terça-feira, 24 de novembro de 2009

14- O homem foi feito para ser solidário e não um mero competidor.

Introdução

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mt 6.19-21).

“Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.” (Hb 13.16).

Um jovem inteligente e habilidoso de minha aldeia arranjou um bom emprego no Kuait, no Oriente Médio. Trabalhou duro e em pouco tempo ganhou muito dinheiro. Ao voltar para a aldeia, montou um banco particular e abriu uma joalheria. Muitas pessoas depositaram seu dinheiro nesse banco e o negócio prosperou. Mas, uma manhã, as pessoas encontraram o banco e a loja fechados por tempo indeterminado. Temendo pelo destino de seus depósitos, elas deram queixa à polícia e finalmente o jovem foi encontrado e preso. Então, revelou-se que ele havia investido todo o dinheiro do banco em negócios duvidosos para obter lucro rápido. Quando estes faliram, ele perdeu tudo. Finalmente, ele foi preso, e todas as suas propriedades, confiscadas. Na leitura bíblica de hoje, Jesus nos diz que não devemos concentrar nossa atenção na riqueza e nos adverte contra atitudes erradas em relação à riqueza e ao uso dela. Quando permitimos que os bens nos controlem, seguimos por uma trilha escorregadia que nos leva à destruição. Mas, se colocarmos nós mesmos e nossas riquezas nas mãos de Deus, estas podem abençoar outras pessoas, e nossa riqueza contribuirá para o bem-estar da comunidade maior. - T. V. John (Kerala, Índia)
(Transcrito do “no Cenáculo”).


Desencanto:

Os encontros e desencontros estão sempre presentes em nossa vida. Eles acontecem no nosso dia-a-dia, casamentos desfeitos, desempregos, mortes, incompreensões e outras surpresas desagradáveis afetam o nosso emocional criando um estado de ansiedade e às vezes até de desespero. Por mais que lutemos, essas cousas estão sempre ao nosso lado, produzindo efeitos negativos que denominaremos de “Nó Existencial”. É um termo bastante pomposo usado por alguns filósofos e terapeutas, mas que descreve bem essa situação. É um “Nó” que precisa ser desatado e às vezes cortado como na parábola do “Nó Górdio”.
Nós mesmos determinamos o nosso “Nó Existencial”. É o nosso emocional dominado pela raiva, a vaidade, a arrogância, o egoísmo, a perda de privilégios e o desconhecimento das leis que regem o universo. Não queremos cultivar a paciência de esperar o tempo certo para os acontecimentos mais importantes da nossa vida. Não sabemos praticar a tolerância para com os nossos amigos e com as nossas próprias fragilidades. Não somos capazes de beber do elixir do perdão ao próximo e muitas vezes nem a nós mesmos, exigindo sempre cada vez mais perfeição dos nossos atos, esquecendo-nos de que somos pó e por isso sujeitos a falhas e erros conscientes e inconscientes.
As emoções fazem parte da nossa natureza e são traduzidas em sentimentos que identificamos em nossa alma e que são importantíssimos para o funcionamento humano normal. Sem amor, empatia ou compaixão, (empatia = em, dentro e páthos, paixão, modo de conhecimento intuitivo de outrem, que repousa na capacidade de colocar-se no lugar do outro) não se poderia criar famílias e nem viver em sociedade.
É muito comum, quando perdemos o poder, negar o nosso apoio ou pelo menos nos afastar do meio para não colaborar com o nosso sucessor. Precisamos aprender com a mestra “Humildade”, a respeitar as novas ideias e participar com a nossa experiência para apoiar e estimular as novas lideranças.
Precisamos tomar cuidado com aquilo que falamos, a palavra é a alavanca com a qual podemos levantar ou derrubar os nossos amigos. Thiago, o escritor bíblico, diz que a palavra é fogo e que a língua é como o leme de um navio que apesar de pequeno tem o poder de determinar-lhe a direção.
“Devemos lembrar que a palavra não dita é nossa escrava, mas quando dita nos faz seu escravo.”
Dizem também que a língua é o chicote do corpo, com ela podemos defender ou acusar nosso próximo.
O “eu” vem sempre em primeiro lugar, não há respeito pela ideia do outro, o “eu” quer ser soberano e dominante, quer ser o dono da verdade. Mas o que é verdade? As verdades podem ser diferentes; nem sempre a minha verdade é a verdade do outro, sem contar ainda que acima da minha verdade e da verdade do outro está a verdade do grupo.
“O conhece-te a ti mesmo” inscrição inserida no pórtico do Templo de Delfos, e que fez mudanças na vida do filósofo Sócrates (469 – 399 a.C) não é aprofundado e às vezes até desconhecido. Queremos mudar os conceitos existentes na Sociedade, queremos mudar o mundo, mas não queremos mudar a nós mesmos.
Não tenham medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente
“Ontem é história. Amanhã é mistério e hoje é dádiva. Por isso se chama presente.” (Brian Dyson).
O nosso grupo é o somatório de todos nós, reflete as nossas melhores ou piores intenções. Quando buscamos a “verdade que liberta” fazemos do grupo uma comunidade de apoio, de inspiração e escrevemos uma linda história. É o que devemos buscar, um grupo saudável, um ambiente em que a amizade, a solidariedade e o companheirismo contribuam para que os nossos “ENCANTOS” permaneçam e jamais sejam transformados em “Desencantos”. (P/AViS-Primavera-2003 – Br.Refl. 58).
Ser Solidário


Ser solidário é ser amigo da verdade,
É ter Cristo na alma,
É ter olhos no infinito,
É amar e partilhar,
É nunca falhar.

Ser solidário é ver o outro como irmão,
É ser ponto de salvação,
Sempre estendendo a mão.

Ser solidário é querer ver o outro contente,
E lhe mostrar o caminho,
É lhe tirar os espinhos,
E não deixar tropeçar,
É ajudar a caminhar na estrada do amor,
Na luz do grande libertador.


