quarta-feira, 28 de abril de 2010

26- Humanismo e Espiritualismo.

Introdução.

Nenhum mestre foi capaz de superar Jesus Cristo no sentido de expressar as verdades sobre o “Humanismo” e o “Espiritualismo”. Para Ele é perfeitamente possível ser um “Humanista” e não segui-lo, porém é impossível segui-lo sem ser um fiel “Humanista”.

Em princípio, vamos tentar uma abordagem sobre o “Humanismo” e a seguir uma sobre o “Espiritualismo”. Após isto tentaremos uma visão comparativa entre estas duas correntes filosóficas.

Humanismo:

O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas desencadeadas pelo Renascimento.

Com a ideia renascentista de “dignidade do homem”, isto é, o homem está acima da Natureza, o Humanismo coloca o homem no centro do universo e seu estudo merece algumas considerações particulares. (O Homem Vitruviano).

Chegando ao século XVIII, na Filosofia Moderna, o homem é concebido como um ser ativo que domina a Natureza e com isso a sociedade. Embora não haja separação entre Natureza e homem dentro do movimento humanista, o homem é diferenciado dos demais manifestando suas diferenças na racionalidade, na moralidade, na ética, na técnica, nas artes, etc.

Entendendo o Humanismo.

No Humanismo o homem, como ser dominante, está sempre se aperfeiçoando através do desenvolvimento proporcionado pela sua racionalidade.

Mesmo datado de longa data, o Humanismo tem influência em várias áreas das ciências humanas. Sua importância reside na fundamental ruptura entre Igreja e Ciência, carregando consigo uma visão diferenciada do homem em relação aos demais elementos naturais.

É difícil conceber Humanismo devido às várias formas em que ele foi tomado pelas ciências humanas e pelas religiões, vindo a ser “humanismos” com características diferentes. Podemos falar de humanismo religioso, humanismo marxista, humanismo existencialista, etc. No senso comum, o termo “humanista”, frequentemente, é usado para caracterizar as pessoas que se preocupam com as causas sociais e com a caridade.

Sem dúvida que o Humanismo foi um dos principais movimentos filosóficos que mudaram os rumos do conhecimento, mas a ideia principal e original foi pretensiosa demais.

Crítica.

A ideia de colocar o homem acima de todas as coisas e acreditar que ele é capaz de progredir cada vez mais na temporalidade, soa um tanto quanto otimista demais. Daí decorre as dissidências do Humanismo original entre as ciências humanas.

Sartre, filósofo existencialista francês, em sua obra “Existencialismo é um Humanismo”, ironizando o fato do homem atribuir um valor de superioridade a si mesmo, questiona o Humanismo clássico: “Tal humanismo é um absurdo, pois só o cachorro ou o cavalo poderiam emitir um juízo de conjunto sobre o homem e declarar que o homem é admirável.”

Nesse sentido, tomar os pressupostos do Humanismo enquanto verdade seria como dar uma definição a nós mesmos da forma como queremos. A história tem mostrado que nem sempre progredimos; que a razão nem sempre está com a “razão”; e que racionalidade não significa a nossa salvação.

O humanismo existencialista se distanciava do humanismo clássico na medida em que o homem não supera a existência e a condição se voltar apenas para si mesmo (o centro de todas as coisas), mas sim, procurando o devir sempre no fora de si. E é humanismo porque coloca o homem como o único responsável de si.

Na realidade, o homem comparado com os animais e a natureza se apresenta como o mais frágil dos três, pois os animais e a natureza podem sobreviver sem o homem, porém o homem depende dos dois para sobreviver.

O Valor do Homem.

Apesar da fragilidade, o homem foi feito para dominar e ser imagem e semelhança do Criador. Para isto foi-lhe concedido a capacidade de pensar, tomar decisões e estar consciente da realidade que o circunda. Para que ele possa alcançar o seu destino, o criador dotou-o também do poder para acertar, errar e corrigir. O homem é o único ser vivo capaz de Planejar, Organizar e Executar Projetos.

"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento. Daí que é preciso nos elevarmos, e não do espaço e da duração, que não podemos preencher.Trabalhemos, pois, para bem pensar; eis o princípio da moral. Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação de meu pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo me abarca e me traga como um ponto; pelo pensamento, eu o abarco". (Blaise Pascal).

Espiritualismo:

O Espiritualismo é uma doutrina filosófica que admite a existência de Deus, de forças universais e da Alma, com a visão de que existem milhares de coisas abstratas. É o contrário de materialismo, que só admite a matéria.

Afirma a existência de uma alma e um espírito imortal no homem, isto é, de um princípio substancial distinto da matéria e do corpo, razão absoluta de ser da vida e do pensamento. Em sentido mais lato, doutrina que, além da tese referida, reconhece a existência de Deus, a imortalidade da alma e da existência de valores espirituais ou morais que são o fim específico da atividade racional do homem.

A teologia paulina nos ensina que possuímos um espírito (o espírito do homem) que nos coloca em comunhão com o Espírito de Deus, permitindo a consciência de que somos filhos do Criador. (Romanos 8.16-17).

O Cristo promete o Consolador, aquele Espírito que sabe todas as coisas e que além de nos consolar nos fará lembrar de todas as coisas, bem como nos ensinar muitas coisas que ainda não sabemos porque não alcançamos a maturidade suficiente para entender. (João 15.26).

A crença nessas verdades leva o fiel a ter “Fé” e ela consolida uma nova vida, o renascimento, permitindo ao homem alcançar o nível do homem espiritual. É nisto que consiste o verdadeiro espiritualismo. A “Fé” que segundo Jesus remove montanha, move os céus e convence o homem daquelas coisas que ele não pode ver e Deus se torna uma realidade que age e governa o Universo. Esta “Fé” não depende de religião, é algo que a verdadeira sabedoria e inteligência dá de presente (Graça preveniente) ao homem. (Confere Cap. 28 de Jó).

“Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligência.” (Jó 28.28).

A Existência de Deus.

Ao longo da história da humanidade, a ideia ou compreensão da existência de Deus assumiu várias concepções em todas sociedades e grupos já existentes, desde as primitivas formas pré-clássicas das crenças provenientes das tribos da Antiguidade até os dogmas das modernas religiões da civilização atual.

Deus, muitas vezes, é reconhecido como o Criador, O Altíssimo, Senhor do universo, Grande Arquiteto do Universo ou então toma nomes como Deus de Abrão, Deus de Jacó, Deus de Moisés, Javé, Alá e muitos outros.

Teólogos têm relacionado uma variedade de atributos diferentes para concepções de Deus. Os mais comuns entre essas incluem onisciência, onipotência, onipresença, benevolência (bondade perfeita), simplicidade divina, zelo, sobrenatural, eternidade e de existência necessária.

Deus também tem sido compreendido como sendo incorpóreo, um ser com personalidade, a fonte de toda a obrigação moral, o mais excelente, o soberano. Estes atributos foram todos adotados em diferentes graus anteriormente pelos filósofos teológicos judeus, cristãos e muçulmanos, incluindo Rambam, Agostinho de Hipona e Al-Ghazali, respectivamente. Muitos filósofos medievais notáveis desenvolveram argumentos para provar a existência de Deus,[3] tencionando combater as aparentes contradições implicadas por muitos destes atributos.

A maior parte das grandes religiões considera Deus, não como uma metáfora, mas um ser que influencia a existência de cada um no dia-a-dia. Muitos fiéis acreditam na existência de outros seres espirituais e dão a eles nomes como anjos, santos, djinni, demônios e devas...

