terça-feira, 10 de novembro de 2009

12- O Homem, por sua própria natureza e origem já é um vencedor.

“Que é o homem, esse semideus tão louvado? Não lhe faltam as forças precisamente quando lhe são mais necessárias? Quando ele toma alento na alegria, ou se abisma na dor, não se imobiliza num ou noutro sentido e retoma a banal e fria consciência de si mesmo, no momento exato em que aspira a perder-se na plenitude do infinito.” (Goeth – em Sofrimentos do Jovem Werther).


VENCEDOR NATO

Há algum tempo, em algum lugar, duas vidas se uniram diante de um altar com a bênção divina e numa relação íntima de amor entre elas. Milhões de espermatozóides na mais empolgante competição pela vida iniciaram uma corrida para vir a este mundo e você estava lá. Foi tudo tão perfeito que nenhum cientista, nem poeta ou filósofo puderam entender e descrever com exatidão aqueles quarenta minutos de sublime disputa. Mas o importante é que você venceu por isto já começou a vida como UM VENCEDOR.
Você não estava sozinho. Iam com você milhares de espermatozóides reunidos em verdadeiros batalhões para garantir o seu sucesso. O batalhão dos fecundadores. Os seus competidores iam devidamente equipados para a fecundação. Eram protegidos por uma armadura especial que foi deixada fora do óvulo, assim que houve a fecundação. Outro Batalhão, o dos protetores iam torcendo por vocês e oferecendo apoio e proteção a fim de que nada interferisse na competição e que tudo corresse dentro das normas não permitindo que houvesse qualquer prejuízo aos competidores. Finalmente seguia outro batalhão, o dos bloqueadores, aguardando o final da competição, a fim de bloquear o óvulo e não permitir a entrada de qualquer intruso após a sua vitória.
Talvez neste momento você esteja atravessando uma fase de crise e se sentindo um perdedor; saiba, porém, que você pode não ter conquistado um primeiro lugar na faculdade, no colégio, num curso, pode não se sentir como o filho mais amado e mais querido. O seu valor pode não estar sendo reconhecido no trabalho, no meio dos amigos ou parentes; você pode estar se sentindo um derrotado na vida. Pode até mesmo ter acontecido um acidente e naqueles quarenta minutos de competição e você ter chegado a este mundo com alguma necessidade especial.
Mas lembre-se: de uma maneira ou de outra, na corrida pela vida você chegou à frente. Você chegou campeão! Lembre-se também que naquele momento Deus te ajudou e que ele continua pronto para te ajudar. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Hb 13.8).
Finalmente lembre-se de que Deus tem um propósito especial e maravilhoso para sua vida. Ele está te chamando e insiste: “Não temas porque Eu estou contigo, não te assombres, porque eu sou o teu Deus, Eu te esforço e te ajudo, Eu te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41.10). “Esforça-te, e tem bom ânimo”. (Josué l. 6).