Ser solidário é ser amigo na dor,
É enxergar todo pranto,
É dar alegria à alma,
É lhe trazer toda calma,
É lhe mostrar a esperança,
É ver o caminho da fonte,
É não dar tranquilizante,
É ser amigo constante,
É dizer: Jesus é o nosso calmante.


(Com autorização do autor - Zé Santana – Brejo Santo – CE – Brasil)


Aprendendo com o Urubu:

Quando criança, morava no campo e gostava de observar a natureza. Desde cedo, minha mãe me incentivou a plantar e colher alimentos e também flores. Eu admirava os pássaros soltos na natureza, cantando pela manhã, fazendo seus ninhos e criando seus filhotes. O meu pai gostava de aprisioná-los em gaiolas o que me aborrecia muito, pois o canto de um pássaro preso é sempre diferente de um pássaro solto. Muitas vezes, soltei os canários do meu pai sem que ele soubesse. O interessante é que um dos meus cinco* filhos também herdou este gosto e por diversas vezes eu repeti este gesto sem que ele soubesse. Mas havia um pássaro que eu nunca conseguia vê-lo de perto, muito menos conseguia ver seus ninhos e nem os seus filhotes. Aquele pássaro era grande, arisco e só aparecia quando algum animal estava morto e entrava em decomposição. Um dia minha mãe me disse que aquele pássaro era o urubu, um pássaro feio e agoureiro.

A partir dali, comecei a observar este pássaro tão mal visto pelas pessoas. Com o tempo, passei a gostar dele e notei que afinal de contas ele não era tão feio assim. Ele era até simpático apesar do péssimo costume de comer carniça, o que dificultava apreciá-lo mais de perto. Certa vez, perguntei para o capataz da fazenda qual a sua opinião sobre o urubu. Então ele me disse que ele prestava um bom serviço, pois ele cuidava do campo
consumindo os animais mortos em decomposição e sinalizando muitas vezes os locais onde estes animais se encontravam. Curioso, fiz-lhe diversas perguntas e ele me deu uma verdadeira aula ensinando-me tudo o que ele sabia deste pássaro. Tratava-se de um pássaro muito importante na preservação da natureza e até ensinava algumas lições muito interessantes. Por exemplo, levantava cedo e já saia para correr os campos à procura de alimento, tinha uma capacidade impressionante de observação. Mesmo voando muito alto, ele localizava os animais mortos entrando em decomposição. Ele era organizado e solidário. O espião, ao descobrir um animal deitado no campo, ia baixando o seu voo lentamente até chegar bem próximo. Pousava em alguma árvore ou então em uma cerca e ficava aguardando para verificar se o animal se movia. Depois de algum tempo, se o animal não se movesse, ele se aproximava e pousava próximo do animal e circulava algumas vezes em torno e finalmente subia sobre o corpo e só então bicava-lhe, de preferência os olhos e se nada acontecia, então ele voava e ia comunicar aos companheiros. Mais tarde, voltava acompanhado do bando para consumir aquele corpo. O mais interessante era o ritual que eles realizavam em torno da carniça. Segundo ele, parecia que só depois do mais velho rasgar o couro (abrir o corpo) do animal é que os outros avançavam para se servir. Era o respeito pelo mais velho. Falou também da lenda do Urubu Rei, que ele nunca havia visto, mais que um amigo seu afirmava que ele existia e que ficava nos lugares mais altos e era protegido pelo bando.

O tempo passou e eu acabei me interessando pelos urubus e aprendi então que existem diversas espécies deles. Aqui em Itajubá, um amigo e companheiro de caserna, Veterinário por profissão forneceu-me algumas informações muito importantes as quais registro à guiza de conhecimento sobre essa espécie.

“ O mais famoso e mais conhecido entre nós é chamado “Urubu-de-cabeça-preta” da ordem “Cathartiformes”. O Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) é uma ave Cathartiformes da família Cathartidae, pertencente ao grupo dos abutres do Novo Mundo. É uma das espécies do grupo mais frequentemente observada, devido ao fato de realizarem voos planados a grandes alturas, por serem consumidores de carcaças animais e por possuírem atividade durante todo o dia. O urubu-de-cabeça-preta como as outras espécies de urubus, possuem a cabeça depenada, sendo um pouco rugosa. Essa espécie possui uma boa visão e um olfato apurado, mas não tanto como seu parente mais próximo o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), que localiza a carcaça três vezes mais rápido que essa espécie. Isto se deve ao fato de que a parte do seu cérebro que se encarrega do instinto olfático é cerca de três vezes maior do que a dos urubus-de-cabeça-preta. Eles fazem seus ninhos em terrenos longe da presença humana, junto do solo e nunca são feitos a mais de 50 cm. Os ovos, de cor cinza ou verde-pálida, são incubados por ambos os genitores durante 32 a 40 dias. Os juvenis eclodem com plumagem branca e são alimentados por regurgitação. Com o passar dos dias, os juvenis ganham uma cor branco-rosada e penas um pouco azuladas. O primeiro voo ocorre por volta das 10 a 11 semanas e com cerca de três meses já têm a plumagem de adulto. O urubu-de-cabeça-preta alimenta-se de carniças e frutas em decomposição como a pupunha. Este modo de alimentação necrófago confere-lhes importância ecológica, pois ajudam a eliminar carcaças do ecossistema”.
A maior lição que eu aprendi com os urubus foi a da “Solidariedade”. Quando o espião descobre e confirma a existência de uma carcaça, ele sai e vai chamar os seus amigos para compartilhar daquele repasto. E eles vão chegando em grande número e há alimento e lugar para todos participarem do banquete.
Eu fico então pensando em como nós, os humanos, agimos. Se descobrimos algo precioso, logo queremos tomar posse, se for de grande valor, vamos providenciar uma proteção para que outros não tirem proveito daquilo. Somos possessivos e egoístas e a pretexto de garantir nossos direitos lançamos mãos de todos recursos. Fincamos a nossa bandeira, determinamos os nossos limites e nos armamos para expulsar qualquer invasor.
Então, aquele pássaro, que a primeira vista nos parecia tão estranho, guiado pelos seus instintos naturais nos dá uma linda lição de solidariedade.
Para mim, ser solidário é se ocupar dos outros e respeitá-los. É também ajudá-los como se eles fossem membros de nossa família. Amá-los e ajudá-los sempre, não só materialmente, mas, às vezes ouvi-lo, abraçá-lo e dizer: pode contar comigo, eu estarei com você sempre que precisar de mim. Ser solidário é, sobretudo, compartilhar com amor e alegria sempre que possível e chorar junto quando a dor chegar. (P/AViS-Primavera de 1969).
* Eram cinco filhos naquele tempo, hoje são sete. O interessante é que nenhum deles desenvolveu o hábito de aprisionar os pássaros.