Em grande parte dos grupos cristãos, o Espírito Santo é uma das três pessoas divinas da Trindade que compõem uma única substância de Deus, isto é, o Espírito tem a mesma natureza essencial partilhada com o Deus Pai e o Deus Filho (Jesus). A teologia cristã do Espírito Santo, ou pneumatologia, foi a última parte da teologia trinitária de ser plenamente explorado e desenvolvido. Por este motivo, existe uma maior diversidade entre os diversos entendimentos teológicos acerca do Espírito Santo do que em relação ao Filho (cristologia) e ao Pai. Dentro da teologia trinitária, o Espírito Santo é normalmente referido como a "terceira pessoa" do Deus Triuno - com o Pai sendo a primeira pessoa e o Filho a segunda.

A existência do Espírito Santo é afirmada no Credo Apostólico. Dele também seria a responsabilidade pela Imaculada Conceição. No Credo niceno (uma elaboração extensa do Credo Apostólico), é afirmado ainda que o Espírito Santo procede de um ou de ambos os outros membros da Trindade. Esta afirmação implica que o Espírito Santo seja co-substancial e co-eterno com o Pai e o Filho.

O Espírito Santo é também afirmado como sendo "Aquele que dá a Vida". Este Espírito Santo é frequentemente interpretado como sendo a mesma entidade que O Anjo do Senhor (ou Espírito do Senhor) referenciado no Antigo Testamento.

Foi o Espírito Santo que implantou a vida em nosso Planeta. “A terra era sem forma e vazia: e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1.2). A vida foi doada por Ele e ela só pode ser gerada de outra vida. Nisto está a soberania de Deus, só Ele pode dar e tirar a vida, por isto foi possível Jesus Cristo ressuscitar, porque Ele possui o poder (a chave) da morte e da vida.

A Fé:

Fé (do latim fides, fidelidade e do grego pistia) é a firme convicção das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêm. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho e provaram algo considerado impossível ao homem. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Confere Hebreus 11.1-3).

A se relaciona de maneira unilateral com os verbos acreditar, confiar e apostar, isto é, se alguém tem em algo, então acredita, confia e aposta nisso, mas se uma pessoa acredita, confia e aposta em algo, não significa, necessariamente, que tenha . A diferença entre eles é que ter é nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor pelo que acredita,confia e aposta.

É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, uma crença popular, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. A fé não é baseada em evidências físicas, e, portanto as alegações da fé não são reconhecidas pela comunidade científica. É geralmente associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros através de relatos. Nesse sentido, é geralmente associada ao contexto religioso.

A se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais e a motivos nobres ou estritamente pessoais. Pode estar direcionada a alguma razão específica ou mesmo existir sem razão definida. Também não carece absolutamente de qualquer tipo de evidência física racional.

Fé é coisa séria, se o fiel não for devidamente orientado sobre a razão da sua fé, facilmente ele cairá no fanatismo, tornando-se presa fácil para os aproveitadores da “boa fé”, tornar-se-a idólatra de ideologias e crendices sem fundamento, gerando as mais espantosas distorções chegando mesmo a estar disposto a dar a vida pela sua “fé” sem saber do porquê de seu sacrifício (verdadeiros homens e mulheres bomba).

Conclusão.

Ao longo de toda a História do Cristianismo, as questões cristológicas têm sido muito importantes na vida da Igreja. A Cristologia era a preocupação fundamental a partir do Primeiro Concílio de Nicéia (325) até o Terceiro Concílio de Constantinopla (680). Ao longo deste período, os diferentes pontos de vista dos grupos da comunidade cristã levaram a acusações de heresia e posterior perseguição religiosa. Em alguns casos, a principal característica distintiva de uma seita é a sua forma de entender a teologia; e nestes casos, é comum que a seita seja conhecida pelo nome dado à sua exegese bíblica.

Tal como é indicado pelo nome "Cristianismo", o foco da vida de um cristão é uma firme crença de que Jesus seria o Filho de Deus, e, portanto, o ‘'Messias ou Cristo’'.

Os cristãos acreditam que, como Messias, Jesus foi anunciado como governante e salvador da humanidade e defendem que Jesus "cumpriu todas as profecias bíblicas que diziam respeito ao Messias do Antigo Testamento". A concepção cristã do Messias difere significativamente da concepção judaica.[6] O núcleo crença cristã é que, através da morte e ressurreição de Jesus, o pecado original dos seres humanos são perdoados, a humanidade passa a ser reconciliada com Deus e, assim, são oferecidas a salvação e a promessa de vida eterna.

Embora tenha havido disputas teológicas sobre a natureza de Jesus, os cristãos geralmente acreditam que Jesus é Deus encarnado e "verdadeiro Deus e verdadeiro homem" (que equivale a dizer que ele tem plenamente as duas naturezas: a divina e a humana). Além de toda discussão mística a respeito da pessoa de Jesus, os Cristãos acreditam que também Jesus foi o maior Mestre de todos os tempos. Assim, podemos entender, que foi Ele quem lançou os fundamentos do humanismo que toma importância a partir do século XV. (P/AViS- 27/04/2010)

terça-feira, 20 de abril de 2010

25- Futuro da Ética.


Introdução.

A ética, no futuro, não virá mais impulsionada pela religião ou pela moral, mas pelas questões de sobrevivência e autopreservação. Tomamos consciência de que precisamos uns dos outros, como náufragos em um mesmo barco e que a credibilidade de nossas ações está passando o tempo todo por uma avaliação de nós mesmos, em relação ao outro que nos observa e influencia nossas vidas, como influenciamos a dele (Big Brother). Teremos então, a ética da sobrevivência que vindo pela via de um compromisso com o individuo trará reflexos positivos na coletividade, transformando o ser humano de individualista em comunitário. Isto tentará superar a desgraça de um eu centrado em si, por um eu em união com o outro tentando organizar melhor o que é de todos.

Quando falamos em futuro da ética, é bom lembrar que no início destas considerações iniciais falamos da situação atual e dissemos: “Somos de opinião que viver dentro da sociedade atual é ao mesmo tempo desconcertante e desafiador.”

A ideia de ser desconcertante e desafiador nos leva, de imediato, a pensar em um estado de crise. A crise vai tomando corpo ao passo em que o mundo vai se encolhendo através dos meios de comunicação. A falta de espaço gera maiores atritos e, em conseqüência, os conflitos vão se tornando cada vez mais graves.

Como já vimos, a inteligência exige cada vez mais conhecimento e o conhecimento gera poder e o exercício do poder exige maior preparação daquele que exerce a autoridade ou a liderança. Assim, a atuação da ética vai tomando maior vulto em todas as áreas da atividade humana.

Ao passo que o homem adquire mais conhecimento, cresce também o seu desejo de liberdade. A vivência em liberdade exige maior racionalidade ou inteligência prática, uma vez que é impossível prever e normatizar todos os fatos novos que a vida, a ciência e a tecnologia propiciam. Nessas condições, impulsionados pelo sentimento de liberdade acabamos ocupando mais espaço e o planeta vai se tornando cada vez mais reduzido para o homem. Estas novas ocupações de espaço fazem com que a vida vá se tornando também mais competitiva e assim os princípios éticos se tornam mais preciosos.

Uma Ética Mundial.

Estas colocações nos levam a pensar que no futuro a ética deverá ganhar uma grande importância para a humanidade. Pois ela deverá contribuir para minimizar atritos que vão surgindo em todas as áreas da atividade humana.