O CAMINHO BIOLÓGICO

Para que você chegasse aqui, além de todos os cuidados que falamos na mensagem anterior, foi necessário também muito amor a fim de que sua vida se revelasse e você adquirisse o direito pleno de viver.
O salmista afirma que você foi objeto do amor de Deus desde o ventre de sua mãe (Sl 22.9 e l0). Isaias disse que foi chamado desde o ventre de sua mãe, onde o Senhor o formou e expressa sua confiança no Senhor que o ajudará para sempre. (Is 44.2; 49.1).
O início de tudo foi o amor que uniu seus pais, permitindo sua fecundação. A partir daí fenômenos maravilhosos ocorreram, com já vimos, até que você viesse à luz. Após a fecundação, você foi acolhido pelo útero de sua mãe e dentro de cinco ou seis dias, pelo processo de nidação você já estava, confortavelmente, instalado com todo conforto e garantia de assistência total. De forma sublime e graciosa, era o início da graça de Deus operando a seu favor.
Mais uma semana e os seus órgãos começaram a ser definidos e o seu sistema nervoso começou a se manifestar. É algo maravilhoso que desafia a ciência, os filósofos, religiosos e poetas, a inteligência que conduz este processo.
Em mais ou menos dezesseis semanas os seus órgãos já estavam definidos e você se transformou em feto e já gozava da proteção da lei dos homens, que de um modo geral proíbe a sua retirado do útero (aborto provocado) e a própria natureza também te dá maior proteção tornando-se mais difícil a sua expulsão do útero (aborto natural). Você já aprendeu a se defender e batalhar pela sua sobrevivência, possui alma, isto é, capacidade de se movimentar. Isso é emocionante, um mistério Divino.
Com vinte e sete semanas você já é capaz de pronta reação diante de qualquer ameaça e pode ter algumas sensações e até reagir ao pensamento de sua mãe, possuindo inclusive a capacidade de sentir dor.
Daí em diante o processo se acelera e por volta de mais ou menos onze semanas você está pronto para vir ao mundo. É um momento de muita emoção. Pais, avós, tios e amigos ficaram ansiosos por sua chegada. Tudo isto ocorreu como resultado de muito amor e dedicação de muitas pessoas, algumas até mesmo totalmente desconhecidas tais como médicos, enfermeiras e outros. Você recebeu de presente a vida, você não pediu e nem te perguntaram se você queria nascer. Não te deram chance de opinar sobre os pais que você teria, nem o país que você nasceria, foi tudo decidido por um poder superior, que é soberano e não se submete. A este poder o homem primitivo chamava de Criador ou Deus Altíssimo. A sua chegada aqui foi apenas a manifestação da vida e do amor que são a essência do Altíssimo. Deus é AMOR. (I Jo 4.8b). Eu te convido para refletir em seguida sobre mais este mistério em Além do Biológico.