Conclusão:

A solidariedade deve ser vivenciada, sobretudo, na distribuição dos bens e na justa remuneração do trabalho. Ela se manifesta também pelo esforço a favor de uma busca constante de uma ordem social mais justa, onde os conflitos possam ser mais bem administrados, permitindo soluções que venham atender as necessidades das pessoas, principalmente daqueles que se acham excluídos do uso dos recursos básicos para uma sobrevivência saudável.

A busca de soluções para os problemas sócios econômicos deve ser um esforço constante como uma manifestação natural da solidariedade movida por sentimentos de amor e respeito ao semelhante: solidariedade dos pobres entre si, dos ricos e dos pobres, dos trabalhadores entre si, dos empregadores e dos empregados na empresa, solidariedade entre as nações e entre os povos. A solidariedade internacional é uma exigência de ordem moral. Em parte, é da solidariedade que depende a paz mundial. A nova ordem mundial vem acirrando a competição em todos os sentidos, havendo, portanto, uma carência cada vez maior da prática da solidariedade principalmente entre as grandes potências a fim de facilitar meios para a prosperidade das nações consideradas pobres.

A virtude da solidariedade ultrapassa os bens materiais. Difundindo os bens espirituais da fé, o cristianismo sempre favoreceu o desenvolvimento dos bens temporais, aos quais muitas vezes abriu novos caminhos. Assim foi-se praticando, ao longo dos séculos, o ensinamento de Jesus: "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas" (Mt 6,33). É bem verdade que a Igreja, como instituição, tem-se preocupado excessivamente em acumular recursos e fazer grandes investimentos em construções de Templos suntuosos em detrimento do atendimento aos carentes.

Há dois mil anos homens e mulheres tem-se devotados a viver e perseverar o sentimento missionário que move a alma dos verdadeiros cristãos este sentimento que tem levado ao heroísmo caritativo dos monges agricultores, sacerdotes operários, dos libertadores de escravos, dos que tratam dos enfermos, dos mensageiros de fé, de civilização, ciência a todas as gerações e a todos os povos, visando criar condições sociais capazes de possibilitar a todos uma vida digna e saudável.

A presença dos que têm fome por falta de pão, no entanto, persevera e parece agravar-se mais ainda com as novas propostas econômicas quase sempre inspiradas no niilismo operante. O drama da fome no mundo convoca cristãos e não cristãos a um compromisso consciente para uma responsabilidade efetiva em relação à família humana, tanto nos comportamentos pessoais como em sua solidariedade como de uma mesma espécie. Aos que se irmanam num sentimento de fé e crença no sagrado apelamos para uma intercessão fervorosa para que o Criador tenha misericórdia desta humanidade, dominada pelo espírito de competição e tão afastada dos sentimentos de fraternidade universal.
(P/AViS-24/11/2009).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

13- Entender o homem como uma criação intencional de seu Criador.

Introdução:

O homem é apenas uma minúscula parte de um projeto que envolve a criação de todo o Universo. Eu não vejo como entender toda a criação sem conceber uma intenção e um objetivo predeterminado que orienta a execução de todo este projeto. Assim como o Criador a trezentos mil anos deu início a produção do petróleo para ser usado pelo homem nos últimos séculos, acredito também que Ele esteja criando outros locais para acolher a vida quando o nosso planeta esgotar todas as possibilidades para a nossa sobrevivência.

É a partir deste entendimento que não me paira nenhuma dúvida quanto a intenção inteligente do Criador a nosso respeito. Não resta dúvida que se trata de um projeto elaborado por uma inteligência que transcende infinitamente à nossa capacidade de compreensão racional. Aí só a imaginação e a fé poderão trazer luz para qualquer afirmação definitiva. Para servir de base a uma reflexão filosófica eu te convido para pensar comigo a seguinte tese: A vida só pode ser aceita como algo justo, quando entendemos a sublimidade do universo e da própria vida. Para facilitar a nossa cognoscibilidade vamos nos limitar em analisar apenas a Sublimidade do homem.

A Sublimidade do Homem:

“A Vida só pode vir da vida.” (P/AViS-Primavera/1.969).

De início vamos conceituar o termo “Sublimidade”; o dicionário nos fornece os seguintes sentidos para a palavra: Qualidade de sublime; o mais alto grau da grandeza artística e moral; elevação, grandeza, magnificência; gr4ande altura; excelência; perfeição; a maior grandeza possível; aquilo que transcende qualquer expectativa.

Com estes qualificativos eu acho que fica bem claro o que queremos dizer quando propomos versar sobre a “Sublimidade do Homem”.

“A sublimidade é uma qualidade essencial da existência humana. Caracteriza todo o nosso mundo de experiência propriamente humano. Com certeza, este mundo ultrapassa-se constantemente a si mesmo apontando para um mais além. Na verdade, o nosso mundo é sempre limitado, mas não é fechado, não se encontra definitivamente fixado, antes é por essência um mundo com fronteiras abertas e um vasto território a ser explorado.
Os limites são fixados na medida em que nós nunca o experimentamos em toda a sua extensão; captamos apenas fragmentos parciais da realidade.”