Sabemos que a ideia de uma ética mundial está ganhando espaço entre alguns intelectuais, filósofos, teólogos e pensadores. Tudo indica que no futuro a humanidade deverá obedecer a regras mundiais como se vivesse num jogo de futebol.

Quando pensei nessas coisas pela primeira vez, lá pelos anos 60, elas me pareciam tão absurdas que eu não tinha nem coragem de dizê-las aos meus amigos e ouvintes. Hoje, no entanto, a nova geração de filósofos e teólogos fala disso abertamente e até dão entrevistas e fazem conferências sobre o assunto. Também as pessoas ouvem com naturalidade e as contestações são muito raras e sem expressão.

Para mim o projeto está ficando cada vez mais claro. Penso que ele deverá ser baseado em três princípios básicos, cinco mandamentos e doze regras gerais.

Primeiro: Os três princípios básicos de uma ética mundial serão:

a) Não fazer ao próximo o que você não quer que faça a você mesmo. Este é um princípio muito antigo, ditado por Confúcio e repetido por Jesus Cristo.

b) O relacionamento humano deve ter como base; a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Esta é a base dos direitos humanos aprovados pela ONU em 20 de junho de 1945.

c) Há de se estabelecer e respeitar os direitos internacionais dos animais e da natureza. É preciso convencer a humanidade da superioridade dos animais e da natureza, uma vez que eles sobreviverão sem o homem ao passo que o homem não poderá viver sem eles.

Segundo: Os cinco mandamentos de uma ética mundial serão:

a) Não matar. Mas aí cabe uma interpretação mais ampla, não se deve torturar ou infligir dor ao outro.

b) Não mentir, que inclui não enganar e não levantar falso testemunho, mas agir sempre de maneira veraz.

c) Não roubar, não cometer corrupção, não falsificar, mas agir de maneira honesta.

d) Não abusar da sexualidade, há que manter o respeito mútuo. Homem e mulher têm direito à igualdade.

e) Não contestar e nem insinuar dúvidas quanto aos princípios básicos da ética mundial. Eles deverão ser considerados como o tripé de sustentabilidade da ética e como tais aceitos como um dogma sagrado.

Terceiro: As doze regras gerais para uma ética mundial:

Primeira Regra: Os critérios de reconhecimento de um estado independente serão aprovados por um órgão internacional (a ONU é um bom modelo a ser seguido para o reconhecimento de um órgão internacional supremo - OIS).

Segunda Regra: Nenhum estado independente terá o direito de se declarar em estado de beligerância contra outro estado independente. Todas as questões serão decididas no OIS.

Terceira Regra: Toda a estrutura mundial se organizará em três Câmaras: Câmara Executiva: Câmara Legislativa e Câmara Judicial.

Quarta Regra: Os estados independentes serão divididos em três níveis geográficos: Nível Nacional, Nível Regional (Estados) e Nível Local (Municípios).

Quinta Regra: Todo cidadão tem direito ao emprego, cabendo ao estado prover de meios para que nenhum cidadão fique ocioso, mesmo os prisioneiros em geral que deverão produzir para o seu sustento e de sua família.

Sexta Regra: Nenhum estado independente poderá adotar a pena de morte. Quando a Justiça concluir pela incompatibilidade de um cidadão, poderá ser aplicada a pena de “ostracismo” com o isolamento total do indivíduo de seu “habitat” natural.

Sétima Regra: Ninguém será obrigado a prestar culto a qualquer Deus ou credo religioso. A liberdade de consciência e expressão será garantida a todo cidadão desde que o faça dentro das regras do respeito e da tolerância e que não ponha em risco a paz e a tranquilidade dos demais e nem ameace a segurança do estado. Cada um responderá diante da justiça pelo que afirmar ou praticar, não havendo imunidade para nenhum cidadão. Realmente todos serão iguais diante da lei.

Oitava Regra: O cidadão poderá se unir em Associações filantrópicas, religiosas, recreativas, culturais e outras, porém fica vedado ao estado investir nestas associações, devendo elas serem mantidas pelos próprios associados e prestar relatórios periódicos aos órgãos de defesa dos direitos humanos.

Nona Regra: Toda a estrutura do estado, em todos os níveis deverá primar pela transparência, simplicidade e eficiência. As arrecadações a favor do estado serão sempre em função de produção, ficando impedido qualquer tributo sob as importâncias distribuídas aos cidadãos em consequência de serviço prestado, quer privado ou público.

Décima Regra: Não haverá exploração comercial nos atendimentos da educação, da saúde e da segurança. Estas atividades serão de exclusiva competência do estado que garantirá aos cidadãos o atendimento gracioso.

Décima Primeira Regra: A moeda será unificada e os salários serão controlados de tal forma que o maior salário não passará de quinze vezes o valor do menor salário.

Décima Segunda Regra: Não poderá haver impunidade para a quebra destes princípios, mandamentos e regras gerais. A Lei deverá ser rigorosa e a justiça ágil em fazer cumprir as normas punitivas. Não se admitirá Juízes inexperientes. O cidadão para exercer a função de Juiz terá que passar por um bom período probatório de defensor das Leis de defesa do cidadão, dos animais e da natureza e só depois de aprovado nas teorias da filosofia e do direito; deverá ser eleito por um Conselho de Juízes do nível de um Supremo.(Leia 21 teses sobre os fundamentos de uma Ética Mundial do autor Monografia – 1986).

Claro que isso tudo depende de um longo processo educacional, que deve começar cedo, com as crianças na escola. Eu sei que a maioria considera uma insanidade, tais propostas, mas estou convencido de que o Criador nos colocou no universo para dominá-lo e transformá-lo no paraíso que está dentro de todos nós. Pode não ser este o melhor modelo, estas as melhores regras, mas que já é tempo de levantar esta discussão, não resta a menor dúvida, pois se assim não o fizermos o Criador com todos os seus anjos e arcanjo levantará e nos imporá uma solução através da dor e da tragédia. Lembrai-vos dos tempos de Noé. (Gênesis Capítulo 6).

Conclusão:

“Uma ética mundial conseguiria conciliar as diversas expressões religiosas e ideológicas, criando possibilidades para o surgimento de uma moral em que todos viveriam em solidariedade e respeito mútuo, permanecendo cada um fiel a seu pequeno tanque?”

O pensamento niilista nos desafia a rever, conceitos e princípios milenares a fim de que possamos nos preparar para o ingresso em uma nova ordem mundial neste terceiro milênio. O ingresso nessa nova ordem só terá sentido e contribuirá para a evolução da humanidade se for conseguida por meios éticos, pacíficos e solidários. Daí a importância de refletir sobre os princípios éticos que têm conduzido o homem em seus diversos relacionamentos

A partir deste conceito vamos considerar o seguinte:

O homem não é só instinto. O homem é também pulsão. Talvez seja o único ser vivo animado sujeito a erro. Não é meu papel aqui questionar o porquê, mas por isto mesmo o psíquico humano precisa de toda uma estrutura e uma série de complexidade para se ordenar. O que rege a ordem psíquica é a LEI do PAI, razão desse salto singular do homem, da natureza para a cultura. Portanto, qualquer agrupamento social, por mais simples que seja, exige regras, normas de conduta, LEIS. Precisamos sair do lugar onipotente, de pensar que somos grandes porque temos leis. Temos leis porque somos menores.