ALÉM DO BIOLÓGICO

Até agora eu falei das coisas biológicas, físicas e materiais, perfeitamente comprovadas pela ciência.
Jesus, no diálogo com Nicodemos, disse: “se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?”. (Leia Jo 3.l-12).
Até aqui falei de fenômenos biológicos e espero que você tenha compreendido e acreditado que o Deus Altíssimo operou por trás de tudo isto. Se foi assim acredito que a nossa reflexão te fará muito bem. Se você acreditou apenas no biológico, estou orando para que Deus abra os seus olhos da mesma forma que abriu os olhos dos caminheiros de Emaús para que eles pudessem reconhecer Jesus. (Leia Lc 24.13-35).
É importante ressaltar que o mesmo Deus que projetou este maravilhoso instrumento de reprodução da vida tem também um plano especial para cada vida que surge neste planeta. O que parece absurdo é uma pessoa saber de todas estas maravilhas e não acreditar que por trás delas exista um criador cheio de amor, que tudo fez para que viéssemos aqui e tivéssemos a chance de sermos felizes.
Pois bem, agora vou falar de algo muito mais sublime. Vou refletir sobre a existência da alma e do espírito. Somos uma unidade trina, corpo, alma e espírito. Na reflexão anterior falei que quando alcançamos a capacidade de ter algum tipo de consciência e fazer algum movimento, passamos a ser também uma alma vivente. Este é um processo próprio de toda a espécie animal. É isto que marca o diferencial entre o vegetal e o animal, este é capaz de movimentar.
Se formos a um dicionário encontraremos uma longa relação de sentidos para esta palavra. Mas se atentarmos para sua origem latina verificamos que ela vem de “anima” e que exprime exatamente a causa oculta dos movimentos vitais. Em teologia o assunto é bastante complexo, mas nós vamos simplificá-lo, dizendo que a alma é uma substância incorpórea, porém ligada e dependente do corpo animal. A Bíblia fala que quando Deus soprou no homem o fôlego da vida ele passou a ser alma vivente (Gn 2.7). A palavra alma é citada muitas vezes na Bíblia e o seu sentido é bastante variado, no entanto na maioria das vezes ela tem o sentido de ser uma substância imaterial, criada por Deus para ser o centro dos afetos e motor dos atos humanos, principalmente os inconscientes. Ela está ligada ao processo de rejeição, aceitação e seleção agindo diretamente na nossa vontade e no pensamento. Assim a Bíblia nos ensina a importância de educar ou doutrinar a alma (Sl 103-1; Pv 21.10; Is 1.14: Mt 22-37; I Pd 1.22).
Quero falar agora sobre o espírito. A Bíblia fala de dois espíritos, um é o espírito do homem e o outro é o Espírito de Deus. Sempre que nos referirmos ao Espírito de Deus usaremos o “E” maiúsculo e ao nos referirmos ao espírito do homem usaremos o “e” minúsculo. A palavra espírito significa para nós o princípio animador ou vital, ou seja, que dá vida aos organismos físicos. A partir disto podemos entender que o espírito vem antes da alma, pois o espírito é que gera a vida, sem o que a alma não poderia cumprir a sua missão. A Bíblia é rica em citações sobre o espírito dos homens e o Espírito de Deus. Este assunto merecerá de nossa parte uma atenção especial, quando estudaremos A obra do Espírito Santo.
Nessa oportunidade a intenção é passar este conhecimento e dizer que tanto o corpo, como a alma e o espírito precisam ser alimentados e tratados como um grande presente a nós concedido pelo Deus Altíssimo. O corpo é alimentado com elementos materiais, a alma é alimentada pela beleza e pelo amor e o espírito é alimentado pela fé e obras de piedade e misericórdia.
Para que os três possam viver em harmonia precisamos cultivar a humildade, a esperança, a fé e desenvolver a capacidade de compreender e perdoar as nossas próprias fraquezas e também as do próximo. Lembrando finalmente que viver em harmonia significa viver no Espírito e ser amigo e companheiro de Jesus que nos ensinou “vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15-14). Assim o homem de algo de sublime que ultrapassa a sua própria capacidade de entender.

CONCLUSÃO

A “sublimidade” é um elemento essencial da existência humana. Caracteriza todo o nosso mundo de experiência propriamente humano. Com efeito, este mundo ultrapassa-se constantemente a si mesmo apontando para um mais além. Na verdade, o nosso mundo é sempre limitado, mas não é fechado, não se encontra definitivamente fixado, antes é por essência um mundo com fronteiras abertas. Ele é limitado na medida em que nós nunca o experimentamos em toda a sua extensão; captamos apenas fragmentos parciais da realidade. Intensivamente não aprendemos nada de um modo completo; só aprendemos sempre sob aspectos limitados. Na medida, porém, em que temos consciência da limitação, ultrapassamo-la continuamente. Continuamos a perguntar, fazemos novas experiências, alargamos o nosso horizonte, compreendemos novos conteúdos de sentido e novas relações lógicas. Perguntamos pelo sentido e fundamento da totalidade do nosso mundo e do nosso próprio ser no mundo. Mas jamais encontraremos a última resposta. Rasgamos um véu e vislumbramos outros véus. Isto não acontece por acaso, é obra do criador que assim nos fez com a intenção de nos colocar neste planeta onde tudo tem o seu limite. Assim limitados como todas as manifestações de vida animal, vegetal e mineral podemos viver dentro de certos parâmetros a fim de que possamos explorar estes limites e abrir novos horizontes. É como subir uma montanha e descobrir mais além outras desafiadoras montanhas a nos convidar à continuar na caminhada.

“Quando pensamos que temos as respostas, a vida muda as perguntas.
Portanto não tenha medo da crítica dos outros e, sobretudo, não se deixe paralisar por sua própria crítica.” (Autor desconhecido). (P/AViS-10/11/2009).

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