Intensivamente não apreendemos sempre sob aspetos limitados. Na medida, porém, em que temos consciência da limitação e nos propomos a novos avanços, vencemos estes limites continuadamente. Se fizermos como as crianças e continuarmos a perseguir os porquês das coisas não encontraremos nunca o limite final. Quando dizemos que estamos pendurando as botinas e saímos da militância diária, aí fixamos os nosso limites e entramos no processo de morte.

A experiência é um acontecimento de auto-superação, um movimento transcedente que nos lança em constantes aventuras. A sublimidade acontece na imanência da experiência, assim como de modo inverso, a imanência do nosso mundo de experiência se sublima e transcende essencialmente a si mesma. Na medida porém em que este acontecimento sublima entra constitutivamente na realização da nossa experiência, converte-se numa grandeza transcendental, isto é, experimentada de modo atemático como condição a priori da nossa experiência em geral, abrindo novos desafios.

“Quando pensamos que temos as respostas, a vida muda as perguntas. Portanto não tenha medo da crítica dos outros e, sobretudo, não se deixe paralisar por sua própria crítica.”

A exposição temática da sublimidade do homem, a expressa incorporação no movimento espiritual acontece (ou já tinha previamente acontecido) na realização religiosa na qual nós, para além de nós mesmos e do nosso mundo, nos relacionamos explicitamente com o Sagrado e com o Divino. Portanto a questão filosófica acerca da possibilidade de sistematizar a sublimidade supõe já a realidade de tal sistematização que ocorre por outras vias, a da espiritualidade, da fé, da esperança e da solidariedade. Isto nos conduz a um problema subseqüente acerca da essência da religião e do comportamento religioso. Isto é próprio de todas as religiões em qualquer uma das suas formas. Mas que espécie de relação é esta? Como se consegue alcançar o sagrado? Qual é o fundamento e singularidade do fenômeno religioso?
Importa Renascer.
É razoável entender que a cada conquista o homem vai se renovando. As religiões usam de um modo geral ritos que simbolizam este crescimento. Em algumas este rito é chamado de “Batismo”. Jesus, considerado pelos cristãos como o fundador do cristianismo, mandou que seus discípulos fossem ministrando seus ensinamento e batizando as pessoas. Em outras religiões ou ordens místicas em geral dão o nome de iniciações, que muitas vezes são realizadas ao passo que o neófito vai conquistando novas posições ou conhecimento dentro da comunidade.
Jesus interrogado por Nicodemos sobre a forma de se alcançar o Reino de Deus respondeu : “na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” (João 3.3).
Isto nos leva a pensar que o Reino proposto por Jesus só é possível quando estamos dispostos a buscar novas formas de experiência, desejando com toda a sinceridade de coração alcançar o nível “Crístico”.
“Eu sou o meu caminho e a minha verdade.” (P/AViS-11/04/2009- sábado de aleluia.).

“Quando aceitamos Cristo e nos envolvemos com Ele, o Espírito Santo nos transforma a cada dia, e assim nós mesmos, à semelhança do Cristo, nos tornamos o nosso caminho e a nossa verdade.” (P/AViS-Primavera de 1977).

“ A Graça do Altíssimo vai-se concretizando ao passo que os excluídos vão se tornando objetos de mudança social, buscando a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre todos, não importando seu gênero, nacionalidade, credo religioso ou condição social.” (P/AViS-Primavera/2.008).

Estes são caminhos escabrosos, estreitos e cheios de provas que levam o crente até aos pés da cruz, onde lhe será revelado o “Cristo”, cuja face acha-se oculta como na estrada de Emaús, quando os, já discípulos caminharam com Ele algumas milhas sem o reconhecer. Quando a face do Cristo é revelada o homem entende a sublimidade da obra do Criador e se torna capaz de ser testemunha e agente de mudanças do mundo.

Conclusão:

Esta foi a intenção do Altíssimo ao criar o homem; “Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Efésios 4.13).
Ao testemunharmos a derrocada moral da sociedade e constatarmos a flagrante negligência para com Deus e suas verdades absolutas, comprovamos que as coisas, de fato, têm que mudar.
Lembremos que a Bíblia nos adverte que satanás é o “deus” deste mundo (Efésios 2.2). É ele o responsável pela brutal perversão, a injustiça, a violência e a rebeldia contra Deus e suas leis. A única esperança para qualquer país e o mundo todo é o retorno à Deus e à sua Palavra: em suma, um renascimento. O renascimento se dá individualmente ou coletivamente.
Lamentavelmente há muita gente que não entende o que é um verdadeiro renascimento. Não é uma série de eventos organizados. Nenhum renascimento se obteve até hoje mediante a reunião de várias comissões para se organizar uma série de reuniões. Renascimento é uma coisa que Deus realiza de modo soberano. É uma ação sobrenatural do Espírito Santo. Busca-se por renascimento em oração.
O renascimento começa pelos crentes: Onde quer que Deus trate do renascimento na Bíblia, Ele se dirige aos crentes. Apesar de nunca antes ter sido tão grande o número de crentes como agora, não estamos influenciando de modo algum, nossa civilização quanto deveríamos. Precisamos reavivar nossa paixão pelo Senhor, precisamos renascer a cada dia.
O renascimento se caracteriza pela oração: Como mudarmos as coisas ao nosso redor? (II Cr. 7.14). Temos que nos humilhar e orar. O renascimento nos leva ao avivamento e todo o avivamento na história tem-se caracterizado por fervorosas orações.
O renascimento acontece quando colocamos Deus acima de tudo: Deus sabia que Israel, seu povo, iria um dia desobedecer a Ele e até mesmo deixá-lo. Deus revelou a Salomão uma fórmula para o renascimento. Os israelitas teriam que: l) humilhar-se perante Deus: 2) orar a Deus: 3) desviar-se dos seus pecados. Se o povo de Deus obedecesse a essas prescrições, aí então Deus o abençoaria e sararia a sua terra.
Tal como os israelitas do passado, muitos de nós nos afastamos de Deus e estamos vivendo para nós mesmos. Para que o renascimento aconteça, precisamos colocar Deus acima de tudo em nossa vida. Estamos como ossos secos carecendo da ação de Deus.
Estudo constante da Bíblia e oração. É hora de nos tornarmos participantes de nossa igreja e não apenas meros expectadores. É hora de dispensarmos cuidados aos velhos, doentes, viúvas e aos pobres.
É hora de compartilharmos nossa fé com o povo em geral sem nenhuma discriminação e, acima de tudo, é hora de honrarmos e obedecermos a Deus, desarraigando o pecado de nossas vidas, rompendo nossos próprios limites buscando novas formas de entender e ensinar a essência do evangelho que nos foi doado graciosamente pelo Cristo que venceu a morte, está vivo e reina para todo o sempre. P/AViS-17/11/2009.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