Assim, cada cultura, em cada tempo, motivada pelo seu instinto natural e comum a todos os humanos institui suas leis escritas, formando seu ORDENAMENTO JURÍDICO. Nesta ordem jurídica está o Direito. Direito à vida, à morte. O Direito e o Errado. Em cada cultura o Direito é normatizado de acordo com a sua ÉTICA. O Direito não é aquilo que É, mas aquilo que deve ser.

Eu penso que o processo da globalização não tem como ser revertido, mas pode sim, ser mudado. Acredito na mudança da consciência. Um exemplo concreto é que, há alguns anos, não se falava em combater o fumo, prática comum em todos os lugares, inclusive em aviões. Hoje, já não é assim. Então, entendo que há como direcionar a globalização, mesmo que seja um processo lento. Começa com poucas pessoas, depois a ideia se difunde entre cientistas, repercute entre educadores, cresce mais e mobiliza políticos. Depois acontecem as transformações na esfera legal, concretizando a visão que, inicialmente, era de poucos. Segundo algumas informações recentes, o projeto da ética mundial já está em discussão na Alemanha, Suíça e na Áustria. Cabe a cada um de nós irmos lançando a nossa luz por menor que pareça. Cristo disse que o Reino dos Céus é como uma pequena semente, que se lançada em boa terra, germina, cresce e dá muitos frutos. Por isso, se desejamos contribuir para o bem da humanidade não podemos nos esmorecer e, principalmente se estamos comprometidos com o Cristo, pois ele não desistiu, foi fiel a sua missão até a morte de cruz, a mais humilhante de todas as mortes. Que Deus nos ilumine e nos revele caminhos para que a humanidade possa encontrar com o seu destino em breve e assim o Cristo voltará em glória como prometeu. (P/AViS-20/04/2010).

terça-feira, 13 de abril de 2010

24- A Ética da Solidariedade.

Introdução.

Vivemos numa sociedade de consumo, onde parece ser melhor aquele que mais tem, que mais mostra, que mais gasta.

Será importante ter sucesso na vida, não ter problemas de dinheiro, passar boas férias se virarmos a cara quando passamos por um mendigo que nos estende a mão? Se ficarmos indiferentes ao ver nos noticiários velhos a «viver» em barracas em condições desumanas? Se mudarmos de canal quando estamos a jantar e passam imagens de crianças desnudas e desnutridas nos países de 3º mundo?

É verdade que pouco podemos fazer para inverter a situação em que o mundo se encontra, mas podemos ser solidários com o pequeno mundo que nos rodeia, um mundo menor que se cinge ao nosso campo de ação no dia a dia.

Não é necessário canalizar o nosso salário para os pobres. O serviço que podemos prestar à sociedade é vasto e o mais importante nem sempre é dar dinheiro, embora o seja por vezes necessário.

É solidário aquele que trabalha como voluntário numa associação de solidariedade social uma ou duas vezes por semana, sem receber nada. É solidário aquele que procura alegrar uma tarde de um Lar de Idosos ou de um Jardim de Infância. É solidário aquele que encaminha um jovem desconhecido para um Centro de Recuperação. É solidário aquele que socorre um mendigo embriagado caído no chão e chama a ambulância para socorrê-lo. É solidário aquele que ouve os desabafos de alguém que errou muito na vida, sem o julgar. É solidário aquele que perdoa. É solidário aquele que dedica algumas horas por semana para instruir alguém.

Desde muito pequenas que as crianças, nas suas brincadeiras, são ensinadas a dar e não a tirar, quando brincam com os seus brinquedos e os dos outros. Muito mais importante do que ter é SER. Os amigos verdadeiros amam-nos pelo que somos, não pelo que temos.


Solidariedade Social

Para que deitar fora aquela roupa que já não usamos e que está praticamente nova, quando há pessoas na nossa comunidade passando frio? Por que fazer um jantar com três pratos principais quando, no mesmo dia, negamos um prato de sopa a alguém que tinha fome? Por que colocar o lixo todo no mesmo saco, por preguiça, aniquilando o processo de reciclagem, que contribui para um mundo melhor? Por que recusar levar alguém a casa porque gastamos gasolina?

A solidariedade social é a condição que resulta da comunhão de atitudes e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço numa unidade sólida capaz de resistir forças demolidoras e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face das resistências vindas de fora. Gostamos de criticar as autoridades como se elas fossem as únicas responsáveis pelos desmandos da sociedade e esquecemos que também somos responsáveis. Sabemos cobrar os nossos direitos, mas não atentamos para o cumprimento dos nossos deveres.

Onde Falhamos?

Falhamos nas coisas pequenas, achando que elas não significam nada.
Vejamos dois textos que acabei de receber de meus correspondentes e que dizem muito bem do que somos capazes:


Primeiro:

Assunto: 11 mandamentos

A chave para a solução dos problemas atuais do Brasil pode ser a mesma que o prefeito de New York usou há uma década. Veja os 11 mandamentos:

01. Você acha um absurdo a corrupção da polícia?
Solução: NUNCA suborne, nem aceite suborno!

02. Você acha um absurdo o roubo de carga, até mesmo com assassinatos dos motoristas?
Solução: EXIJA a nota fiscal em TODAS as suas compras!

03. Você acha um absurdo a desordem causada pelos camelôs?
Solução: NUNCA compre nada com eles! A maior parte de suas mercadorias são produtos roubados, falsificados ou sonegados.

04. Você acha um absurdo o poder dos marginais das favelas?
Solução: NÃO compre nem consuma drogas!

05. Você acha um absurdo o enriquecimento ilícito?
Solução: Denuncie à Receita Federal aquele vizinho que enriquece repentinamente. Não o admire, repudie-o.

06. Você acha um absurdo a quantidade de pedintes no sinal ou de flanelinhas nas ruas?
Solução: NUNCA dê nada.

07. Você acha um absurdo que qualquer chuva alague a cidade?
Solução: Só jogue o LIXO no LIXO.

08. Você acha um absurdo haver cambistas para shows e espetáculos?
Solução: NÃO compre deles, nem que não assista ao evento.

09. Você acha um absurdo o trânsito da sua cidade?
Solução: NUNCA feche o cruzamento.

10. Você acha um absurdo o poder e a influência econômica de países estrangeiros ?
Solução: Prestigie a indústria brasileira, dentro do que lhe seja possível.

11. Você está indignado com o desempenho de seus representantes na política?
Solução: Nunca mais vote neles e espalhe aos seus amigos seu desalento e o nome dos eleitos que o decepcionam.

Estamos passando por uma fase de falta de cidadania e patriotismo, apesar do excesso de nacionalismo. Precisamos mudar nosso comportamento para que possamos viver num país onde tenhamos orgulho de dizer:
- EU SOU BRASILEIRO !
Ficando parado, você não contribui com nada. Portanto, não pode reclamar.
Pratique os pontos com os quais você concordou e tente praticar também os que você não concordou.


Segundo:

Ta reclamando do Wellington Salgado? Do Sarney? Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Jucá? Do Presidente? Do Kassab? Do Arruda? Dos Deputados? Dos Senadores?
Brasileiro reclama de quê?

O Brasileiro é assim:

1. Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. Fala no celular enquanto dirige.

6. Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. Viola a lei do silêncio.

9. Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. Faz " gato " de luz, de água e de tv a cabo.

14. Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.

16. Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17. Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

18. Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

21. Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

22. Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

28. Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

31. Estaciona o carro em lugar proibido e diz que é só por cinco minutos e só volta duas ou três horas depois.

32. Ao adquirir qualquer objeto você quer sempre o mais barato sem levar em conta a sua origem, não importando quantos abusos e injustiças foram cometidas na sua confecção.

