quinta-feira, 28 de julho de 2011

Breves Reflexões 055/100

55- Sobre a Espiritualidade. (VI/XII) (BR 049)

Dando continuidade ao estudo das atitudes que, segundo Paulo se unem para produzir o “Fruto do Espírito”, vamos analisar as três restantes.

São elas:

Fidelidade;

Mansidão;

Domínio Próprio.

FIDELIDADE –

Algumas versões da Bíblia a palavra "fé" e não fidelidade. Neste caso especial, de acordo com a linha de raciocínio que tenho adotado na presente série, "fidelidade" é mais adequado. Contudo, necessário colocar que tal e qual a benignidade e a bondade, a fé e a fidelidade estão entrelaçadas de uma forma indissociável. Quem tem fé é fiel. Logo, quem não é fiel é porque não tem fé.

Conforme já de muito tenho alertado, não é minha intenção esgotar o assunto, mas criar no(a) amado(a) leitor(a) uma sede de buscar mais, de estudar mais, de conhecer mais da Bíblia e do Espírito de Deus. Nestes moldes, não vamos nos aventurar em dissecar a diferença entre fé e fidelidade. Mais uma vez, por necessário, coloque-se que para os fins do presente, vamos concentrar nossa atenção na fidelidade.

Em minha opinião (o Senhor seja comigo), mesmo que o dono da casa NÃO VOLTE, a casa TEM que estar SEMPRE limpa, de modo que nós não temos que nos preparar PARA a volta de Jesus. Já temos que estar prontos. Sempre prontos.

Em Mateus 24 e em Lucas 12, Jesus Cristo falou sobre o servo infiel que começou a explorar e se aproveitar dos conservos (companheiros) porque o Dono da Casa demorou a voltar. Ele será expulso e colocado junto com os hipócritas.

Algumas versões da Bíblia trazem a palavra "adúlteros" em vez em "infiéis" em Tiago 4:4. Quem trai a confiança depositada está cometendo um ato tão grave quanto é um adultério.

A fidelidade é fruto do espírito. O ser humano não consegue guardar os mandamentos de Deus. Ele é pecador demais, vil demais, egoísta, ganancioso e vingativo demais para ser fiel a Deus e cumprir os mandamentos que Ele determinou. Somente quem é cheio, dominado e dirigido pelo Espírito Santo de Deus consegue ser fiel a Deus.

MANSIDÃO –

"Mansidão" ou ser "manso" comporta vários sentidos e significações que precisam ser compreendidos para que não caiamos no engano e venhamos a nos desviar do caminho de Deus. A palavra de Deus é espiritual e tem um sentido diferente, às vezes oposto, do sentido coloquial, gramatical e antropocêntrico. Aliás, o grande erro dos teólogos (e curiosos) que não têm a direção e a unção do Espírito Santo de Deus é justamente emprestar esse sentido humano às palavras espirituais da Bíblia. Daí porque a Bíblia diz que a "letra mata, mas o espírito vivifica" (II Cor.3:6).

Antes de falar (ou escrever) sobre o que vem a ser mansidão como fruto do espírito, insta colocar quais são os significados comuns que não cabem no contexto bíblico. O mais comum é o próprio sentido gramatical: "qualidade de ser manso, brandura de gênio, índole pacífica, serenidade, lentidão no falar". Em outras palavras, mansidão seria sinônimo de tranquilidade e sossego. Mansa seria a pessoa calma, tranquila e sossegada. O que, evidentemente, não cabe no contexto de fruto de espírito. Uma pessoa não precisa ter o Espírito de Deus agindo em sua alma e em seu coração para que seja calma, tranquila e sossegada. Isso é uma característica genética, ou fruto de esforço e força de vontade, como fazem os monges. Forçoso concluir que não é essa a mansidão de que fala a Bíblia como sendo fruto do espírito.

Eu entendo que ser manso, de acordo com a melhor interpretação bíblica, é ser como Moisés, o filho de Joquebede (Num.12:3). Ele era manso. E precisava sê-lo para poder ser condutor e dirigente de uma problemática multidão de aproximadamente dois milhões de pessoas.

Diversos versículos na Bíblia tratam da necessidade de sermos mansos, e agirmos com mansidão (Gal.6:1, Ef.4:2, Col.3:12, I Tim.6:11, etc). Quem não tem essa mansidão fica nervoso, irritado, exasperado, desesperado, irado, frustrado por quase nada. Às vezes por nada.

Essa mansidão de que a fala a Bíblia tem o sentido de INABALÁVEL. Fé inabalável. Essa é a fé que fez com que Paulo e Silas cantassem hinos de louvor a Deus nas masmorras da cidade de Filipos (Atos 16). Quem tem uma fé inabalável é firme como o monte Sião (Salmo 125) que não se abala. Somente quem é dominado pelo Santo Espírito de Deus consegue essa mansidão.

DOMÍNIO PRÓPRIO –

A última parte do fruto (ou último fruto, como queira) é o domínio próprio ou a temperança. O dicionário coloca que temperança é "qualidade daquele que é moderado nas paixões, nos apetites, etc.; comedimento, sobriedade", o que, é evidente, não cabe no conceito bíblico de temperança. Mais uma vez devo lembrar que o entendimento bíblico deve ser espiritual, e, portanto, de acordo com o Espírito de Deus.

Temperança, em linhas gerais, é o negar-se a si mesmo de que falou Jesus em Mateus 16:24; Marcos 8:34 e Lucas 9:23.

Deus precisa dominar nossos pensamentos (espírito) e nossos sentimentos (alma). Enquanto nossos pensamentos e nossos sentimentos forem carnais e vendidos sob a escravidão do pecado (Rom.7), nossos atos também o serão. Enquanto não chegarmos à estatura de varão perfeito, estaremos sujeitos a fazer o que é errado, pensando que é o certo, e nos deixar dominar por emoções carnais, pelo desejo lascivo, devasso, destrutivo.

Não digo que devamos negar e reprimir todas as nossas emoções, sentimentos e desejos, mas que isso deve acontecer para nossa alegria e alegria dos que vivem e convivem conosco. Entregar-se às emoções que magoam, matam e destroem nos conduzirá para as trevas e para a solidão. Entende?

A temperança (negar-se a si mesmo) é justamente isso: reprimir sentimentos, emoções e desejos carnais, egoístas e destrutivos, e agir mais de acordo com os pensamentos. Os pensamentos são mais confiáveis, visíveis, compreensíveis e palpáveis. Nossas emoções mudam de repente, sem nenhum motivo aparente. O mesmo não ocorre com nossos pensamentos. A emoção não distingue o que é bom ou mau. O pensamento distingue quais são as emoções "boas" ou "más". Os pensamentos estão mais para a razão do que os sentimentos que estão mais para as paixões.

Emoções, desejos, sentimentos são coisas que despencam (ou explodem) em nós, sem que peçamos, sem que possamos escolher. Não somos nós que controlamos o surgimento, o nascimento, a gênese de nossas emoções. Mas somos nós que controlamos o crescimento e o desenvolvimento dessas emoções dentro de nossos corações.

Domínio Próprio é a capacidade de não se deixar dominar pelas emoções que nos afastam de Deus (por mais que queiramos), e alimentar as que nos aproximam de Deus (por mais que as repudiemos).

Que hoje seja um dia especial para você.

Seu irmão e servo Ev. Alfredo Vieira

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