12- O Homem, por sua própria natureza e origem já é um vencedor.

“Que é o homem, esse semideus tão louvado? Não lhe faltam as forças precisamente quando lhe são mais necessárias? Quando ele toma alento na alegria, ou se abisma na dor, não se imobiliza num ou noutro sentido e retoma a banal e fria consciência de si mesmo, no momento exato em que aspira a perder-se na plenitude do infinito.” (Goeth – em Sofrimentos do Jovem Werther).


VENCEDOR NATO

Há algum tempo, em algum lugar, duas vidas se uniram diante de um altar com a bênção divina e numa relação íntima de amor entre elas. Milhões de espermatozóides na mais empolgante competição pela vida iniciaram uma corrida para vir a este mundo e você estava lá. Foi tudo tão perfeito que nenhum cientista, nem poeta ou filósofo puderam entender e descrever com exatidão aqueles quarenta minutos de sublime disputa. Mas o importante é que você venceu por isto já começou a vida como UM VENCEDOR.
Você não estava sozinho. Iam com você milhares de espermatozóides reunidos em verdadeiros batalhões para garantir o seu sucesso. O batalhão dos fecundadores. Os seus competidores iam devidamente equipados para a fecundação. Eram protegidos por uma armadura especial que foi deixada fora do óvulo, assim que houve a fecundação. Outro Batalhão, o dos protetores iam torcendo por vocês e oferecendo apoio e proteção a fim de que nada interferisse na competição e que tudo corresse dentro das normas não permitindo que houvesse qualquer prejuízo aos competidores. Finalmente seguia outro batalhão, o dos bloqueadores, aguardando o final da competição, a fim de bloquear o óvulo e não permitir a entrada de qualquer intruso após a sua vitória.
Talvez neste momento você esteja atravessando uma fase de crise e se sentindo um perdedor; saiba, porém, que você pode não ter conquistado um primeiro lugar na faculdade, no colégio, num curso, pode não se sentir como o filho mais amado e mais querido. O seu valor pode não estar sendo reconhecido no trabalho, no meio dos amigos ou parentes; você pode estar se sentindo um derrotado na vida. Pode até mesmo ter acontecido um acidente e naqueles quarenta minutos de competição e você ter chegado a este mundo com alguma necessidade especial.
Mas lembre-se: de uma maneira ou de outra, na corrida pela vida você chegou à frente. Você chegou campeão! Lembre-se também que naquele momento Deus te ajudou e que ele continua pronto para te ajudar. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Hb 13.8).
Finalmente lembre-se de que Deus tem um propósito especial e maravilhoso para sua vida. Ele está te chamando e insiste: “Não temas porque Eu estou contigo, não te assombres, porque eu sou o teu Deus, Eu te esforço e te ajudo, Eu te sustento com a destra da minha justiça”. (Is 41.10). “Esforça-te, e tem bom ânimo”. (Josué l. 6).

O CAMINHO BIOLÓGICO

Para que você chegasse aqui, além de todos os cuidados que falamos na mensagem anterior, foi necessário também muito amor a fim de que sua vida se revelasse e você adquirisse o direito pleno de viver.
O salmista afirma que você foi objeto do amor de Deus desde o ventre de sua mãe (Sl 22.9 e l0). Isaias disse que foi chamado desde o ventre de sua mãe, onde o Senhor o formou e expressa sua confiança no Senhor que o ajudará para sempre. (Is 44.2; 49.1).
O início de tudo foi o amor que uniu seus pais, permitindo sua fecundação. A partir daí fenômenos maravilhosos ocorreram, com já vimos, até que você viesse à luz. Após a fecundação, você foi acolhido pelo útero de sua mãe e dentro de cinco ou seis dias, pelo processo de nidação você já estava, confortavelmente, instalado com todo conforto e garantia de assistência total. De forma sublime e graciosa, era o início da graça de Deus operando a seu favor.
Mais uma semana e os seus órgãos começaram a ser definidos e o seu sistema nervoso começou a se manifestar. É algo maravilhoso que desafia a ciência, os filósofos, religiosos e poetas, a inteligência que conduz este processo.
Em mais ou menos dezesseis semanas os seus órgãos já estavam definidos e você se transformou em feto e já gozava da proteção da lei dos homens, que de um modo geral proíbe a sua retirado do útero (aborto provocado) e a própria natureza também te dá maior proteção tornando-se mais difícil a sua expulsão do útero (aborto natural). Você já aprendeu a se defender e batalhar pela sua sobrevivência, possui alma, isto é, capacidade de se movimentar. Isso é emocionante, um mistério Divino.
Com vinte e sete semanas você já é capaz de pronta reação diante de qualquer ameaça e pode ter algumas sensações e até reagir ao pensamento de sua mãe, possuindo inclusive a capacidade de sentir dor.
Daí em diante o processo se acelera e por volta de mais ou menos onze semanas você está pronto para vir ao mundo. É um momento de muita emoção. Pais, avós, tios e amigos ficaram ansiosos por sua chegada. Tudo isto ocorreu como resultado de muito amor e dedicação de muitas pessoas, algumas até mesmo totalmente desconhecidas tais como médicos, enfermeiras e outros. Você recebeu de presente a vida, você não pediu e nem te perguntaram se você queria nascer. Não te deram chance de opinar sobre os pais que você teria, nem o país que você nasceria, foi tudo decidido por um poder superior, que é soberano e não se submete. A este poder o homem primitivo chamava de Criador ou Deus Altíssimo. A sua chegada aqui foi apenas a manifestação da vida e do amor que são a essência do Altíssimo. Deus é AMOR. (I Jo 4.8b). Eu te convido para refletir em seguida sobre mais este mistério em Além do Biológico.