33. Quando você negocia com pessoas simples que muitas vezes produzem artigos de forma artesanal, usa de argumentos persuasivos para conseguir vantagens, aproveitando da sua fragilidade.

34. Você ensina aos seus filhos e pratica na presença deles pequenas gentilezas, tais como, oferecer o seu lugar aos idosos no ônibus, dizer por gentileza, muito obrigado, etc?

35. Manda seu filho dizer no telefone que você não se encontra em casa, quando não há interesse em atendê-lo?

E quer que os políticos sejam honestos?... Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas?... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? Brasileiro reclama de que, afinal? E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então, sugiro que adotemos uma mudança de comportamento,começando por nós mesmos, onde for necessário!

Vamos dar o bom exemplo!

Espalhe essa ideia!


"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."


Solidariedade Brasileira

As atividades solidárias fazem parte da cultura brasileira, fato este que vem amenizando algumas carências da parcela de menor - ou nenhum - poder aquisitivo da população, porém que reflete, também, uma característica notável no povo brasileiro: a solidariedade – capacidade de compartilhar dos sofrimentos de outras pessoas e, literalmente, colocar a mão no bolso para ajudá-las. Comprovando a solidariedade de nosso povo, instituições criadas exclusivamente para esse fim existem em grande número, em praticamente todas as cidades brasileiras. Além de arrecadar e distribuir entre os carentes alimentos, agasalhos, etc., essas instituições normalmente concentram seus trabalhos com crianças, promovendo sua educação e, com idosos, amparando-os e promovendo sua socialização. Observa-se, então, que a solidariedade ultrapassa o âmbito da ajuda financeira, realizada através da doação de alimentos, roupas, remédios, e chega ao âmbito da educação. Seja essa educação formal ou não formal, o objetivo é sempre educar as crianças e adolescentes para a vida, de modo que elas se tornem cada vez mais independentes e possam, em um curto espaço de tempo, ajudar ao invés de serem ajudadas. E nessa tarefa as instituições de solidariedade/caridade têm sido exemplares, contribuindo, juntamente com as igrejas e outras organizações sociais, na obrigação do Estado de regular a sociedade.
É bem sabido que essas atividades não resolvem definitivamente os problemas sociais, que, em última análise, têm sua origem na distribuição da renda no país. Porém, servem para amenizar a situação de calamidade de muitas famílias, dando comida a quem não a tem e, principalmente, oferecendo esperanças e perspectivas de uma vida melhor para muitas pessoas.


Conclusão:

Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que surja dentro da sociedade um tipo de solidariedade que podemos denominar de solidariedade mecânica.
“Há importantes estudos sociológicos realizados pelo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra intitulada A Divisão do Trabalho. Sua tese é de que a sociedade era mantida coesa por duas forças de unidade. Uma em relação a pontos de vista semelhantes compartilhados pelas pessoas, por exemplo, valores e crenças religiosas, o que ele denominou de solidariedade mecânica. A outra é representada pela divisão do trabalho em profissões especializadas, que foi denominada de solidariedade orgânica.”
A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual muito mais livre e responsável.
Se não tomarmos consciência de nossas carências solidárias para gerar uma ética com base no respeito, na tolerância e no amor por nossa própria iniciativa, com certeza o Criador, através de suas leis naturais promoverá circunstâncias trágicas que nos levará a isso. Foi assim no Tempo de Noé (Gênesis 6.1-12). Jesus também vislumbra essa possibilidade quando fala do tempo do fim (Marcos 13.7, 8 e 12.). (PAViS-13/04/2010).

terça-feira, 6 de abril de 2010

23- A Ética dos Relacionamentos.

Introdução.

O homem é movido pela inteligência, que faz com que ele vislumbre muitas possibilidades diante dos problemas que lhe são apresentados pela vida. A inteligência é a marca de Deus em toda a sua criatura. Todo ser criado, gerado ou existente possui determinado nível de inteligência. Através dela cada ser tem consciência de seu objetivo e se prima por cumpri-lo com a maior eficiência possível. Coube ao homem o mais alto nível dessa inteligência e assim ele consciente de seu objetivo final se esforça para alcançá-lo, ou seja, “o de ser imagem e semelhança do seu criador”. Até mesmo o ateu se esmera para fazer o bem e desenvolver uma consciência coerente no uso dos recursos disponíveis no seu tempo e no seu “habitat”. Mesmo ele confessando uma total incredulidade a respeito do criador, negando-lhe um nome ou uma fé, ainda assim ele tudo faz para se tornar semelhante a ele, pois esta é a marca que através da inteligência o Criador incutiu em sua natureza.

Nem sempre a verdade é única como alguns pensam, assim como também existem muitas soluções para um mesmo problema. Mas, pela sua própria natureza, o homem possui uma inteligência prática, que vai se formando no decorrer da vida, acumulando o que chamamos de experiência. Assim, a inteligência prática é a potência humana que atua no campo específico da moral. Trata-se de um campo prático, o agir. A ética cuida da atuação ou conduta do homem, daquilo que o homem quer fazer e faz. O homem no uso da sua inteligência prática, prepara suas ações, pratica e sabe com a mesma inteligência prática, se fez o bem ou fez o mal. A isso chamamos de consciência. O problema é que nem sempre a consciência individual é a mesma consciência coletiva. Por isso o homem não pode ser o seu próprio juiz, havendo necessidade de uma lei moral que defina para o grupo o permissível e o não permissível. Assim a consciência moral é uma das determinantes fundamentais do relacionamento do homem em todos os níveis. É essa consciência que vai fazer com que uma pessoa saiba respeitar, não só as outras pessoas, mas também os animais, os rios, os jardins e o ar que respiramos. É ela que vai determinar a responsabilidade profissional de um médico, de um sacerdote, de um gari e até mesmo de um mendigo que pede esmolas pelas ruas de casa em casa. A consciência moral, assim como a inteligência prática, é de pleno acesso a todo ser humano.

A Busca de Novos Paradigmas.

Neste breve estudo, tomamos o termo “paradigmas” no sentido de padrão, modelo ou protótipo. Vivemos numa época em que o homem busca ansioso novos paradigmas para explicar e normatizar as novas verdades e situações que surgem a todo instante com o desenvolvimento tecnológico e social.

Assim, o lícito e o ilícito, o vício e as virtudes se tornam cada vez mais difusos e etéreos dentro de uma sociedade cujos princípios morais se encontram em constante avaliação e revisão.

A ética tradicional contribui para fixação de novos princípios que venham facilitar o relacionamento entre as pessoas e os grupos de pessoas.

Quando falamos em novos paradigmas, estamos tentando novas abordagens que vão além do mero Ser humano (pessoas e grupos) e atingir novos horizontes tais como a ecologia, a política, a biologia, enfim, todos os segmentos científicos e sociais pelos quais o nosso planeta é atingido.

A seguir apresentamos algumas definições e considerações de diferentes autores sobre o significado da palavra Moral. Vale destacar que alguns a igualam a Ética, mas o importante é saber que atualmente ambas têm significados e usos diferentes entre si.
A palavra Moral tem origem no latim - morus - significando os usos e costumes.
Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas.

Segundo Augusto Comte (1798-1857), "a Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas." Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros.
Para Piaget, toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.
Eu sei o que é moral apenas quando eu me sinto bem ao fazê-lo e o que é imoral é quando eu me sinto mal.
Abrangências da Ética:

Podemos entender a abrangência da ética em três abordagens distintas:
a) Ética Normativa;
b) Ética Teleológica;
c) Ética Situacional.

