas bases, e não vacilará pelos séculos dos séculos.” (Salmos 103:5). Deus é o único: “o qual mostrará a seu tempo o bem-aventurado e o único poderoso, o Rei dos reis, e o Senhor dos Senhores,” (1 Timóteo 6:15).
Ele não é um Deus fraco cuja vontade é frustrada pela criatura. Ele é o eterno Rei que domina sobre todas as coisas, incluindo você e eu. Ele controla tanto todas as coisas do mundo que Ele produz o que Ele eternamente planejou para o mundo e para tudo o que há nele. Ele “faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Efésios 1:11). Deus é o seu Governador e Rei.
Dessa forma, nenhuma criatura em todo o mundo é independente de Deus. Todos nós temos necessidade de Deus. Você deve sua própria vida ao Deus verdadeiro. Além do mais, Deus te criou para a Sua própria glória. A Bíblia diz: “Tu és digno, ó Senhor nosso Deus, de receber a glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas, e pela tua vontade é que elas subsistem e foram criadas”. (Apocalipse 4:11).
Você não foi criado para o seu próprio prazer. Você não foi criado para que simplesmente exista. Você foi trazido à existência para o prazer e para a glória de Deus. Por isto você só encontrará prazer, paz e a verdadeira alegria junto a Ele, pois n’Ele está a vida e a luz dos homens.
Hoje ficaremos apenas na Introdução. No próximo texto estaremos desenvolvendo estes temas e aprofundando mais estas ideias. Até lá. (P/AViS-06/10/2009).

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