ALÉM DO BIOLÓGICO

Até agora eu falei das coisas biológicas, físicas e materiais, perfeitamente comprovadas pela ciência.
Jesus, no diálogo com Nicodemos, disse: “se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?”. (Leia Jo 3.l-12).
Até aqui falei de fenômenos biológicos e espero que você tenha compreendido e acreditado que o Deus Altíssimo operou por trás de tudo isto. Se foi assim acredito que a nossa reflexão te fará muito bem. Se você acreditou apenas no biológico, estou orando para que Deus abra os seus olhos da mesma forma que abriu os olhos dos caminheiros de Emaús para que eles pudessem reconhecer Jesus. (Leia Lc 24.13-35).
É importante ressaltar que o mesmo Deus que projetou este maravilhoso instrumento de reprodução da vida tem também um plano especial para cada vida que surge neste planeta. O que parece absurdo é uma pessoa saber de todas estas maravilhas e não acreditar que por trás delas exista um criador cheio de amor, que tudo fez para que viéssemos aqui e tivéssemos a chance de sermos felizes.
Pois bem, agora vou falar de algo muito mais sublime. Vou refletir sobre a existência da alma e do espírito. Somos uma unidade trina, corpo, alma e espírito. Na reflexão anterior falei que quando alcançamos a capacidade de ter algum tipo de consciência e fazer algum movimento, passamos a ser também uma alma vivente. Este é um processo próprio de toda a espécie animal. É isto que marca o diferencial entre o vegetal e o animal, este é capaz de movimentar.
Se formos a um dicionário encontraremos uma longa relação de sentidos para esta palavra. Mas se atentarmos para sua origem latina verificamos que ela vem de “anima” e que exprime exatamente a causa oculta dos movimentos vitais. Em teologia o assunto é bastante complexo, mas nós vamos simplificá-lo, dizendo que a alma é uma substância incorpórea, porém ligada e dependente do corpo animal. A Bíblia fala que quando Deus soprou no homem o fôlego da vida ele passou a ser alma vivente (Gn 2.7). A palavra alma é citada muitas vezes na Bíblia e o seu sentido é bastante variado, no entanto na maioria das vezes ela tem o sentido de ser uma substância imaterial, criada por Deus para ser o centro dos afetos e motor dos atos humanos, principalmente os inconscientes. Ela está ligada ao processo de rejeição, aceitação e seleção agindo diretamente na nossa vontade e no pensamento. Assim a Bíblia nos ensina a importância de educar ou doutrinar a alma (Sl 103-1; Pv 21.10; Is 1.14: Mt 22-37; I Pd 1.22).
Quero falar agora sobre o espírito. A Bíblia fala de dois espíritos, um é o espírito do homem e o outro é o Espírito de Deus. Sempre que nos referirmos ao Espírito de Deus usaremos o “E” maiúsculo e ao nos referirmos ao espírito do homem usaremos o “e” minúsculo. A palavra espírito significa para nós o princípio animador ou vital, ou seja, que dá vida aos organismos físicos. A partir disto podemos entender que o espírito vem antes da alma, pois o espírito é que gera a vida, sem o que a alma não poderia cumprir a sua missão. A Bíblia é rica em citações sobre o espírito dos homens e o Espírito de Deus. Este assunto merecerá de nossa parte uma atenção especial, quando estudaremos A obra do Espírito Santo.
Nessa oportunidade a intenção é passar este conhecimento e dizer que tanto o corpo, como a alma e o espírito precisam ser alimentados e tratados como um grande presente a nós concedido pelo Deus Altíssimo. O corpo é alimentado com elementos materiais, a alma é alimentada pela beleza e pelo amor e o espírito é alimentado pela fé e obras de piedade e misericórdia.
Para que os três possam viver em harmonia precisamos cultivar a humildade, a esperança, a fé e desenvolver a capacidade de compreender e perdoar as nossas próprias fraquezas e também as do próximo. Lembrando finalmente que viver em harmonia significa viver no Espírito e ser amigo e companheiro de Jesus que nos ensinou “vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15-14). Assim o homem de algo de sublime que ultrapassa a sua própria capacidade de entender.

CONCLUSÃO

A “sublimidade” é um elemento essencial da existência humana. Caracteriza todo o nosso mundo de experiência propriamente humano. Com efeito, este mundo ultrapassa-se constantemente a si mesmo apontando para um mais além. Na verdade, o nosso mundo é sempre limitado, mas não é fechado, não se encontra definitivamente fixado, antes é por essência um mundo com fronteiras abertas. Ele é limitado na medida em que nós nunca o experimentamos em toda a sua extensão; captamos apenas fragmentos parciais da realidade. Intensivamente não aprendemos nada de um modo completo; só aprendemos sempre sob aspectos limitados. Na medida, porém, em que temos consciência da limitação, ultrapassamo-la continuamente. Continuamos a perguntar, fazemos novas experiências, alargamos o nosso horizonte, compreendemos novos conteúdos de sentido e novas relações lógicas. Perguntamos pelo sentido e fundamento da totalidade do nosso mundo e do nosso próprio ser no mundo. Mas jamais encontraremos a última resposta. Rasgamos um véu e vislumbramos outros véus. Isto não acontece por acaso, é obra do criador que assim nos fez com a intenção de nos colocar neste planeta onde tudo tem o seu limite. Assim limitados como todas as manifestações de vida animal, vegetal e mineral podemos viver dentro de certos parâmetros a fim de que possamos explorar estes limites e abrir novos horizontes. É como subir uma montanha e descobrir mais além outras desafiadoras montanhas a nos convidar à continuar na caminhada.