Ética Normativa – é a ética moral que se baseia em princípios sábios e regras coerentes e fixas, atingindo o homem integral (corpo, espírito e alma), as atividades profissionais, religiosas e científicas.

Ética Teleológica – ética imoral – baseia-se na especulação imediata dos fins e dos meios disponíveis. Não importa os meios, o importante é o fim. Interpretação das estruturas ou normas em termos das conveniências imediatas (utilitarismo), exacerbação da utilidade.

Ética situacional – ética amoral – baseia-se nas circunstâncias por mais irracionais que sejam. É uma reação irracional baseada no “tudo vale”, diante de fatos ou momentos previsíveis ou não (torcida no campo de futebol).

Costuma-se dizer que a ética é algo que todos sabem, mas que não é fácil de explicar. Isto ocorre justamente porque ela está muitas vezes na dependência de fatos e sentimentos abstratos.
Ela deve ser considerada a partir de algumas dicotomias, tais como: (Maniqueísmo):

- A verdade e a mentira;
- O bem e o mal;
- O amor e o ódio;
- A recompensa e a cobrança;
- O crédito e o débito;
- O moral e o imoral;
- O positivo e o negativo;
- As trevas e a luz;
- O céu e o inferno;
- O direito e o dever e muitas outras.

A sua aplicação é infinita, principalmente quando nos dispomos a considerar novos paradigmas, isto é, novas formas, novos modelos, o que significa possibilidades de mudanças. As mudanças são traumáticas e exigem cautelas.

Diversos Relacionamentos.

Nesta oportunidade somos desafiados a cogitar sobre a ética em diversos relacionamentos:

a) Relacionamento consigo mesmo;
b) Relacionamento com o Sagrado
c) Relacionamento com o meio Ambiente;
d) Relacionamento com o Outro.
e) Relacionamento com o Poder.


As Instituições Religiosas, de um modo geral, pelas suas tradições milenares e seus rituais, facilitam a prática da ética. As questões que surgem são em regra geral de ordem comportamental de seus membros que às vezes não observam suas leis e costumes.


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Conclusão.

“A ciência e a religião não estão em conflito, pois seus ensinamentos ocupam domínios completamente distintos. Eu acredito, de todo coração, em um pacto respeitoso, até mesmo amoroso no futuro..."
Bem, o que são esses dois domínios completamente distintos, esses "Magistérios Não-sobrepostos" que deveriam se abraçar em um pacto respeitoso e amoroso?
"A área da ciência cobre o universo empírico, analisando o de que é feito (fato) e porque ele funciona dessa maneira (teoria), tentando tirar o homem da ignorância das leis que governam a matéria da qual ele próprio e todas as coisas que o envolvem e se mostram visíveis são feitas (materialismo). A área da religião se estende sobre questões de valor moral e espiritual, buscando convencer a criatura da necessidade de se religar ao seu criador (espiritualismo)”.
De um modo geral, todos reconhecem que a religião tem conhecimentos especiais a oferecer em questões morais nestes dias tão contraditórios e “niilistas”. Até os não-religiosos aceitam essa afirmação sem questionar, provavelmente fazendo das tripas coração para admitir esta verdade.
A pergunta "O que é certo e o que é errado?" é uma pergunta genuinamente difícil que a ciência certamente não pode responder. Dada a premissa moral ou a crença moral a priori, a disciplina importante e rigorosa da filosofia moral secular pode perseguir modos de raciocínio científicos e lógicos para apontar implicações escondidas de tais crenças e inconsistências escondidas entre elas. Mas as premissas de moral absoluta devem vir de outro lugar, presumivelmente de convicção não discutida. Ou, pode ser esperado, da religião - significando alguma combinação de autoridade, revelação, tradição e escritura.
Infelizmente, a esperança de que a religião pode prover um alicerce, de onde nossa moral, outrora baseada em areia pode ser derivada, é uma coisa vã. Na prática, nenhuma pessoa civilizada quer usar uma escritura como autoridade suprema e muito menos uma instituição cuja história não é fiel às aspirações de seu fundador, Jesus Cristo. Aqui estamos enfatizando as incoerências entre a prática cristânica e os ensinamentos de seu fundador, porém o princípio se aplica a todas as grandes religiões existentes em nossos dias. Por isso estamos cada vez mais convencidos de que os nossos relacionamentos precisam ser revistos com urgência. Caso contrário, o terceiro milênio trará para a humanidade uma ética forjada na tragédia, cujo custo em vidas e sangue será incalculável.
Que Deus dê aos grandes líderes deste século uma visão capaz de discernir que a paz do mundo, humanamente falando, só poderá ser resgatada através de um relacionamento cujos princípios estejam firmados no amor, na solidariedade, na verdade e na liberdade.(P/AViS- 06/04/2010).

terça-feira, 30 de março de 2010

22- Os primeiros Conceitos de Ética.

Introdução.

Podemos dizer que ética é a ciência do ethos, atendendo à derivação etimológica do termo ética e à evolução que o levou a substantivar-se nas línguas modernas para designar um tipo específico de saber formalmente definido e integrado no corpo epistemológico e didático, seja das Ciências Humanas ou da Filosofia.
Mesmo com uma linguagem bastante simples será difícil formular e justificar uma definição real da Ética em sua versão propriamente filosófica, até porque, historicamente, foi na filosofia que, originariamente, se constituiu a ciência do ethos, portanto, ainda é a única forma adequada que nos permite pensar os fundamentos racionais dessa ciência.
A Ética, no entanto, tem por objeto o ethos que se apresenta como um fenômeno histórico-cultural dotado de evidência imediata e impondo-se à experiência do indivíduo tão logo este alcance a primeira idade da racionalidade, onde as ciências empíricas do ethos implicam a universalidade dessa experiência, traduzindo-se em paradigmas de linguagem e conduta e revelando-se em um dado antropológico incontestável.
De qualquer modo, já na antiguidade o confucionismo atingiu um pleno sucesso, tornando-se uma filosofia moral de profundo impacto na estrutura social e cotidiana da sociedade. O valor ao estudo, à disciplina, à ordem, à consciência política e ao trabalho são lemas que o confucionismo introjetou de maneira definitiva na vida da civilização chinesa da antiguidade aos dias de hoje. Note-se que, ao contrário do que muitos afirmam, o confucionismo não se trata de uma religião. Não possui um credo estabelecido, mas apenas determinações rituais de caráter social, que permitem a um adepto do confucionismo a liberdade de crença em qualquer tipo de sistema metafísico ou religioso que não vá contra as regras de respeito mútuo e etiqueta pessoal.
Mas, mesmo diante de variadas definições e conceitos sobre a ética, o homem tem demonstrado que não vive sozinho, pois, como ser humano, coexiste com seus hábitos, costumes, tradições, sonhos, trabalhos etc., dentro de uma ordem moral, onde os seus atos, desde que visem o bem, são tidos como éticos.
Logo, todos os atos humanos devem se alicerçar em atos éticos, com princípios que a fundamente para que possa exteriorizar o seu comportamento moral (moral efetiva) em um comportamento moral ético (moral reflexiva), que é absolutamente necessário para que a ética se sustente e melhore a convivência social.
É assim que a ética acaba se dando através de tantos pequenos e firmes costumes que são as vigas mestras internas para a ética, a moral, ou seja, os hábitos e as leis que governam nosso dia-a-dia em todos os sentidos e campo de atuação do homem.

O que é o “ethos”?
Ethos, na Sociologia, é uma espécie de síntese dos costumes de um povo. O termo indica, de maneira geral, os traços característicos de um grupo, do ponto de vista social e cultural, que o diferencia de outros. Seria assim, um valor de identidade social.
A palavra ethos tem origem grega e significa valores, ética, hábitos e harmonia. É o "conjunto de hábitos e ações que visam o bem comum de determinada comunidade". Ainda mais especificamente, a palavra ethos significava para os gregos antigos a morada do homem, isto é, a natureza. Uma vez processada mediante a atividade humana sob a forma de cultura, faz com que a regularidade própria aos fenômenos naturais seja transposta para a dimensão dos costumes de uma determinada sociedade. Em lugar da ordenação observável no ciclo natural das coisas (as marés ou as fases da Lua, por exemplo), a cultura promove a sua própria ordenação ao estabelecer normas e regras de conduta que devem ser observadas por cada um de seus membros. Sendo assim, os gregos compreendiam que o homem habita o ethos enquanto a expressão normativa da sua própria natureza. Embora constitua uma criação humana, tal expressão normativa pode ser simplesmente observada, como no caso das ações por hábito, ou refletida a partir de um distanciamento consciente. Nesse caso, adentramos o terreno da ética enquanto discurso racional sobre o ethos.
O fenômeno ético é que irá nos oferecer um substrato empírico às categorias fundamentais da Ética. Por exemplo: a intenção da vida no bem e, conseqüentemente, o agir segundo o bem, do qual deriva a vida melhor ou mais feliz, para o agente ético e a excelência ou virtude de seu agir ou de ser, sendo que o bem deve ser realizado, embora não pela coação, mas pela persuasão, onde esses termos da tradicional moral grega implicam em seu conteúdo semântico o conceito fundamental de bem, eixo conceptual em torno do qual se construíram os grandes sistemas éticos da tradição ocidental.
O ethos é, assim, inseparavelmente, social e individual, é uma realidade sócio-histórica, mas só existe concretamente, na pratica dos indivíduos.
A fenomenologia apresenta-se como um método propedêutico à Ética. Assim, não podemos nos deter, apenas, em um método fenomenológico, ontológico, interiores, pois, este se constrói através de uma concepção filosófica cujo alcance transcende os limites da descrição fenomenológica.
Assim, torna-se inevitável o recurso a uma ontologia do sujeito ético em que se estudam os fenômenos interiores, já que o ethos tem uma estrutura dual, ou seja, sua dupla face: social e individual.
Escolas Filosóficas.
Para entendermos melhor o desenvolvimento das idéias e práticas éticas e morais é conveniente que conheçamos um pouco sobre o surgimento das principais correntes filosóficas.
Podemos sintetizar assim estas correntes ou escolas filosóficas:
a) Sofistas. Defendem o relativismo de todos os valores. Alguns sofistas, como Cálicles ou Trasimaco afirmam que o valor supremo de qualquer cidadão era atingir o prazer supremo. O máximo prazer pressupunha o domínio do poder político. Ora este só estava ao alcance dos mais fortes, corajosos e hábeis no uso da palavra. A maioria eram fracos ou inábeis, pelo que estavam condenados a serem dominados pelos mais fortes.
b) Sócrates (470-399 a.C). Defende o caráter eterno de certos valores como o Bem, Virtude, Justiça, Saber. O valor supremo da vida é atingir a perfeição e tudo deve ser feito em função deste ideal, o qual só pode ser obtido através do saber. Na vida privada ou na vida pública, todos tinham a obrigação de se aperfeiçoarem fazendo o Bem, sendo justos. O homem sábio só pode fazer o bem, sendo as injustiças próprias dos ignorantes (Intelectualismo Moral).
c) Platão (427-347 a.C.). Defende o valor supremo do Bem. O ideal que todos os homens livres deveriam tentar atingir. Para que isto acontecesse deveriam ser reunidas, pelo menos duas condições: 1º-. Os homens deviam viver apenas à luz da razão desprezando os instintos ou as paixões; 2º-. A sociedade devia de ser reorganizada, sendo o poder confiado aos sábios, de modo a evitar que as almas fossem corrompidas pela maioria, composta por homens ignorantes e dominados pelos instintos ou paixões.
d) Aristóteles (384-322 a.C.). Defende o valor supremo da felicidade.A finalidade de todo o homem é ser feliz. Para que isto aconteça é necessário que cada um siga a sua própria natureza, evite os excessos, seguindo sempre a via do "meio termo" (Justa Medida). Ninguém consegue, todavia ser feliz sozinho. Aristóteles, à semelhança de Platão coloca a questão da necessidade de reorganizar a sociedade de modo a proporcionar que cada um dos seus membros possa ser feliz na sua respectiva condição. Ética e política acabam sempre por estar unidas.
e) Epicuristas (Epicuro, Lucrécio ). O objetivo da vida do sábio é atingir máximo de prazer, mas para que isso seja possível ele deve apartar-se do mundo. Atingir a imperturbabilidade do espírito e a tranquilidade do corpo.
f) Cínicos (Antistenes, Diógenes ). O objetivo da vida do sábio é viver de acordo com a natureza. Afastando-se de tudo aquilo que provoca ilusões e sofrimentos: convenções sociais, preconceitos, usos e costumes sociais, etc. Cada um deve viver de forma simples e despojada.
g) Estóicos (Zenão de Cítio, Sêneca e Marco Aurélio). O homem é um simples elemento do Cosmos, cujas leis determinam o nosso destino. O sábio vive em harmonia com a natureza, cultiva o autodomínio, evitando as paixões e os desejos, em suma, tudo aquilo que pode provocar sofrimento.
h) Cépticos (Pirro, Sexto Empírio).Defendem que nada sabemos, pelo nada podemos afirmar com certeza. Face a esta posição de príncípio a felicidade só pode ser obtida través do alheamento do que se passa á nossa volta, cultivando o equilíbrio

O Pecado.
“Conta uma lenda que quando Deus fazia o homem, um de seus anjos mais chegados, observando as possibilidades e concessões que Deus fazia a este ser, perguntou ao Senhor: mas como, com esta liberdade toda e esta capacidade de decidir a sua própria vida, o homem poderá vir até mesmo a confrontar com o Senhor, se rebelar contra sua vontade e ainda assim ser restaurado. Nem o pobre do Lúcifer teve esta oportunidade! Como pode ser isto? O Senhor então respondeu: você não pode entender, mas este homem vai sofrer muito até chegar ao meu projeto final. Mas só com toda esta liberdade ele chegará um dia ao seu destino final, que é o de ser semelhante a mim. Por isto vou ensinar-lhe todas as minhas leis durante o tempo que for necessário e ele terá plena liberdade de escolha entre a obediência e a desobediência até que um dia desabrochará nele o varão perfeito e aí então ele será minha imagem e semelhança. Sem liberdade ele nunca passará de um anjo.” (P/AViS/Primavera de 1962).

Esta lenda serve para destacar a questão da obediência e da desobediência. A desobediência, segundo a teologia cristã dá origem a um estado chamado de pecado. O homem foi feito com a possibilidade de pecar; assim os vícios e as virtudes são próprias do homem. Ele pode decidir entre um ou outro. Só que estes atos têm conseqüências e a elas não cabe escolha por parte do homem.