“Quando pensamos que temos as respostas, a vida muda as perguntas.
Portanto não tenha medo da crítica dos outros e, sobretudo, não se deixe paralisar por sua própria crítica.” (Autor desconhecido). (P/AViS-10/11/2009).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

11- O Homem não é obra do acaso.

Introdução:

O homem não é obra do acaso e nem evolução de qualquer espécie que não seja a sua própria que se acha em pleno desenvolvimento para alcançar a imagem e semelhança do seu Criador, sem nenhuma possibilidade de se tornar igual a Ele.

De uma forma mistérica ele foi implantado neste planeta com a missão de multiplicar, crescer e dominar todos os espaços existentes. O seu Criador colocou em sua natureza uma força capaz de movê-lo a isso. Por mais que ele seja provado será sempre alimentado pela esperança de um dia realizar o sonho do seu Criador. Mesmo diante de todas as violências, atrocidades e ameaças da natureza ele buscará a felicidade (nirvana, céu...), vencendo as angústias e até mesmo profundo desespero (ades, inferno...), mas, como humanidade, ele jamais desistirá de seu destino e lutará até as últimas consequências pela sua sobrevivência, quer seja deista ou ateista.

“MESMO QUE SOUBESSE QUE O MUNDO SE DESINTEGRARIA AMANHÃ, AINDA ASSIM PLANTARIA A MINHA MACIEIRA.” (Martin Luther King, Líder anti-racista norte-americano.)

CRIACIONISMO OU EVOLUCIONISMO.

“No princípio, criou Deus os céus e a terra”. (Gênese 1.1).

Durante muitos milênios, essa afirmação era incontestável. Era como um dogma intocável que ninguém se atrevia questionar. Nem filósofo, nem teólogos e livres pensadores discutiam o assunto que era considerado um tabu sagrado. Mas a partir da Reforma Religiosa do século XVI e o desenvolvimento do niilismo, principalmente a partir do século XIX, alguns pesquisadores começaram a discutir a origem da vida. Em 1859, Charles Darwin publica o seu livro “Origem das Espécies” colocando em cheque essa afirmação, provocando assim uma discussão mundial que se estende até aos nossos dias.

A partir daí, o que existe é uma batalha científica buscando provar a origem das espécies. Apesar de sua teoria já estar ultrapassada, muitos estudantes estão ainda tomando por base as suas afirmações. Principalmente no Brasil, onde a filosofia sofreu um longo colapso, ou melhor dizendo ainda hoje há um controle na educação que impede de se ensinar as novas gerações a pensar, mantendo assim uma cultura baseada em princípios filosóficos e teológicos de dois séculos atrás.

Ainda provoca celeuma discutir em nosso meio evolucionismo ou criacionismo, por isso não podemos deixar de considerar estes dois aspectos teóricos do aparecimento da vida em nosso planeta.

A palavra “evolução” em português deriva-se do latim de “volvere” que quer dizer “rolar”. Expressa a idéia de desenvolver-se de modo gradual em infinitas subdivisões até alcançar formas definidas em grande quantidade.

Entendem alguns que o termo “evolução” é empregado para designar a teoria de que todas as formas de vida na terra teriam se desenvolvido a partir de uma mesma origem (fungos, bactérias...), que de uma forma progressiva alcançaram um patamar mais sofisticado até chegar ao tipo de vida que conhecemos hoje. Neste caso a vida já teria concluído seu ciclo a alguns milhões de anos, o que não é verdade, pois a ciência já provou que novas formas de vida estão surgindo a todos os instantes em nosso planeta assim como novas galáxias, estrelas e planetas estão se formando no universo.

Criar vem do latim “creare” (produzir, gerar). Essa palavra pode ser tomada no sentido filosófico ou teológico em relação à origem do mundo, do homem e de outros seres, tanto físicos quanto espirituais.
Teologicamente, com base nos livros sagrados do judaísmo e do cristianismo, a criação foi realizada a partir do “Deus Altíssimo”. Um Deus sem origem, sem princípio, onipotente, onisciente e onipresente que pelo verbo fez surgir o universo visível aos nossos olhos e também o invisível. Os livros sagrados apenas falam de seus atributos sem a preocupação com a sua origem. No livro escrito aos hebreus no capítulo 11, versículo 3, em uma forma mística com base na fé, encontramos o seguinte registro: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados: de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”. O Evangelista João no capítulo 1, versículos 1 a 4 afirmou que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”.

A grande questão do catequista não é provar o criacionismo pela Bíblia, pois isto é fato claro e consumado, a dificuldade está em provar para o homem a inerrância bíblica, para o que os discipuladores ainda não se atinaram e por isso não tem investido nisso, enquanto que um grande número de pesquisadores “ateus” busca por todas as formas descobrir erros nos registros sagrados reforçando assim o movimento niilista.
CONHECIMENTO, INTELIGENCIA E FÉ

Não se sabe com certeza quando o conhecimento e a inteligência chegaram ao nosso planeta. O que se pode afirmar é que sem estes dois agentes nada do que existe poderia vir à existência.
Quanto à fé, aqui entendida como crença em algo que está fora do alcance do conhecimento, é fácil entender que ela veio a posteriore. Quando se fala de fé, pensamos logo em religião e esta com certeza veio muito depois.
Feitas estas colocações iniciais, já podemos perguntar: onde fica o homem em função disto? Com certeza o homem foi uma solução que o conhecimento e a inteligência encontraram para tomarem forma concreta e se manifestarem neste planeta. Não há acordo entre filósofos, teólogos e cientistas a esse respeito. Esse desacordo deve ser visto como uma estratégia do conhecimento para manter viva e atuante a inteligência. Esta por sua vez governa a vida que jamais poderia existir sem as duas. O homem torna-se, desta forma, refém das duas. A inteligência exige que o homem adquira cada vez mais conhecimento, pois ele é o seu encantamento. O conhecimento encanta o homem, dando a ele consciência de sua própria existência e do seu valor. Mais conhecimento e o homem se considera mais importante, mais poderoso e capaz de dominar. Assim, o homem surge neste planeta com a missão de dominar.
Mas como ele não pode dominar todas as coisas, surge a fé que vai permitir o preenchimento das lacunas que são criadas entre as diversas possibilidades de alcançar conhecimentos que ainda não estão ao seu alcance. Assim o homem sedento de domínio, parte para as grandes conquistas. Pela fé ele acredita que vai adquirir maior poder através da inteligência que permite a criação de estratégias e meios que acabam sendo formalizados por aqueles que ganham a confiança do grupo. É a partir daí que vão surgindo os diversos tipos, estruturas e normas sociais.

O HOMEM SE DESCOBRE.

O homem olhava à sua volta e tomava conhecimento superficial da existência da natureza, até que num determinado momento ele começou a fazer certas perguntas a si mesmo. Uma das primeiras perguntas, com certeza, foi: como surgiram as coisas que o rodeavam? Posteriormente passou a questionar a sua própria origem. Como não havia respostas adequadas, a inteligência recorreu à fé e a organização de grupos para adorar e cultuar ao criador, surgindo daí a religião com a qual a inteligência passou a dirigir os destinos dos homens.
O cristianismo e o judaísmo, partindo destes princípios afirmam que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus com plenos poderes para ter domínio sobre a natureza. (Gn 1. 28). Só que o homem não se contentou em dominar apenas a natureza, passou a disputar domínio com o seu semelhante.
O primeiro ato decisivo sobre este desvio foi a disputa entre Caim e Abel, provocando o assassinato de Abel.
A inteligência concluiu que apenas o ato de adorar ao criador não foi capaz de harmonizar as relações entre os homens. Em consequência disto deu-se início a outra providência, normatizar leis de relacionamento surgindo assim os princípios éticos e morais, que juntos com as religiões foram sendo difundidos entre todas as raças humanas existentes no planeta. Tanto a religião, a ciência, a ética e a moral, no futuro, alcançarão seus objetivos ao passo que se colocarem a serviço do conhecimento, da inteligência e da fé.
A importância deste breve texto, talvez para alguns um pouco folclórico, é mostrar que tanto a Religião, a Ciência, a Ética e a Moral tiveram um mesmo princípio: a inteligência e um mesmo objetivo: harmonizar os relacionamentos dos homens entre si e com a natureza. Daí a nossa proposta da Ética do Relacionamento.

CONCLUSÃO

Para concluir, uma mensagem de fé em Deus e Confiança no Homem que aqui foi colocado sem seu pedido ou consentimento em um tempo que ele desconhece, para uma missão que nunca lhe é claramente exposta, mas que mesmo assim tem consciência de seu poder e por isso não desiste de permanecer e lutar pela sua sobrevivência.

A partir disso consideremos o seguinte:

a)- A Ciência torna-se nobre, quando pesquisa em busca do conhecimento do Criador, empobrece-se e torna-se ridícula, quando faz o contrário, isto é, pesquisa sem levar em conta que todo o existente foi e está sendo criado e que nada pode existir sem uma origem e a regência de um criador. (P/AViS- Primavera de 2009).

b)- A conquista da “Verdade que Liberta” está em se tornar cada dia mais semelhante ao Cristo, e aí como diz o Apóstolo Paulo: “você alcançará a plenitude do varão perfeito” e se tornará imagem e semelhança do Criador. (P/AViS-Primavera/l986).

c)- “A Vida só pode vir da vida.” (P/AViS-Primavera/1.969).

d)- NASCIDO PARA VENCER.
“Deus disse: - Eu irei com você e lhe darei a vitória”. (Ex 33.14).
Quando sentimentos de derrota passarem pelo seu coração, fazendo com que se sinta sem vontade de viver, lembre-se: você é vitorioso e pronto! Não há motivo algum que justifique abrigar esse desânimo. Ao contrário, existem motivos de sobra para adorar ao Criador da Vida por tudo o que Ele fez e deu, por tudo o que você já conseguiu realizar, por tudo o que você é: uma obra prima de Deus. Então, absorva, deguste, receba tudo o que vem direto do amoroso colo do Pai. Lembre-se de que diretamente dele vêm as fontes da água viva, os talentos, dons, capacidade, alimento para a alma e para a vida e também os seus sonhos e planos. São somente coisas boas que podemos e devemos absorver diariamente, mesmo que névoas venham ofuscar a nossa visão. E mesmo que você tivesse motivos para ficar triste e desolado, abatido e cansado, mesmo assim não seriam suficientes para derrubá-lo e deixar que as dificuldades da vida nos deixem prostrados. Prostrados devemos ficar somente na presença do Pai, para o servirmos e o adorarmos e, assim, deixarmos que Ele nos abasteça novamente. Somente... E coisa alguma deve querer tirar esse foco em Deus na vida. Você tem vida abundante e graciosa na presença do Pai. Não permita mais que sentimentos dessa estirpe assolem seu coração, pois você é vitorioso. Nos momentos da vida em que tudo parecer escuro, quando as névoas da dificuldade reduzir a sua visão, lembre-se de olhar para cima. O sol da justiça ainda brilha. Deus vela por você, para fazê-lo vitoriosa nas provações. Ore ao Pai: “Querido Pai, agradeço-te por eu ser quem eu sou, por teres me feito tão especial. Agradeço pela provisão de vitória para este dia. Amém!”. (P/AViS-Primavera/1997).
“Os homens aprontam os cavalos para a batalha, mas quem dá a vitória é Deus, o Senhor”. (Pv 21.31). (P/AViS- 03/11/2009).