Como vimos na introdução o ethos tem uma estrutura dual, ou seja, dupla face: social e individual. Assim são os vícios e as virtudes. Os vícios geram pecados individuais e coletivos; as virtudes geram santidade individual e coletiva. Assim o Criador nos fez ligados e irremediavelmente cúmplices no que fazemos de bem ou mal. Para Ele não importa se a bênção ou a maldição irão atingir a um indivíduo, a uma família, a uma nação ou ao mundo inteiro, pois para ele o homem é responsável pelos seus atos diante da sua própria consciência e da comunidade com conseqüências que fogem ao seu controle e que atinge a todos sem discriminação. O anjo da lenda não podia entender esta justiça assim como grande parte da humanidade, ainda hoje não pode entender. Mais nisto os homens foram colocados na posição dos anjos, não podem e não tem competência para discutir e nem fugir. Esta é a justiça do criador.




As Consequências do Pecado.
O anjo não podia entender as conseqüências do pecado e nem o próprio pecado, até porque ele não pode pecar, isto é, o pecado não faz parte da natureza dos anjos. Só Deus e o homem podem entender do pecado, Deus porque conhece todas as coisas e o homem porque pela desobediência foi feito pecador (Romanos 5.19).
A Bíblia trata dessas consequências.
a) Isaías 3:11 afirma: "Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram". A primeira coisa que ocorreu com Adão e Eva é que os seus olhos foram abertos e souberam que estavam nus (Gênesis 3:7). Viram em seus corpos o potencial para o mal. A carne e o espírito lutariam pela supremacia no seu interior e essa guerra mataria cada vida humana (Gálatas 5:17).

b) Culpados e envergonhados, usaram folhas de figueira para cobrir a sua nudez um do outro (Gênesis 3:7). Também, se esconderam entre as árvores da presença de Deus (Gênesis 3:8). A presença do Senhor dos exércitos sempre traz terror aos pecadores: eles "se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro" (Apocalipse 6:15-17). Almas impenitentes, atenção: "Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus10:31).

c) Sendo afastados da presença de Deus, Adão e Eva, naquele dia, morreram espiritualmente. Pensem em tudo o que eles perderam! Eva tinha dito no coração: "Vou me fazer como o Altíssimo". Agindo assim, ela perdeu o direito ao esplendor do Paraíso. Decretaram-se maldições sobre ela (3:16), e sobre o homem (3:17-19). Ah, como caíram os valentes!

d) Sofrendo a morte espiritual, Adão e Eva também iniciaram o processo de morte física: "E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida" (Gênesis 3:24). Por causa do pecado deles, o homem, a mulher e os filhos de todas as épocas voltariam ao pó: "Em Adão, todos morrem" (1 Coríntios 15:22).

e) Jesus visualizou muito bem estas conseqüências e seu resultado final ao falar do final dos tempos. (Confira Mateus 24.6-7; Marcos 13.7-8, 12; Lucas 21.20-24).



Conclusão.

A coesão social e a liberdade individual, como a religião e a ciência, acham-se num estado de conflito ou difícil compromisso durante todo este período. Na Grécia, a coesão social era assegurada pela lealdade à Cidade-Estado; o próprio Aristóteles, embora em sua época, Alexandre estivesse tornando obsoleto a Cidade-Estado, não conseguia ver mérito algum em qualquer outro tipo de comunidade. Variava grandemente o grau em que a liberdade individual cedia ante seus deveres para com a Cidade. Em Esparta, o indivíduo tinha tão pouca liberdade como na Alemanha ou na Rússia modernas; em Atenas, apesar de perseguições ocasionais, os cidadãos desfrutaram, em seu melhor período, de extraordinária liberdade quanto a restrições impostas pelo Estado.
0 pensamento grego, até Aristóteles, é dominado por uma devoção religiosa e patriótica à Cidade; seus sistemas éticos são adaptados às vidas dos cidadãos e contêm grande elemento político. Quando os gregos se submeteram, primeiro aos macedônios e depois aos romanos, as concepções válidas em seus dias de independência não eram mais aplicáveis. Isto produziu, por um lado, uma perda de vigor devido ao rompimento com as tradições e, por outro lado, uma ética mais individual e menos social.
Os estóicos consideravam a vida virtuosa mais como uma relação da alma com Deus do que como uma relação do cidadão com o Estado. Prepararam dessa forma, o caminho para o Cristianismo, que como o estoicismo, era originalmente apolítico, já que durante os seus três primeiros séculos seus adeptos não tinham influência no governo.
A coesão social, durante os seis séculos e meio que vão de Alexandre a Constantino, foi assegurada não pela filosofia nem pelas antigas fidelidades, mas pela força - primeiro a força dos exércitos e depois a da administração civil. Os exércitos romanos, as estradas romanas, a lei romana e os funcionários romanos, primeiro criaram e depois preservaram um poderoso Estado centralizado. Nada se pode atribuir à filosofia romana, já que esta não existia.
O Cristianismo popularizou uma idéia importante, já implícita nos ensinamentos dos estóicos, mas estranha ao espírito geral da antigüidade, isto é, a idéia de que o dever do homem para com Deus é mais imperativo do que o seu dever para com o Estado. A opinião de que "devemos obedecer mais a Deus que ao homem", como Sócrates e os Apóstolos afirmavam, sobreviveu à conversão de Constantino, porque os primeiros cristãos eram arianos ou se sentiam inclinados para o arianismo. Quando os imperadores se tornaram ortodoxos, foi ela suspensa temporariamente. Durante o Império Bizantino, permaneceu latente, bem como no Império Russo subseqüente, o qual derivou do Cristianismo de Constantinopla, mas no Ocidente, onde os imperadores católicos foram quase imediatamente substituídos (exceto em certas partes da Gália) por conquistadores bárbaros heréticos, a superioridade da lealdade religiosa sobre a lealdade política sobreviveu e até certo ponto persiste ainda hoje.
Apesar do que vimos estamos atualmente, vivenciando um período de reconhecida dicotomia entre a forma originária da própria filosofia e, conseqüentemente, da ética, constituindo a ciência do ethos e o mundo atual em que a Filosofia e seus fundamentos perderam o espaço do saber, da razão, para um espaço do mecanicismo predominante no século XX.
Mesmo diante de variadas definições e conceitos sobre a ética, o homem tem demonstrado que não vive sozinho, pois, como ser humano, coexiste com seus hábitos, costumes, tradições, sonhos e trabalhos dentro de uma ordem moral onde os seus atos, desde que visem o bem, são tidos como éticos.
Logo, todos os atos humanos devem se alicerçar em atos éticos, com princípios que os fundamente para que possa exteriorizar o seu comportamento moral (moral efetiva) em um comportamento moral ético (moral reflexiva), que é absolutamente necessário para que a ética se sustente e melhore a convivência social.
É assim que a ética acaba se dando através de tantos pequenos e firmes costumes que são as vigas mestras internas para a ética, a moral, ou seja, os hábitos e as leis que governam nosso dia-a-dia em todos os sentidos e campos de atuação do homem.
Mas, atualmente, a palavra moral é considerada normalmente sinônimo de ética. Todavia, analisando com mais atenção, podemos fazer uma distinção muito útil, sobretudo, para tempos críticos como este que estamos passando, onde a ética e a moral servem de forma de ação.
Que o Criador permita que possamos entender que a verdadeira ética precisa ter o aval do seu Filho, Jesus, que nos ensinou que no amor, na solidariedade, na verdade e na liberdade está a síntese de toda a Lei e dos Profetas. (P/AViS-30/03/2010).